Amizade gera amor, amor gera perguntas, perguntas geram inseguranças.
Mas tudo também pode começar por amor, e esse amor pode virar ódio, e o ódio pode exigir sacrifícios para satisfazer aquilo que se acredita.
Sentimentos postos como as caras...
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『••✎••』
—SAYURI
Me embolo na cama ao acordar, ainda sonolenta. Abro os olhos e vi que Tobi saía silenciosamente do meu quarto. Me sentei na cama quando ele fechou a porta. Cocei os olhos e me levantei, olhei para a mesa próxima de minha cama e vi um bilhete, fui rapidamente até ele e o li.
“Pedi ajuda do Itachi para trazer aquele seu amigo, o tal do Kakashi. Se encontre com ele no lugar que Konan irá lhe levar. Vá bem arrumada, você vai ter um dia incrível.”
Fico confusa e olhei uma muda de roupas dobrada sobre a mesa, dei de ombros e fui tomar banho, depois do banho, me vesti com aquelas roupas e me olhei no espelho.
— Uhhh! Fiquei bonitona!
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Sorri e calcei um par de sapatos lindíssimos e confortáveis e saí do quarto.
— Você tá bonita. — ouço a voz de Tobi, me viro para trás e vejo ele de braços cruzados encostado á parede. — A Konan está te esperando lá fora, aproveite o dia.
— Ah...tá...! — sorri confusa e fui saindo da casa...acho que é a primeira vez que saio daqui pela porta da frente.
Me arrepiei e saio pela porta, dando de cara com Konan. Ela me olha e sorri abismada.
— Que coisa mais linda modeoso! — ela diz admirada, ri sem jeito.
— Não é pra tanto! — falo envergonhada.
— Vem cá! Deixa eu arrumar seu cabelo! — ela diz e faz uma trança linda em mim — Agora tá gata de vez! Vamo! — ela segura minha mão, venda meus olhos e vai me guiando até o tal lugar.
Meu coração estava acelerado. Talvez essa fosse minha chance de falar com o Kakashi sobre o quê aconteceu e que ele pode me ajudar!
De repente, paramos e eu senti uma brisa e ouvi o som de uma cachoeira. Fiquei confusa, acho que nunca estive aqui. Konan tira minha venda e eu abro os olhos, vendo um piquenique incrível montado ao lado de uma cachoeira.
— Uau...!
— O Kakashi está chegando com o Itachi, espere um pouco, tá? Tchauzinho! — ela diz e sai apressada.
Me sentei sobre a toalha e observei a queda d'água. Peguei uma tortilha e comecei a comer devagar.
— Sayuri?!
Olhei para trás e vi que Kakashi havia chegado...sozinho?
— Kashi! — sorri para ele e me levantei, ele corre até mim e me abraça.
— Fiquei preocupado com você! Soube que tinha sido linchada por uns caras da ANBU!
— É, eu fui...mas meus amigos me ajudaram! — sorri e o abracei também, ele suspira aliviado e faz carinho em minhas costas.
— Como você está?
— Estou muito bem! — sorri e o soltei, ele faz o mesmo e nos sentamos sobre a toalha. — Vou te explicar tudo sobre os últimos anos, espero que entenda.
— Claro, pode falar.
Respiro fundo e começo a contar tudo para ele, detalhe por detalhe, desde o dia em que fui pega para ser mantida em cativeiro até o dado momento. Quanto mais eu falava, mais eu notava que ele parecia incrédulo apesar de não demonstrar bem. Quando terminei de falar tudo, ele suspira.
— Esse tal de Tobi...vocês tiveram alguma coisa durante esses anos? — ele pergunta me olhando sério, fico vermelha ao lembrar da noite que tivemos.
— Não, não tivemos nada. — menti sorrindo desconcertada.
— Que bom... — ele suspira aliviado — Olha...fica esperta com esse cara. Ele fica muito puto quando alguém te machuca ou toca em você, talvez ele seja maluco ou... — ele faz uma pausa que me deixa confusa.
— Ou o quê?
— Ou ele gosta de você. — ele diz desviando o olhar, comecei a rir.
— Não, não! Ele não gosta de mim! Esqueceu que eu disse que fui tomada como um receptáculo? Ele fica puto apenas por isso! Ele me quer inteira!
— Como você pode aceitar tão bem uma coisa dessas?
— Porque...seria uma forma menos dolorosa de partir e...eu poderia encontrar o Obito e a Rin, saber se...
— Esquece eles! — ele diz com um tom mais alto, me deixando surpresa — Poxa, você se privou de viver por causa do Obito! Você esquece que se ele estivesse vivo, não te escolheria! Ainda escolheria a Rin! Acorda, Sayuri! Você tá vivendo sua vida por alguém que não viveria por você! — ele parecia realmente irritado.
— Você tá falando da boca pra fora..!
— Não, eu não estou! Todos esses anos eu estive aqui por você, eu SEMPRE dei o meu melhor por você! Mas você nunca enxergou meus sentimentos por estar cega pelo Obito que está morto e nunca sentiu nada por você! Esquece ele e pensa um pouco em mim, nem que ao menos uma vez! — ele dizia tudo olhando em meus olhos, me causando um aperto no peito.
— Kashi...!
— ...Eu gosto de você, Sayuri. E não é de hoje. Gosto de você desde a primeira vez em que te vi, então, por favor...ao menos uma vez, pense em mim como homem e não apenas...como um amigo. — ele coloca a mão em minha bochecha e faz carinho. Meu coração acelerou e eu fiquei sem palavras.
Não sabia o quê dizer, não sabia como reagir, eu só conseguia me perguntar como diabos cheguei aqui. Talvez ele não esteja errado, talvez eu realmente tenha me privado de viver pelo Obito...mas que culpa tenho de não conseguir amar outro alguém se não ele? São coisas de anos, um amor de infância que nunca passou...talvez se eu houvesse sido rejeitada á tempo, talvez eu não carregaria esse peso...
— Kashi, eu...
— Sayuri. — ele diz abaixando sua máscara e meu coração acelera mais ainda, ele se aproxima lentamente.
— K-Kashi, eu...e-eu...!
— Por favor... — ele sussurra já próximo de meu rosto e me dá um selinho demorado.
Fechei os olhos e retribui seu selinho que logo virou um beijo lento e intenso. Ele levou uma mão até minha nuca e outra até minha cintura, apertando com firmeza ambos os locais, me causando um intenso arrepio. Ele me deitou sobre a toalha e subiu e desceu a mão em minha cintura diversas vezes, me arrancando suspiros e me causando espasmos. Nos separamos do beijo pela ausência de ar e ele desceu os beijos para meu pescoço lentamente, fecho os olhos e suspiro baixinho.
— Kashi...! — suspiro enquanto fiz carinho nos cabelos dele.
— Namora comigo, Sayuri?
Quando ele perguntou aquilo, eu paralisei.
— O-Oi?!
— Namora comigo. Fica comigo e eu acabo com todo esse inferno que você tá vivendo!
