Mean(t) To Be

Capítulo 47

Christopher estava impaciente, sentado em uma poltrona, na casa do pai em Dallas. Para ele, não importava o que fosse dito, nunca aceitaria alguém insinuando que Katherine era responsável pelo caos na Norman. Minutos depois, Alexander entrou na sala e com ele estava Theodore e mais um outro homem: Gordon Lewis.

"Espero que saibam que eu vim apenas para dizer que não acreditarei em uma palavra dita contra Katherine." Christopher falou com tranquilidade.

"Não são apenas palavras, filho. São fatos." O mais velho dos Norman retrucou.

"Ele certamente não sabe que a namoradinha assistente é uma... Conte para ele, Gordon, conte que tipo de pessoa Katherine é!" Theodore colocou mais fogo na discussão.

O diretor financeiro baixou a cabeça, evitando olhar para os homens na sala, mas começou a falar:

"Katherine descobriu que eu maquiava os dados financeiros dos contratos e passou a me chantagear. Comecei a comprar o silêncio dela com grandes quantias de dinheiro, depositadas na conta do verdadeiro namorado dela, Aaron. Ela o trouxe para trabalhar como assistente do seu irmão Theodore, mas sem se envolver. Ela sabia que Theodore precisava de um assistente e Aaron logo se apresentou para a vaga. Enquanto isso, ela conquistava sua confiança e conseguia tirar proveito do status em estar com você. É tudo um plano dela."

Christopher interrompeu Gordon com uma risada incontrolável. Os outros homens o olhavam incrédulos, até que Alexander interrompeu:

"Christopher, se recomponha! Esse é uma assunto muito sério!"

Passando a mão pelos olhos, Christopher respondeu:

"Vocês são hilários! Katherine participando de uma loucura dessas... Ótima piada."

"Você não acredita por quê? Ela já conseguiu sua confiança, pelo visto. Francamente, Christopher, você já foi mais inteligente." Theodore provocou..

"Hmmmm... Certo, então, meu estimado irmão. Vamos supor que seja verdade..." Christopher levantou-se, andando pela sala e indo ao encontro do irmão, encarnando-o. "Se, por acaso, Katherine acobertou Lewis, quem é o maior culpado aqui? Quem estava forjando contratos na empresa? Gordon Lewis, pelo que acabaram de me contar." O olhar de Christopher ficou mais desafiador. "A única ligação entre Katherine e Aaron foi terem estudado juntos na faculdade, eu já sabia que eles se conheciam!"

"Katherine é uma cobra peçonhenta, uma víbora ardilosa!" Gordon Lewis interrompeu Christopher.

O presidente da Norman Dallas lançou um olhar furioso ao homem que acabara de falar. Com raiva e desprezo, falou:

"Você é um filho da puta, um dos mais covardes que eu já tive o desprazer de conhecer! Katherine precisava fazer a porra do seu trabalho e entregar o que eu pedia no prazo porque você estava muito ocupado jogando golf e traindo sua mulher em horário de trabalho!" Christopher segurou a gola da camisa de Lewis, soltando sua raiva por entre os dentes: "O que você está fazendo, hein? Você sabe muito bem que tudo isso é mentira e está acusando alguém inocente, acobertando outra pessoa! Eu sei a verdade, Gordon Lewis. Eu sei o que você esconde. Você pode convencer meu pai acusando Katherine, mas a mim? Nem no inferno! Não tem nem coragem e caráter para não cair numa chantagem barata... Você está ganhando o que com isso, hã? Decadente. Patético."

Christopher largou o homem depois que Alexander entrou entre os dois:

"Christopher, pare! Aceite!"

"Vão se foder vocês todos!" Christopher gritou. "Fui paciente demais com tudo isso! Katherine é inocente! Eu conheço Katherine, EU CONHEÇO KATHERINE, ENTENDERAM? E vocês não tem nenhuma prova contra ela além das palavras desse imbecil!"

"Palavra e comprovação nas contas bancárias de Aaron também, Christopher. Ainda temos imagens dos dois juntos em um bar, muito próximos, não faz muito tempo." Alexander argumentou.

"E qual a prova concreta de que Katherine participou, ou melhor, arquitetou isso tudo? Vocês não têm, simplesmente porque ela não fez parte e é tudo mentira!"

"Pai, eu avisei que ele não acreditaria, está cego por essa mulher." O irmão mais novo de Christopher respondeu com a voz mansa.

"Theodore, eu sei o que você está fazendo." O presidente da Norman Dallas apontou o indicador no nariz do irmão. "Você vai se arrepender, seu imbecil. Sua hora vai chegar."

Virando-se para todos, Christopher adicionou:

"Todos vocês vão se arrepender. Todos."

Dizendo isso, saiu da sala batendo a porta com força em direção ao carro, arrancando à toda velocidade pelas ruas de Dallas.

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"Christopher?"

Katy abriu os olhos, ainda sonolenta, em cima da cama confortável de Christopher. Já passava da meia-noite quando ele chegou da casa do pai e sentou-se na enorme poltrona do quarto. Segurava uma caixinha pequena e um anel caro, com um diamante solitário, observando a respiração pesada de Katy.

"Estou aqui. Não quis te acordar." A voz dele era suave. Levantou-se, colocando a caixinha do anel dentro de uma gaveta ao lado da cama, sem que ela percebesse por causa da escuridão no quarto.

"Nós chegamos de viagem e você nem descansou, foi direto para a casa do seu pai... Venha, durma um pouco, eu posso ir para a sala caso queira mais espaço..."

Christopher tirou a camisa e a calça, e deitou ao lado de Katherine. Abraçou-a de costas para ele, sentindo o cheiro do cabelo perfumado dela, tentando esquecer a conversa de horas atrás na casa do pai.

"Você está tenso. Aconteceu alguma coisa grave?"

Ele soltou a respiração como se procurasse algum alívio para o nó em sua garganta.

"Christopher...?" Katy virou o corpo para encará-lo. Depois tocou os cabelos dele com a ponta dos dedos e o viu fechar os olhos.

"Katherine... Eu te amo. Independente do que aconteça... Eu te amo."

"Não sei se fico feliz por ouvir isso, ou extremamente preocupada."

"Eu me preocupo por você." Ele abriu os olhos para encarar o verde olhar de Katherine.

"O que está acontecendo? Eu sei que as coisas não estão bem. Fale comigo."

"Confie em mim. Você confia?" Ele falou como se a salvação dele dependesse do 'sim' de Katherine.

"Confio muito. Muito."

Christopher então tomou a boca de Katy e a fez sua como se fosse a última vez. Antes de dormir, quis congelar aquela noite para que não amanhecesse. Um futuro sem Katherine era doloroso demais.