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— Allyssa? Allyssa? — Uma voz me chamava repetidamente. — Meu amor, está bem? — Suas mãos acariciavam meu rosto, com certeza era minha mãe.

— Mãe? — Eu ainda não havia raciocinado.

— Já dei a sua insulina. — Ela estava preocupada, a sua voz sempre ficava mais seria. — Meu amor, eu quero que se cuide. — Ela se sentou ao meu lado.

— Eu estou me cuidando mãe, relaxa. — Eu coloquei minhas mãos sobre as suas e a vi me olhar com um sorriso fraco.

— Vamos jantar, vem. — Suas mãos quentes envolveram as minhas e me puxarem.

Encarar meu irmão e meu cunhado naquela mesa sera um trabalho difícil, principalmente por ter minha mãe ao lado. Eu não quero estragar o que ela construiu, não quero ser a discórdia da casa e da mesma forma que eu sofri anos e anos calada, não quero que minha mãe sofra se souber disso.

— Você está bem? — Khalid me perguntou. A cada palavra que saia de sua boca meu estômago embrulhava.

— Melhor impossível. — O olhei com um sorriso rápido e me sentei a mesa.

— Sabe que me preocupo com você, não é? — Ele disse enquanto tentava encontrar meus olhos mas eu evitava olhar em seus olhos. — Todos sentimos sua falta nesta casa, mesmo que você já seja uma adulta sempre será nossa pequena. — Suas palavras soavam tão perversas quanto seus olhares.

— Matteo, por que não ajuda sua irmã a pegar os pratos? — Minha mãe disse enquanto organizava a mesa. Nos levantamos e seguimos até a cozinha.

Nem se quer trocamos palavras, cada um pegou dois braços e seguimos até a sala de jantar.

— Me conta como vai ser para entrar na faculdade meu amor. — Minha mãe quebrou o silêncio.

— Eu vou ficar aqui durante essa semana até que os papéis de matrícula sejam concluídos, assim que forem eu já posso ir. — Eu disse com os olhos vidrado em meu prato.

— Fico contente que esteja tomando está decisão, pequena — Matteo decidiu abrir a boca. — Melhor perder tempo numa faculdade do que trabalhando para os outros, não?

— Depende. Eu consegui conciliar tudo sem... Você sabe, precisar usar alguma substância ou bebidas para lidar com o mínimo. — Eu disse e o silêncio permaneceu, minha mãe sabia que ele trazia droga pra casa?

Minha mãe de manteve calada, aparentemente sabia de algo, meu padrasto nem se quer se movia e meu irmão me encarava como se quisesse me esfolar no chão.

Que situação ein Allyssa. A vontade de chorar me dominava, eu me sentia totalmente vulnerável dentro dessa casa, meu irmão com toda certeza quer me matar e meu padrasto...

Me levantei da mesa assim que terminei, quer dizer, eu mal terminei de jantar, metade da comida havia ficado no prato.

Mergulhar na banheira por horas era o que eu mais queria e assim eu fiz. Fechei a porta do quarto e fui até meu banheiro.

— Mas que...— Minha barriga tinha um pequeno corte, eu prefiro pensar que fui eu quem fiz com as minhas unhas sem perceber.

Tudo o que eu mais quero é que os dias aqui passem rápido.

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𝐈𝐌𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora