Capítulo 14

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KYLE JOHNSON 

Ficar sozinha nesse quarto onde as paredes são troncos de árvore, incluindo o banheiro, me causa calafrios. Não é devido a temperatura extremamente negativa, mas, por conta do temor que começo a sentir. 

Esfrego os meus braços, respirando fundo e me preparo para um banho quente. A pior parte foi quando estava embaixo do chuveiro e ouvi lobos uivando lá fora. 

— Ah, não!— me tremi inteira. 

Sai do banheiro amarrando a toalha no corpo desajeitadamente. Os cabelos estão amarrados num coque bagunçado, nos pés uma pantufa e sai do quarto apavorada. 

Abro a porta do quarto de Klaus e ele também está de toalha. Olha para mim surpreso por minha entrada repentina. 

— O que aconteceu?— ele me olha da cabeça aos pés. 

Pela primeira vez, consigo vez o abdômen definido, músculos acentuados e cabelos molhados. Como uma escultura masculina, ele é muito atraente. 

— Kyle, o que houve?— ele se aproxima. 

— Você não ouviu? São lobos, LOBOS!— Tremo ao falar. 

— Qual o problema? Estamos na Lapônia, floresta, neve, lobos e ursos são completamente normais por aqui. 

— Ursos?— arregalo os olhos. 

— Claro, ursos! — ele olha o meu corpo por um bom tempo — Melhor se vestir, vai ficar com muito frio. 

Inesperadamente, ele tira a toalha e fica completamente nu. Sem nenhum pudor, dá às costas mostrando a linda bunda arredondada. Cubro meus olhos, mas, deixo um pequeno espaço entre eles.

— Você está nu, bem na minha frente.— reclamo. 

— Qual o problema, estou no meu quarto. Você é minha esposa. 

— Mas não é verdade! 

Fico muito nervosa e ele veste uma cueca preta. Tiro as mãos dos meus olhos e agora consigo observá-lo. O que mais me chamou a atenção foi o volume coberto na cueca, fico imaginando-o naqueles momentos, isso tudo ali dentro deve triplicar de tamanho. 

Mas… que merda estou fazendo?!

Respiro fundo e tento me recompor dos pensamentos eróticos. Ergo os ombros e melhorei a postura, tentando ignorar o que está chamando a minha atenção. 

— Eu fiquei assustada, mas… já passou!— dou as costas indo em direção a porta. 

— Tem certeza?— ele questiona. 

— Claro! 

Respondo com convicção, mas quando passei da porta e chego no corredor com paredes de madeira, com a iluminação levemente escura e ouço o lobo uivar ainda mais altos, meu coração acelera e volto correndo para o quarto de Klaus. Ele é pego desprevenido enquanto se esquentava em frente uma lareira no quarto. Me jogo nos braços dele abraço com força. 

— Se esses animais conseguem entrar? Meu Deus!— choramingo com o rosto colado no peito nu de Klaus. 

Ele fica em silêncio e eu olho para cima para saber por que não diz nada. Nossos olhos se encontram e me dou conta que estamos grudados um no outro. Sinto o calor do corpo dele me envolver e confesso que é um lugar muito agradável para estar. 

— Desculpa!

Sinto meu rosto corar e me afasto. Ele me olha fixamente, consigo sentir a tensão vindo desse olhar e isso me deixa ainda mais constrangida. 

— Dormi aqui!— ele aponta para a cama. 

— Como assim? Dormir com você? Na mesma cama? Claro que não.— balanço a cabeça em negação. 

— Eu posso dormir na poltrona, então.— ele aponta para o móvel. 

— Tadinho, é tão desconfortável.— penso em voz alta, quando me dou conta, aperto os lábios e analiso. — Ok, você dorme comigo, mas… comporte-se! 

Olho para a cueca dele e posso jurar que existe uma leve ereção nesse momento. Isso me instiga, mesmo sendo virgem. Na verdade, eu tive namorados e fizemos algumas… preliminares, mas nunca consumimos o ato definitivamente. Nenhum deles me deixou segura o suficiente. Isso não quer dizer que eu seja uma garota ingênua e inocente. Eu sinto desejos e posso expressá-los se me sentir segura.

— Pare de picuinhas e vamos dormir.— ele revira os olhos e vai até a cama. 

— Ei!— chamo a atenção dele. 

— O que foi agora?— Klaus revira os olhos. 

— Esse é o meu lado da cama. O seu lado é o direito.— aponto para o lugar. 

— Não acredito que isso seja mesmo necessário.

Ele está surpreso, mas se move até o lado direito da cama. Nunca me casei, mas sempre que dormi com alguma amiga, sabia que tinha um lado da cama que é o meu predileto. 

Nos deitamos após apagar as luzes e deixar um abajur aceso. Estamos enrolados e olhando para o teto em silêncio. Klaus não disse nada, apenas olhando para cima. Não consigo mover o meu pescoço, pois a tensão está impossibilitando que eu faça isso. 

— Isso é muito estranho.— sussurro. 

— O que?— ele se vira, ficando deitado de lado e me olha atentamente. 

— Casamento, lua de mel… dividindo a cama com você. Tudo é muito… estranho.

— Estranho para mim é estar deitado ao lado de uma mulher atraente e não estar transando com ela.

As palavras dele me deixam surpresa. Olho para Klaus e sinto o rosto arder. Provavelmente estou corada e não consigo disfarçar. 

— Hora de dormir!

Viro para o lado oposto e fecho os meus olhos. Minha imaginação aproveitou esse momento para fantasiar cenas indecentes junto dele. O meu subconsciente está bastante eficiente nesse sentido. 

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“ Sinto o corpo de Klaus ficar lentamente sobre o meu. Nossos olhos fixam uns nos outros e o peso do corpo dele que se posiciona entre as minhas pernas me deixam muito excitada. 

Mordo o lábio inferior quando ele segura em meu queixo, como um dominador ou predador que encontrou a presa correta. 

— É isso mesmo que você quer?— ele questiona a me encarar.

— Sim, eu quero!

Respondo enquanto sinto o pau deslizar entre as minhas pernas e…”

Abro meus olhos, arregalando-os e com a respiração ofegante. Me dou conta que estava sonhando e olho para o lado, vejo que estou abraçada com Klaus que dorme tranquilamente. Fico assustada e me afasto. 

— O que…

Ele fala enquanto abre os olhos sonolento, percebe que está com a mão em minha cintura. Quando ele olha para mim também se assusta e senta na cama. 

— A quanto tempo está acordada?— ele pergunta atordoado. 

— Acabei de acordar. Eu… vou para o meu quarto e…— fico de pé apressadamente. 

— Por que está nervosa?— ele coça o olho ainda sonolento. 

— Não estou nervosa!

Respondo enquanto caminho e acabo esbarrando em um móvel, o dedo mindinho topou na madeira e sinto a dor me consumir. 

— Droga! 

Mancando por conta da dor, caminho para fora do quarto e sinto a respiração acelerada. Recordo do sonho e percebo que foi algo muito real, a ponto de me deixar excitada. Isso não pode sair do controle. 

Voltarei para o meu quarto, irei me preparar para um novo dia e fingir que nada disso aconteceu. Assim espero, pois é muito difícil esquecer aquele membro rígido no sonho. 

Foi apenas um sonho!

ALÉM DO SIMOnde histórias criam vida. Descubra agora