Resgate - LUTTEO

Um beijo e Tacos não se nega para o Capitão

Matteo

         Os olhos de Luna ainda observavam o andar inferior através da parede de vidro espelhado do meu escritório quando retornei do banho mais rápido — mas não menos caprichado — que já tomei na vida.

         Pedi licença para ela assim que a deixei em segurança no unico lugar onde os urubus dos meus subordinados não ficariam em cima dela. Não que eu seja possessivo ou algo do tipo, principalmente com alguém que mal conheço, ainda que esse alguém seja uma mulher linda com pouco mais de 1 metro e meio de altura, olhos verdes profundos e lábios naturalmente cheios e que depois de ontem comprovei serem deliciosos. Não, é apenas... Segurança.

         Fechei a porta atrás de mim e o barulho chamou sua atenção fazendo-a virar o rosto na minha direção. Seu olhar passeou indiscretamente pelo meu peitoral marcado pela camiseta do uniforme limpo.

         Quando seus olhos encontraram os meus, ela pareceu sair do pequeno transe em que estava e seu rosto foi tomado por uma coloração rosada e ela os desviou rapidamente olhando para as próprias mãos que torciam os dedos um no outro em um claro sinal de nervosismo.

         Quando o silêncio perdurou por tempo demais e decidi falar, Luna tomou a frente falando primeiro:

         — Desculpe ter aparecido assim sem avisar.

         — Está tudo bem, na verdade até gostei que tenha vindo.

         Seus olhos me encararam em clara surpresa pelo o que falei e seus lábios se abriram e fecharam novamente parecendo buscar o que falar. Por fim suspirou profundamente e tossiu limpando a garganta em uma tentativa de disfarçar.

         — Eu estava fazendo tacos para o jantar e lembrei que talvez você poderia ainda não ter jantado e como falou ontem sobre querer experimentar, achei que seria uma boa ideia trazer pra você.

         Nervosa. Luna estava nervosa e só isso explicava o tanto que tinha falado em apenas uma frase quase atropelando as palavras de tão rápido que falou.

         Sorri e dei um passo em sua direção ao mesmo tempo em que ela deu um para trás.

         — Tenho a certeza de que estão deliciosos.

         Mais um passo meu para frente, mais um dela em recuo.

         — Théo disse que sim — Sorriu ao citar o filho. Seu olhar sem desviar do meu — Mas agora também me dei conta que poderia ter esperado e entregado para você quando chegasse do plantão.

         Dei mais um passo largo em sua direção mas dessa vez quando tentou recuar, Luna chocou as costas na parede do fundo do meu escritório e acabou se encurralando, sem ter para onde fugir.

         — Eu adoraria receber a sua visita no meu apartamento, mas confesso que sua presença aqui hoje tornou meu dia mais... Especial.

         A proximidade me permitiu visualizar quando sua garganta ondulou ao engolir em seco. Seu peito subia e descia rapidamente ocasionado pela respiração descompassada.

         Suas íris esverdeadas se transformaram em apenas um anel colorido e estavam quase que completamente escuros devido a pupila dilatada. Não duvidava que os meus também não estivessem iguais.

         Espalmei uma das mãos na parede acima da sua cabeça e com a outra, enfiei meus dedos entre os cabelos de sua nuca e inclinei seu pescoço em minha direção.

         Luna suspirou audivelmente quando meu nariz encostou no pescoço fino, fiz uma trilha até sua orelha e depositei um beijo logo abaixo dela.