[EM ANDAMENTO]
Lutar todos os dias pelo direito de ser quem é não é tarefa fácil, principalmente quando este combate acontece dentro da própria casa.
Um ser atormentado por dentro, mas totalmente centrado e gentil por fora. Um passado doloroso que...
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∆
JIMIN
O teto de seu antigo quarto ainda continha os inúmeros objetos colados que brilhavam no escuro, seus formatos diversos variavam de animais, estrelas e algumas letras aleatórias.
Lembrava-se como aquilo lhe acalmava em noites muito escuras e frias. A escuridão sempre foi uma grande questão para si, desde a sua infância não se sentia confortável em locais de pouca iluminação. Sentia como se seu peito estivesse apertando e a ponto de estourar com tamanha pressão feita no local. Tudo isso em sua mente, mas era como se pudesse sentir a dor física.
Aquelas luzes ajudaram ele a dormir tranquilamente por muitos anos naquela casa, e ninguém pareceu se importar o suficiente para tirar aqueles objetos ou mudar a decoração do quarto quando ele deixou de residir permanentemente na residência.
Detestava voltar para aquele lugar, mas estava sempre fazendo curtas visitas para poder passar um tempo com sua mãe, e sempre que precisava passava uma noite na casa e dormia no antigo quarto.
No dia seguinte ele iria em uma consulta periódica com a mulher mais velha, sairiam bem cedo, então resolveu dormir na casa para não ter margem de atraso, mas já havia se arrependido de sua decisão.
Um jantar em "família" era sempre uma evento estressante, por isso o loiro não fazia questão de participar de quase nenhum.
O daquela noite não foi exceção. Começou normal, a maior parte foi um silêncio carregado, tirando os bons momentos que sua mãe puxava algum assunto de forma bem humorada, mas ela sempre se cansava muito mais cedo do que os demais e se retirava. Era nesse tempo sem ela na mesa que a confusão e os conflitos se instalavam.
Nenhum dos três homens cogitava começar uma discussão com a mulher por perto, ninguém queria deixá-la chateada, mas isso mudava quando a mesma se ausentava.
Pouco tempo depois as farpas começaram a rodar a mesa, o assunto não era novidade e as acusações estavam ficando repetitivas, mas não deixava de ser cansativo ouvir.
Seu pai inconformado com a decisão da esposa em parar com a quimioterapia, algo que reduziria consideravelmente seu tempo de vida, e ficou mais inconformado ainda por um de seus filhos estar apoiando ela nesta decisão, sempre batia na mesma tecla e era cansativo.
