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O cheiro de naftalina era tão forte que Yoongi quis espirrar, por isso acordou. Mas acordou tão desnorteado que não sabia dizer onde estava, só que conseguia ver tudo branco e brilhante ao ponto de doer os olhos. Ardiam todos aqueles feixes de luz, mas o que mais doeu foi quando resmungou ao acordar e a primeira coisa que ouviu foi um grito.

Yoongi olhou para o lado sem entender o que estava acontecendo, apenas viu a silhueta muito magra. Piscou uma, duas, três vezes. Tentou se sentar, mas o corpo doía, e a boca estava tão seca que não conseguia dizer nada.

Quando novamente olhou para cima, se assustou. Era como ver uma assombração, ele via seu irmão em cima de si. Com os olhos abertos, arregalados e os lábios secos, rachados. Yuta estava mais magro que o normal. Yoongi tentou dizer algo, mas sua voz não saía. Ele apenas sentiu os lábios de Yuta pressionando os seus. Era nojento,  uma ânsia de vomito subiu em sua garganta e ele não conseguia respirar. 

Ele se debateu, tentando afastá-lo, e de repente veio o alívio de ter se livrado daquele pesadelo.

— Filho da puta. — Hoseok puxou Yuta pelo cabelo e enfiou a faca em sua garganta, pela boca.

Yoongi se assustou, sentiu como se todo seu sangue tivesse esvaindo do corpo e então fechou os olhos novamente quando uma dor tomou conta de seu peito. Ele rolou os olhos para cima, tentava gritar, mas não conseguia. Então, novamente perdeu a consciência.

Hoseok não percebeu que Yoongi havia acordado, estava cego de ódio. Não queria escutar qualquer balela a respeito de toda a vingança que Yuta carregava, não se importava em saber o que ele queria com aquele beijo, o que sentia e muito menos suas predileções. Hoseok entendia por uma linha, era nojento e ele precisava morrer.

O maldito beijo fez os batimentos cardíacos de Yoongi aumentarem, ele estava tendo uma convulsão logo após acordar. Ele tentou chamar por Hoseok, pedir para parar, mas dava para ver que ninguém o escutava, seus olhos não se abriram novamente.

Então, quando os enfermeiros entraram no quarto, Hoseok esfaqueou os dois olhos do homem, deixando-o gritar.

— Se Yoongi morrer, serão vocês no lugar dele. — Hoseok falou para os enfermeiros que tentavam ajudar Yoongi, mas tinham medo. — Estão parados por quê?

Ele pegou Yuta pelo couro cabeludo e o arrastou devagar, quando uma parte do cabelo veio em suas mãos porque ele se debatia, o soltou no chão e chutou a cabeça dele até desmaiar.

— Alguma ordem, senhor? — Fazia tempo que não ouvia a voz de Lia, ela não parecia aterrorizada. — Leve-o até o subsolo da mansão.

— Sim, senhor.

— Tem notícias dos outros? — Quando Hoseok se calou, alguns paramédicos chegavam enquanto seus homens puxavam o corpo desacordado de Min Yuta.

Em cima da cama estava Namjoon, Jungkook corria ao lado dos médicos que praticamente o empurraram para longe. Então o corpo enorme, ferido e cheio de sangue de Namjoon sumiu no corredor do hospital.

Hoseok viu a cena como um vulto, parecia ter sido um relapso de memória. Nunca sequer havia visto Namjoon desacordado, muito menos ensanguentado.

— Hobi... — Jungkook não se preocupou que havia sangue na roupa de Hoseok, ele se entregou ao choro, deixando-se abraçar. — Eu estou tão cansado desse hospital.

— Vassiliev?

— Morto. Taehyung o matou.

— Ótimo.

— Taehyung vai se vingar da família toda.

Hoseok balançou a cabeça. Aqueles russos eram como enxames, tinha em todo canto. Uma família enorme. Quanto mais cortava uma cabeça, duas apareciam.

KARMA |  SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora