Desencontros

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Joaquín Piquerez

Era uma daquelas noites agradáveis que São Paulo nos proporciona de vez em quando. O céu estava estrelado, e uma brisa suave anunciava a chegada do outono. Depois de um dia de treino intenso no CT, por conta do próximo jogo, estava ansioso para a noite que se aproximava. Combinei com Veiga de passar em sua casa antes de irmos juntos para o bar que os meninos e as meninas haviam marcado.

Ao chegar em casa, senti a familiar sensação de relaxamento. Meus músculos, que estavam tensos após os treinos pesados, começaram a se acalmar. Decidi aproveitar o tempo livre antes de sair para me arrumar. Me joguei no sofá e, por puro instinto, peguei o controle do videogame. Uma rápida partida de FIFA para liberar a mente e descontrair.

Após a descontração virtual, subi para o quarto e comecei a me preparar para a noite. Selecionei um conjunto casual, mas estiloso. Uma camiseta preta, jeans confortáveis e um par de tênis brancos. A escolha perfeita para um bar descontraído. Nada exagerado, apenas apostando no básico bem feito.

Com a roupa escolhida, dei uma última olhada no espelho. O cabelo estava arrumado no ponto certo, e eu me sentia confiante com o visual escolhido. Peguei as chaves do carro e saí de casa.

O caminho até a casa de Veiga foi tranquilo, com o som de uma playlist animada preenchendo o interior do carro. Cheguei ao condomínio onde ele morava, e, como combinado, ele já estava me esperando do lado de fora.

– E aí, irmão. Pronto para a noite? – pergunto assim que ele se senta ao meu lado.

– Nasci pronto. Uma pena não poder beber do jeito que eu queria. Mas dá pra fazer uma brincadeira. – ele ri enquanto colocava o cinto.

A viagem até o bar foi marcada por risadas, histórias e aquela sensação de camaradagem que só uma amizade verdadeira pode proporcionar. Conversamos sobre o treino, os próximos jogos, e é claro, sobre os nossos planos para a noite.

Chegando ao local, percebemos que o bar tinha uma vibe acolhedora. Optamos por estacionar na rua próxima, já que o bar não contava com um estacionamento próprio. Descemos do carro e caminhamos até a entrada, onde já se ouvia o som de uma banda ao vivo. Estava um tanto cheio para um dia de semana.

O ambiente era descontraído, com mesas ao ar livre e uma área reservada para quem preferisse um pouco mais de privacidade. Escolhemos uma mesa estrategicamente posicionada, onde podíamos apreciar a música ao vivo sem sermos surpreendidos pelo volume excessivo de pessoas.

Lorena, Gustavo e Richard haviam chegado, e o ambiente já estava cheio de risadas e conversas animadas. Cumprimentamos todos calorosamente antes de nos acomodarmos com eles. Eu decidi me manter apenas nos drinks sem álcool, quero evitar possíveis problemas no treino amanhã. Os meninos acabaram indo na minha, então, apenas Lorena estava bebendo.

– E aí, galera. Quais expectativas para o jogo? – Gustavo incentiva mais assuntos.

Começamos a falar das nossas expectativas e até Lorena entrou no assunto. Endrick e Veiga mergulharam em uma discussão sobre a liga europeia, compartilhando algumas opiniões sobre os times e os jogadores. A conversa fluía leve e o clima estava bem agradável. Entretanto, algo mudou quando, ao virar meu olhar casualmente, me deparei com a entrada das três mulheres: Mariana, Bianca e Alessandra. Mas havia alguém mais.

O tal Henrique, o suposto ficante de Mariana, estava acompanhando as meninas. Revirei os olhos mentalmente quando vi ele segurando a mão da Mari e um sentimento de desânimo tomou conta de mim. Elas se aproximaram, e eu não pude evitar notar que Mariana estava radiante ao apresentar o novo namorado.

– Pessoal, esse é Henrique. Henrique, esses são meus amigos do CT. Veiga, Endrick, Richard, Gustavo, e esse é Joaquin. – Mariana nos apresentou com um sorriso, e meu cumprimento foi feito mais por educação do que por entusiasmo.

Ojitos Lindos | Joaquín PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora