Capítulo 07: Garras da Lealdade

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Sentado em meio às sombras da noite na floresta, Namjoon sentia o peso das palavras de seu pai ecoando em sua mente como uma melodia dissonante. Cada insulto proferido, cada insinuação de fraqueza e insuficiência, transformava-se em uma cacofonia perturbadora que reverberava pelos recantos de sua consciência.

O silêncio da floresta, agora pontuado apenas pelo murmúrio distante das criaturas noturnas, criava um cenário propício para a reflexão. Os raios de lua que penetravam a densa folhagem lançavam sombras irregulares sobre o rosto tenso de Namjoon, enquanto ele se debatia com a tempestade de pensamentos que o assombravam.

Seu coração, antes acalmado pela compreensão mútua com Seokjin, agora pulsava com uma angústia renovada. A ferida aberta por seu pai parecia se alargar, expondo suas inseguranças mais profundas. Namjoon questionava se sua busca por equilíbrio e autoaceitação seria eternamente abalada pelas palavras que deveriam ser um suporte, não uma âncora.

A brisa noturna acariciava suavemente seu rosto, trazendo consigo a fragrância da floresta. Namjoon fechou os olhos, buscando o refúgio temporário na escuridão interna. Seus pensamentos dançavam em espirais, como folhas levadas pelo vento, cada uma carregando uma memória, uma dúvida, uma dor.

Seokjin, apesar de oferecer conforto e compreensão, não podia apagar completamente as cicatrizes infligidas pelas palavras lançadas em sua infância. Namjoon se via diante do desafio de reconciliar os dois mundos que colidiam dentro dele: o desejo de ser forte e aceito por seu pai, e a necessidade de aceitar a si mesmo, com todas as suas vulnerabilidades.

Com um suspiro profundo, Namjoon ergueu-se do solo da floresta. O tumulto emocional ainda ecoava dentro dele. Com passos pesados, começou a caminhar, a escuridão ao seu redor espelhando o turbilhão de emoções que o envolvia. A folhagem densa formava um dossel sombrio acima, filtrando apenas pequenos raios de luar.

O alfa respirava fundo, tentando encontrar clareza em meio à escuridão que se instalara em sua mente. Cada passo o afastava mais do castelo, mas também parecia afundá-lo em um silêncio inquietante. O farfalhar das folhas sob seus pés era o único som, amplificando a solidão que ele buscara ao deixar para trás os conflitos e as palavras não ditas que pairavam no ar do castelo.

No entanto, a escuridão da floresta se tornou mais do que uma metáfora para o estado emocional de Namjoon. À medida que ele avançava, sombras dançavam entre as árvores, assumindo formas indistintas que pareciam sussurrar segredos ancestrais. A floresta, em sua calma aparente, parecia reagir à presença do príncipe, como se seus próprios segredos estivessem à espreita nas sombras.

O alfa caminhava, guiado apenas pela luz lunar intermitente, quando um arrepio percorreu sua espinha. Uma sensação de vigilância, como se olhos invisíveis o observassem, envolveu-o. Ele parou instintivamente, seus sentidos embora não tão aguçados captaram os murmúrios do vento e os sons noturnos que antes passaram despercebidos.

De repente, a atmosfera mudou. Uma sombra se destacou entre as demais, materializando-se em uma presença ameaçadora. Namjoon ergueu a cabeça, percebendo que não estava sozinho na escuridão da floresta. Seus olhos fixaram-se em criaturas híbridas, emergindo silenciosamente das sombras, seus olhares intensos refletindo uma mistura de curiosidade e hostilidade.

Namjoon, cercado por uma aura de incerteza, tentou retroceder, mas as criaturas híbridas avançavam com agilidade predatória. O brilho noturno revelava fileiras de presas afiadas e olhos que faiscavam como brasas. O príncipe, agora capturado na dança sinistra da floresta, confrontava uma realidade inesperada, onde as sombras escondiam mais do que segredos– elas ocultavam perigos que se revelavam sob o manto da noite.

[...]

Entre as sombras da densa floresta, Seokjin avançava com passos decididos, buscando por qualquer sinal de Namjoon. O silêncio da noite era interrompido apenas pelo farfalhar das folhas sob seus pés, enquanto a lua lançava sua luz tímida entre os galhos.

𝑬𝑵𝑻𝑹𝑬 𝑪𝑶𝑹𝑶𝑨𝑺 𝑬 𝑪𝑶𝑹𝑨𝑪̧𝑶̃𝑬𝑺 - 𝑨𝑩𝑶Onde histórias criam vida. Descubra agora