12 - Saída

27 2 0
                                    

- D-dá... pra ir mais r-rápido?... - é a última coisa que digo, antes de uma figura familiar e loira aparecer atrás do Brutamonte e, com um golpe pesado de um cantil lotado de pedras, acertar a sua nuca.

Os olhos do Brutamonte giram enquanto perdem o brilho da arrogância e o aperto em torno do meu pescoço frouxa, me permitindo cair de joelhos.

Mas o Brutamonte, desacordado, resolve seguir meus movimentos, caindo por cima de mim.

"Por Deus!" - não morri na luta, mas vou morrer esmagada?!

- E-ei! - chamo Tessa, que continuava parada.

- Ah! Certo! - rapidamente, ela ajuda a empurrar a pilha de músculos para o lado, me deixando respirar novamente.

- Por que... demorou... tanto?! Eu podia ter morrido! - pergunto, com a respiração pesada e entrecortada.

Eu havia percebido que Tessa estava se movendo, mas o Brutamonte não. Eu até poderia ter continuado mais com a luta, mas não existia garantia de que as coisas acabariam bem, então, deixar uma brecha para ela, mesmo que eu precisasse suportar por alguns momentos, seria a coisa mais sensata a se fazer.

- É que você ainda estava falando... então eu pensei que... - Tessa começa a resmungar, meio sem jeito. Suspiro.

- Certo, tudo bem, tudo bem. - entrego um sorriso sincero para ela - Obrigada.

Acabou. E eu saí inteira, para minha alegria.

Mas eu não poderia dizer o mesmo da moça de cabelos de escuridão.

Nesse momento, estrondos retumbam pelos caminhos ocos do labirinto, chegando até nós como um lembrete. Os caminhos estavam mudando novamente, mas não haviam se passado mais de vinte minutos. Estavam se embaralhando mais rapidamente.

"Precisamos nos mexer."

- Tessa, você está bem? Consegue subir naquela árvore? - apontei para a majestosa e pomposa árvore, que permaneceu brilhante e alterosa, completamente indiferente ao ambiente desastroso a sua volta.

- Acho que sim. Por que?

- Não estamos muito longe da saída deste labirinto. Se subir lá, vai conseguir ver o caminho, ou pelo menos parte dele.

- Labirinto? Saída? - ela começa a girar a cabeça, especulando o lugar a sua volta.

"Ah, certo. Ela não sabe que já estamos no segundo desafio."

- Podemos conversar enquanto andamos, mas antes, tente achar o caminho, por favor. Também precisamos levar a moça. - inclino a cabeça na direção de minha salvadora.

- O que..? Quem é ela?

Volto meu rosto para fitar a mulher desacordada.

- Eu também quero saber...

***

- Então foi assim... - Tessa suspira, depois de ouvir toda a história.

Periodicamente, alguns sons estridentes de aço soam ao longe, enquanto andamos pelos caminhos embaraçosos do desafio.

As sombras dos muros imponentes ainda estão aí, mas, de repente, não parecem mais tão imponentes. Às vezes me esqueço que a sensação de não estar sozinha pode ser... tranquilizante.

- Obrigada... por ter me trazido até aqui. - continua Tessa. Sua voz sempre enérgica soa meio embargada desta vez, como se ela estivesse... envergonhada.

- O que? Queria que eu tivesse te deixado lá? - brinco. Ela é uma pessoa bem transparente e verdadeira, tanto que quase posso ouvir seus pensamentos. Sua face reflete um certo desapontamento, talvez por não ter passado pelo teste com suas próprias pernas.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 23 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

GuerreirosOnde histórias criam vida. Descubra agora