3 - Contra o relógio

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Ethan on 

-Mas o que...? - Murmurei, ao sentir uma onda de poder fria, que eu nunca tinha visto, partir da garota, agitando as folhas das árvores ao redor e espantando alguns pássaros.

Isso é ruim, muito ruim... Mas abandonei meus devaneios a tempo de segurar Anna, que estava caindo desacordada - um sentimento de medo surgindo. Chequei o pulso e a respiração... graças a Deus, ela está viva. Um pouco alterada, mas viva.

Olhei para Storm, que tinha uma feição de espanto. Precisamos ir - disse ela na minha mente, a voz com urgência. Precisamos. - respondi, pegando Anna no colo e levando rapidamente para dentro de casa até o quarto dela; sua pele estava quente.

Isso não é comum. Ela está viva, então é compatível, já que se não fosse, não estaria nem respirando nesse momento, mas nunca vi isso acontecendo. Normalmente, quando os escolhidos fazem o teste, depois da dor no primeiro momento, as consequências são mínimas, mas ela está desmaiada e, aquela onda de energia, não era para ter acontecido. É bem provável que os veguns à quilômetros de distância tenham sentido isso. Não estamos mais seguros.

O que você acha que foi aquilo? - pergunto à Storm, enquanto desço os degraus até a cozinha pego nossas mochilas penduradas - Eu não sei, nunca vi nada parecido. Essa garota tem algo de diferente, mas você não deveria estar tão espantado, considerando que ela foi entregue à Marry pelo antigo conselho. Tateio a parede perto ao chão até encontrar o bloco certo, empurro com força e, ao ouvir o clique, uma passagem se abre no chão. Eu sei, eu sei, mas como eu ia esperar isso?  Agachado, deixo meu corpo cair dentro na passagem, ignorando a escada  e flexiono os joelhos ao atingir o chão a uns 3 metros abaixo da cozinha. Bom, isso não importa agora. O que vamos fazer?  Vamos pra bem longe. Não tenho certeza de como o lugar está, mas tem um forte desativado dos guerreiros à sudoeste da capital. Vai ter que servir.

Pego tudo que é essencial, armas, a arma, armaduras, comida, alguns cristais mágicos que ainda temos - esses negócios são terríveis de se conseguir, mas são incrivelmente úteis. Uns podem se convertem em portais, outros estimulam os sentidos, outros curam... enfim, são realmente úteis - subo as escadas correndo, saio da casa e amarro as mochilas na sela da Storm, enquanto trocamos algumas palavras. Entro novamente e subo as escadas até o andar de cima, pego algumas roupas e pertences importantes no meu quarto, enfiando sem muito cuidado em outra mochila. 

Vou em direção ao quarto da Anna e, ao abrir a porta, aperto automaticamente os braços em torno do corpo, em reação ao frio que fazia ali dentro. Mas que diacho é isso?  Coloco a mão na testa da garota, ainda desacordada na cama e, sua temperatura estava surpreendentemente normal, em contraste com o cômodo. Abro o guarda-roupas e pego algumas trocas, enchendo a última mochila. Dou uma olhada geral no quarto e vejo o rosário dela em cima do criado. Era a única coisa que ela ainda tinha de lembrança da sua família. Pego-o e coloco junto com o resto da bagagem antes de girar a mochila e encaixar nas costas; a outra pendurada no braço.

Pego Anna no colo, me perguntando se eu levo mesmo jeito pra essa coisa de tio. Noto que a respiração estava estável, sinal de que ela estava melhor, me enchendo de alívio. 

Desço novamente as escadas, com cuidado dessa vez. Chegando até Storm, com ajuda de suas asas, coloco a menina sobre a sela, acomodando-a da melhor maneira possível, mas no processo um cristal caiu de um das mochilas. Pulo das costas do dragão até o objeto, segurando a vontade de xingar, pego o cristal e me preparo para subir novamente até sentir um baque por todo o corpo.

- Que merda é essa agora?! - reclamo ao sentir o antebraço queimar de uma maneira que há um bom tempo não sentia e, pensei que nunca mais iria sentir. 

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