Borboletas em campo

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A manhã estava radiante depois do agradável fim de semana que tive. Aquele dia na casa de Gustavo foi incrível, eu e as meninas trocamos telefones e já tratamos de criar um grupo no WhatsApp, e foi lá que eu procrastinei durante todo o meu domingo. A luz solar entrava pelas cortinas, banhando o quarto com tons dourados. Me estiquei sob os lençóis antes de me levantar.

O banho frio matinal me trouxe uma onda revigorante e me fez despertar quase que instantaneamente. Deixei que a água escorresse pelo meu corpo, lavando qualquer resquício de sono, enquanto a rotina habitual de cuidados pessoais seguia seu curso. Me envolvi na toalha quando saí do chuveiro e me encarei no espelho.

Optei por um visual descontraído para aquele dia. Uma camisa verde de algodão de gola alta e uma calça jeans confortável. Nos pés, coloquei meu tênis favorito, pronta para encarar o dia que se desenhava. Penteio meu cabelo e o deixo solto e molhado, não tinha nenhuma preocupação de fazer qualquer tipo de penteado ou até mesmo de usar o secador.

Alessandra já havia saído, ela teria que chegar bem cedo pois precisava entregar a dieta dos jogadores. Hoje, meu expediente começaria um pouco mais tarde, chegaria apenas a tempo de acompanhar o treino da equipe mais uma vez. Peguei as chaves do carro, animada por poder estar fazendo aquilo que amava no melhor lugar do mundo. O corredor do meu andar estava no seu usual silêncio matinal. Sigo até o elevador e aperto o andar da garagem.

O percurso até o CT foi tranquilo, ainda mais pela tranquilidade das ruas naquele horário matinal. O dia estava fresco, então nem me preocupei em ligar o ar-condicionado. A brisa fresca da manhã se infiltrava pelas janelas abertas do carro, tornando a viagem mais agradável do que de costume.

A chegada foi surpreendentemente rápida, graças à falta de trânsito, me permitindo estacionar meu carro sem demora. Ao adentrar o CT, o ambiente estava impregnado com a energia vibrante do início de mais um dia de treinos e atividades intensas.

Adentrando a ala médica logo vejo Aurora, focada no atendimento de um jovem talentoso da base.

– Bom dia, Aurora! Como estão as coisas por aqui? – a cumprimentei, recebendo um sorriso caloroso em resposta.

– Bom dia, Mari! As coisas estão bem tranquilas. Hoje estou responsável pelas estrelas em ascensão. – o menino que ela atendia a agradece com um belo sorriso.

– Hoje vou ficar no treino mais uma vez. – coloco a minha bolsa no meu armário e pego o meu uniforme, que estava guardado no mesmo local. – Vou me trocar e já vou indo para lá.

Diferente do horário que eu havia saído de casa, o sol já estava começando a dar sinais de vida, anunciando que iria brilhar mais que o normal naquela tarde. Segui até o campo e vejo Pedro, um dos estagiários, que ficou responsável por me ajudar naquela manhã.

– Bom dia, Mariana. – ele diz quando vou ao seu encontro e começamos a andar em direção ao campo.

– Bom dia, Pedro. – sorrio em sua direção. – Vamos começar a organizar as coisas e deixar tudo preparado para quando os jogadores chegarem.

Começamos a dispor os equipamentos médicos, garantindo que cada item estivesse no lugar certo. Enquanto organizávamos os materiais, trocávamos ideias sobre a expectativa para o treino e as perspectivas da equipe para a temporada. Assim como eu, Pedro era fanático pelo time.

– Vamos deixar o kit de primeiros socorros aqui mesmo. – deixo a bolsa em cima de uma das cadeiras.

– E aí, Mari. Como passou o fim de semana? – ele pergunta interessado.

– Foi bem legal. Fui a um churrasco no sábado e conheci uma galera bem legal. – obviamente eu não iria contar que estava na casa do Gustavo. Não quero que o pessoal pense que eu estou misturando as coisas.

Ojitos Lindos | Joaquín PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora