O Dilema da Primavera

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oi gente!!!! como vocês estão? espero que bem. estamos aqui com o último de dilemas! não vou falar muito pq o agradecimento ficou gigante. quero lembrar algo que eu já disse: nem sempre uma história de amor termina com as personagens juntas. não me matem :( vejo vocês lá no final!

QUATRO DIAS DEPOIS DO BAILE DE PRIMAVERA

Quando passamos por certas situações, o cérebro envia uma mensagem para o corpo liberar uma dose extra de adrenalina. O hormônio nos deixa em alerta e produz reações físicas: acelera os batimentos cardíacos e dilata as pupilas. Os músculos que ficam na região do tórax, contraem-se para aumentar a quantidade de oxigênio no sangue o mais rapidamente possível com o objetivo de fornecer energia.

Então sentimos um aperto no peito.

É muito estranho pensar na dor de um coração partido.

Certamente, ninguém enfiou uma faca no meu peito, ultrapassando a caixa torácica e rasgando o órgão em duas partes. No entanto, a tristeza faz coisas com nosso corpo físico que simplesmente não conseguimos explicar. Além dessa sensação pesada — como se um tijolo tivesse caído bem no meio das minhas costas —, sentimos um nó na garganta, e olhos ardendo. Ardendo da vontade horrorosa de chorar.

Eu não sinto isso há anos.

Às vezes a gente não entende porque bloqueamos por tanto tempo algum sentimento ou algo do tipo. Eu sempre fugi de tudo que envolvesse amor. Fugi igual diabo foge da cruz quando vieram atrás de mim para ser meu par. Por conta disso, desse sentimento de rejeição.

Vontade de pular de um prédio.

Brincadeira.

Mas, sério. Lembra de um bom tempo quando eu fiz toda uma metáfora envolvendo limões, a vida e a situação desconfortável de ter 8 marmanjos no meu pé? Pois é. Permaneça não confiando na vida. Porque se ela foi capaz de esfregar limões nos seus olhos, ela pode muito bem enfiar ele no meio do seu cu.

O destino me tirou da zona de conforto e me meteu em outra: a friendzone.

Veja bem: Como não desconfiei? Sempre esteve tão na cara, eu que fui besta.

E tipo, Carol sempre foi dessas. As coisas acontecem e no outro dia é como se nunca houvesse acontecido.

Merda.

Estou literalmente prestes a chorar como uma idiota na frente das duas e ainda sou capaz de fazer piadas sobre mim mesma?

Rosa me chamou, de repente. Sua mão deu dois acenos, mesmo distante, mas isso me acordou do mini transe que eu mesma me coloquei. Dei dois passos para trás, tropeçando no próprio cadarço, suspirando de vergonha. Me dei conta de que naquele momento, eu estava atrapalhando elas.

A sensação do choro, o nariz pinicando e olhos molhados vieram sem que eu sequer percebesse. Para não avacalhar mais ainda o momento delas, engoli o choro que ficou entalado na minha garganta e inclinei a cabeça para trás, para que as lágrimas que senti inundaram meus olhos não escorressem.

— Milena? — Carol me chamou, com a expressão mais confusa ainda. Minha cabeça abaixou e enchi o peito de ar, observando as loiras, com um sorriso sem graça no rosto. Aberto, sobre a perna de Lina, tinha um caderno, cheio de fórmulas e anotações.

— Oi! — falei, com um sorriso grande no rosto. — Não... É que... Eu achei que você fosse comigo para a escola, aí eu fiquei confusa e vim atrás, e... — eu, claramente, estou nervosa com a situação. — É isso.

Dei aquela desculpa, que, no momento, colou bem até demais. Ela nunca deixava de me avisar se não ia comigo.

Depois de escutar minha explicação, Lina pareceu desconcertada. Coçou a nuca, e mordeu a boca, depois de abaixar a cabeça. Estava sob os joelhos, e estava tão linda... O cabelo cacheado continuava ali, bonito. Argolas pequenas nas orelhas e um batom meio avermelhado. Viajei os olhos por seu corpo, notando que no seu pulso, geralmente ficava uma pulseirinha que eu dei para ela.

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