Capítulo 6

564 116 3
                                    

KYLE JOHNSON 

No dia seguinte ao jantar

— Foi o maior mico que já passei em toda a minha vida!

Afirmo, batendo a cabeça duas vezes na mesa de madeira da cozinha. Amber está em minha casa, sentada à minha frente. 

— O que você fez? 

— Falei de boca cheia, comi como uma porca e ainda limpei a boca com a minha mão. Sem contar que disse a ele que iria apertar a bochecha do pai dele. Ah, não!— Cubro meu rosto com as mãos. 

A gargalhada da minha amiga ecoou na cozinha. Ela chegou a engasgar e tomou goles generosos de água para aliviar. 

— Para, assim você me deixa ainda pior. — reclamo. 

— Eu falei como se fosse uma mulher interesseira. O que ele está pensando de mim agora? 

— Isso importa? 

— Claro que não!— falo mais alto — O homem é elegante, educado, bonitão. Imagina só ele ter uma acompanhante como eu! 

— Ao menos deve fazer com que ele se afaste. Então você conseguiu o que queria, é isso que importa. 

— Exatamente!— suspiro. 

Olho para os pães, bolo e suco que servi para o café da manhã. Não sinto vontade de comer, aguardando a notícia de que ele não deseja se casar. 

Nesse momento, a campainha toca. Pulo da cadeira, olho para Amber e faço um gesto pedindo silêncio. Vou até a sala e quando abro a porta, observo um homem de terno e pasta na mão. Ele é jovem, mas, o estilo o deixa com uma aparência mais velha. 

Por sorte, estou usando um vestido confortável para ficar em casa. 

— Olá, o que deseja? — observando os óculos, recordo desse homem conversando com o meu pai. 

— Sou Oliver Dank, estou aqui a mando do senhor Richmond. 

— Ah, entre! 

Indico o sofá e ele vai até o móvel. Me preparo para incorporar o personagem e fazer uma cena como se estivesse triste ao saber que ele não me deseja como esposa. 

— Eu sei, eu sei…— levo a mão à testa — O meu coração está dizendo que ele não deseja se casar comigo. Ah, não… estou devastada. 

Fecho os olhos, depois, abro um olho para ver se ele está atento a minha cena. 

— Se a senhorita deseja se casar com ele, isso é bom. O senhor Richmond ordenou e estou aqui com o contrato para que assine e em breve, acontecerá o casamento. 

— O QUÊ? — Grito. 

Estou em choque. Não é possível que depois desse jantar, ele decida se casar mesmo assim. Só estando muito desesperado, ou como se não existisse nenhuma mulher no mundo, a não ser eu. 

— Mas…

— Não está feliz, senhorita Johnson? 

— Eu ?— Meus olhos estão arregalados — Claro! 

Abro um largo sorriso falso, vou até ele e olho para o contrato que parece mais um livro. Folheei superficialmente as páginas ainda abismada com a notícia. 

— Precisa ler com calma. O senhor Richmond deseja vê-la novamente para fechar o contrato, então, poderá assinar essa tarde, na presença dele. 

— Isso é mesmo necessário?— suspiro. 

ALÉM DO SIMOnde histórias criam vida. Descubra agora