Capítulo 3

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KYLE JOHNSON 

Acabei esbarrando em um homem no bar, derramando meu drink de seis dólares sobre ele. Não sei se estou mais irritada com a bebida desperdiçada ou com a arrogância que fui tratada por um acidente. 

Volto para a mesa onde está Amber e Tiffany. Suspiro ao me sentar na cadeira e elas estavam tão entretidas que não viram a cena. 

— Não escolheu a sua bebida? — Amber fica confusa.

— Acabei derrubando num cara que apareceu na minha frente, do nada!

Cruzo os braços, irritada. Elas começam a gargalhar do acontecido, mas, não sabem o quanto isso foi constrangedor. 

— O destino está querendo lhe dizer para não beber mais. Amanhã você deve conhecer o seu futuro marido!

Olho para elas que estão zoando de uma situação que me deixa amedrontada. Escolho os ombros e suspiro, revirando os olhos. 

— Isso não é engraçado. Vou embora, já está tarde e ainda não conversei com o meu pai. 

Fico de pé, pegando a minha bolsa e me despeço das minhas amigas. 

Pego um táxi, que por sorte não fica tão caro até a minha casa. Estamos economizando depois de tudo que aconteceu, ainda estou a procura de emprego em um restaurante no centro da cidade. Aguardando a resposta ansiosamente. 

Ao entrar, o meu pai está de frente à televisão assistindo a um jogo de basquete. Tranco a porta e entro, desanimada. 

— Você esteve fora o dia inteiro.— ele olha para mim. 

— Estava pensando nessa enrascada que o senhor nos meteu. 

Ele desvia o olhar e parece triste com o que acabei de falar. Sei que ele não fez por mal, não posso ser tão grosseira. Sendo assim, sento no sofá ao lado dele. 

— Irei encontrar esse tal Richmond. Mas pai… se ele não quiser casar comigo? 

— Por que não iria querer casar com você? Uma menina linda, inteligente e determinada. Além do mais, ele não fará nada que lhe falte com… respeito. 

— Como assim? 

— Saberá disso quando ele conversar com você. 

Começo a entender que esse casamento não será verdadeiro. Talvez ele não queira uma esposa para ter uma vida matrimonial tradicional, e pensar assim me deixa um pouco mais aliviada. 

— Mas, supondo que ele desista… o que acontece? 

— Estará quebrando o contrato que eu assinei hoje. — ele dá um meio sorriso — Acho pouco provável. 

— Sério? Você estaria livre? 

— Hipoteticamente, sim. Ele estará quebrando o contrato e não eu. 

— Isso! Marque para que eu o conheça amanhã. 

— É sério, filha? 

— Claro, pai. Precisamos dar um jeito nisso, não é mesmo ?

Sorrindo, fico de pé e dou as costas. O meu plano precisa dar certo, fazer de tudo para que ele desista, quebre o contrato com o meu pai e assim, estaremos livres. Tudo deve ser da forma mais natural possível, para que ele me veja como uma mulher desagradável e não deseje se casar. 

Fico de pé animadamente, o meu pai me olha de canto de olho. Subo para o meu quarto e antes de chegar, passo em frente ao quarto do meu irmão e ouço a voz dele. Curiosa, abro a porta lentamente, sem fazer nenhum barulho e ele está de frente ao espelho. 

ALÉM DO SIMOnde histórias criam vida. Descubra agora