Matadinha de saudade

547 36 11
                                    

Entro na casa de Joaquín com ele, sentindo o clima ameno que pairava no ar nos abraçar, como se uma chuva iminente estivesse prestes a cair. Ele pegou a bolsa que eu havia trazido e a levou para o quarto dele, enquanto eu me acomodei no sofá, sentindo a fome começar a se manifestar quando minha barrica ronca.

– Sabe, acho que estou com um pouquinho de fome... – comento quando o vejo se aproximar.

– Vamos pedir algo para comermos. – ele prontamente tira o celular do seu bolso.

O vejo abrir o aplicativo de delivery e logo fazer o pedido de comida japonesa. Enquanto aguardávamos a chegada da comida, ele se sentou ao meu lado no sofá e, sem pensar duas vezes, me abraçou, me enlaçando em seus braços.

– Você estava incrível hoje em campo, Joaco. Estou muito orgulhosa de você. – disse eu, apreciando o calor de seu abraço.

– Obrigado, Mari. Mas sinto que poderia ter feito mais... – murmurou ele, com um leve suspiro, me fazendo o encarar em choque.

– Você está na sua melhor fase, Joaco. E eu sei que ainda virão muitos gols, especialmente aquele que você prometeu a mim... – brinquei, olhando em seus olhos.

Seus lábios se curvaram em um sorriso, e ele me encarou com um brilho diferente.

- Não esqueci da minha promessa, linda. – diz com o sorriso ainda nos lábios. – Aquele gol ainda vai sair e será dedicado para você. – afirma com convicção.

Antes que pudéssemos nos aprofundar mais na conversa, Joaquín mencionou algo que havia notado durante o jogo, e sua voz, de repente, ganhou um tom de ciúmes disfarçado.

– Eu... eu percebi alguns olhares de Pedro Raul para você enquanto estava atendendo Gabriel Menino... – admitiu ele, tentando soar casual.

– Com ciúmes, Joaco? – mordo meus lábios, tentando segurar uma risada, enquanto o provocava. 

– O que? Claro que não! – ele nega rapidamente, mas a sua expressão o denunciava descaradamente.

– Ah, então estaria tudo bem se eu e o Pedro Raul tivéssemos um caso... 

Antes que eu pudesse terminar a frase, Joaquín agiu rapidamente, me deitando no sofá e se posicionando sobre mim. Seus olhos ardiam com intensidade enquanto encarava os meus.

– Você é só minha, Mariana. E, se isso acontecer algum dia, pode ter certeza que o Corinthians sofrerá com o desfalque de um atacante.

Um sorriso se formou em meus lábios enquanto eu admirava sua determinação. Ele então se inclinou e me beijou apaixonadamente, seus lábios encontrando os meus em um gesto cheio de desejo e carinho.

O beijo foi interrompido bruscamente pelo som da campainha anunciando a chegada da comida que havíamos pedido. Eu ri, sentindo meu coração acelerado pela proximidade e pela intensidade do momento que compartilhamos.

Enquanto Joaquín e eu nos aproximávamos cada vez mais, uma mistura de emoções tomava conta de mim. Seus ciúmes declarados, apesar de disfarçados, mexiam comigo de uma maneira que eu não conseguia ignorar. Era reconfortante e ao mesmo tempo excitante saber que ele me via como sua, e somente sua.

Cada vez que nossos lábios se encontravam, sentia um turbilhão de sensações percorrer meu corpo. As borboletas no estômago faziam sua dança frenética, e um calor delicioso se espalhava por cada centímetro de minha pele. Era como se o simples toque de seus lábios despertasse um fogo interior que me consumia de desejo.

E quando ele me encarava com aquele olhar cheio de paixão e desejo, meu coração disparava e eu sentia um frio na barriga que só aumentava a intensidade do momento. Cada vez que seus olhos encontravam os meus, eu me via perdida em um mar de emoções, me entregando completamente àquele sentimento avassalador que nos unia.

Ojitos Lindos | Joaquín PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora