𖥻 Borboletas & Sangue. | Trolls (PAUSADA)

☀️.: 𝙮𝙤𝙪𝙩𝙞𝙛𝙪𝙡.

Está chovendo.
Uma chuva um tanto tormentosa.
Ventosa, bruta.
As folhas das árvores seguiram a mesma direção que o vento, saindo de teus galhos.

- Onde estou?
Olho em volta intrigado.
- A vila?
Me pergunto confuso.

Meu olhar se volta para minhas mãos.
Não havia nada em mim que enviasse o porque de estar ali.
Meus braços, não mais enfaixados.
Minhas mãos, levemente transparentes.

- Oque..?
Arregalo os olhos espantado.
Oque significava isso?
Estou delirando?
Uma resposta não tão distante conforme meu estado atual.

Ouço um choro atrás de mim.
Era um choro desesperado, desesperador, desesperados para quem escutasse.
O choro continha desespero apenas por ouvir.
O choro era familiar.

"- por quê... por quê Tronco?"
Uma voz feminina reconhecível se revelou quem ser ao chegar aos meus ouvidos.

Viro meu rosto lentamente para trás.

A garota estava segurando alguém em braços, mas de costas, não é óbvio.
Há muitos trolls por volta.
Alguns choravam, outros apenas cabisbaixos.

- Por quê chove?
Questiono com olhares voltados á todos ali.

Foi uma pergunta metafórica.
Chovia, mas não questionara o porque de maneira literal.
"Por quê chove?"
Por quê continuara uma situação depressiva?

Me levanto, ainda completamente confuso.
Me aproximo da rosada, que por sinal, estava menos brilhante do que o de costume.

- Ei, Poppy, oque há?
Pergunto inexpressivo.

Tento a chamar a tocando pelos cabelos.

- Poppy..?

Minha mão a atravessa.

Ali, eu paro.
Eu paro abismado, com os olhos 2 vezes mais arregalados do que o normal.
Tropeço para trás em dois passos, um impulso de espasmo.

- Que porra é essa?
Olho para minhas mãos, meus braços...
Tudo era meramente transparente.
Me tocar era atravesável.
Eu era o esquisito aqui.

- Pessoal? Alô???
O desespero tomou conta.
Encaro todos ali, mas ninguém parece me ouvir.
Analiso cada um deles, cada um de meus amigos.
Companheiros mais próximos de Poppy eram os mais tristonhos, choravam.

Não há nada com Poppy.
Fisicamente... bem.
Estava triste, porém viva.

- Por quê da tristeza? -

Eu me perguntava continuamente, em meus pensamentos, de formas diferentes, mas no mesmo intuito, objetivando uma resposta geral.

Tomo coragem para finalmente ver o motivo disso tudo.
Me aproximo de Poppy, a rodeio.
Fico em sua frente.

Ela segurava alguém...

Meu moletom...
Braços enfaixados, da forma delicada que ela as fez.

Um tiro na cabeça.
A ferida escorria descontroladamente.
Sangue desequilibrado, sangue incontrolável.