ALÉM DO SIM

Capítulo 9

KLAUS RICHMOND 

O que diabos ela está fazendo? 

Vestida dessa maneira, como uma pessoa… normal ? 

Ao ver Kyle descer do carro, olhando da cabeça aos pés como um idiota. Observando o quanto está linda nessa roupa. Mas esse não é o meu objetivo. Deveria estar exatamente como a conheci. 

Percebo que essa garota está fazendo de tudo para me irritar. Odeio quando os meus planos saem do programado, me deixando frustrado. Agora é tarde demais, e meus pais estão aguardando. 

Entramos de mãos dadas e observo a minha mãe se aproximar de braços abertos. 

— Aí estão vocês.— ela está animada — Nossa, como você é linda. 

Kyle sorri e trocam beijos na face em cumprimento. Olho atentamente, ainda enraivado com a mudança. 

— Senhora Richmond, é um prazer conhecê-la. O Klaus falou muito sobre vocês. 

— Eu?— Olho perplexo. 

— Claro, querido. Não tente bancar o “durão” na frente da sua família. 

Fuzilo Kyle com o olhar, percebendo que essa noite será um tanto surpreendente e irritante. 

— Fico feliz em saber disso, meu filho é um tanto reservado e não vem a nossa casa com frequência. Espero que isso mude! 

A minha mãe me olha de canto e então indica a sala de estar. Seguimos até o cômodo, e Kyle caminha quase a flutuar nesses saltos. Cadê a garota que rebolava o quadril de um lado para o outro, de forma chamativa? 

Devidamente sentados, ela tem uma postura elegante e olha para minha mãe com tamanha doçura que me deixa irritado. 

— Meu filho não nos disse o seu nome.— minha mãe afirma. 

— Kyle Johnson, senhora. 

— Lindo nome, Kyle. Fico feliz em saber que ele está se permitindo ter alguém. 

— Eu que me sinto feliz em poder desfrutar momentos ao lado dele. — a garota sorri. 

Olho para esse diálogo, começando a acreditar o quanto essa menina é ardilosa e inteligente. 

Observo as funcionárias trazerem taças de vinho e servir a cada um. Depositam bandeiras de aperitivos como entrada para o jantar que logo será servido. 

O meu pai aparece na porta, manuseando a sua cadeira de rodas. Kyle fica de pé, arrumando o vestido e cruza as mãos à frente do corpo. 

— Senhor Richmond, boa noite.— ela mantém o sorriso singelo nos lábios. 

— Então é você, a noiva do meu filho. — ele olha atentamente, sempre desconfiado. 

— Exatamente, senhor. Afirmo isso com muita alegria. 

— Sente-se! 

Ele indica que ela volte a sentar. Passo a mão no rosto, inquieto e nervoso. Nunca imaginei estar passando por uma situação tão embaraçosa. Por esse motivo, nunca trouxe nenhuma mulher até essa casa. 

— Fiquei surpreso quando o meu filho informou sobre ter uma noiva. Ele nunca nos falou nada.— Meu pai começa a sondar — Estão juntos a quanto tempo? 

— Um ano…

— Dez meses…

Falamos ao mesmo tempo. Olho para ela, que também me olha um tanto assustada pela falta de coerência em nossas respostas.