That Summer In Eroda | l.s

eroda 1.3

Louis'POV

O tempo que passou não foi o suficiente para que eu pudesse processar tudo o que aconteceu.

Fiquei sentado naquela grama encostado na estátua do diabo por meia hora. Quando pensei que estava pronto para encarar a festa, minhas pernas me derrubaram na mesma posição em que eu me encontrava. Eu não tinha fôlego para sair dali e olhar para a casa, essa maldita mansão com uma nuvem preta sobre ela. Eu e Harry quase nos beijamos. Como, em que mundo, eu posso lidar com isso?

Não passamos muitos dias juntos. Esses poucos foram precisos demais para mostrar sua personalidade e o jeito de soberania em tudo o que faz. Harry é aquele tipo de pessoa que prende sua atenção, seja lá o lugar, ele entra no ambiente e você para o que está fazendo, só pra olhar aquele rostinho. Puta rostinho lindo. Eu me odeio por estar admitindo isso.

Foram incontáveis vezes que eu o olhei e pensei: ele parece um príncipe. Por que ele realmente se parece. Aqueles príncipes que podem te dar todo o ouro e toda a fama do mundo, Harry pode te dar o mundo aos seus pés, e mesmo assim, você nunca terá o que sempre quis. No caso, ele.

Quando eu digo que Eroda não é para qualquer pessoa, é exatamente disso que estou falando. Eroda é um lugar que você pode encontrar, tanto como lugares, ou como pessoas, que serão inesquecíveis. Só que, para se tornar inesquecível, você vai ter que andar no fogo. Acredita nisso? Pois eu, acredito.

Não posso ter certeza se estou disposto a andar no fogo por Harry, mas também não posso negar. E é essa incerteza que me deixa com um pé mais pra lá do que pra cá. No final das contas, eu sei onde isso vai dar.

Vai dar naquele relacionamento conturbado, com inseguranças, com mil perguntas e cem — sem — respostas, que você olha para a pessoa e anseia por saber mais dela, por que nada é o suficiente, sempre tem uma resto, nunca uma sobra. Harry é muito complexo. Eu sou muito complexo. O final disso me parece aberto... Onde nenhum dos dois vai ter a ação de colocar um ponto final, mas os dois querem começar.

Essa é a merda. Querer começar uma coisa que você sabe que não vai dar certo.

Ah, qual é? Olha nossas realidades! Olha essa vida que ele tem, vive em volta de holofotes, faz faculdade na melhor do mundo, tem tudo o que quer e na hora que quer, ele sabe lidar com a fama, ele sabe lidar com o preço de ser um herdeiro, ele sabe como agir na frente das pessoas que só querem um pedaço superficial de sua carne. Agora eu, sou o contrário disso, e nem preciso me extender, é algo óbvio.

E quanto mais eu penso nele, mais obcecado eu fico.

Harry sumiu depois de quase me beijar. Eu o procurei por todas as partes, em cada quarto, eu entrei nas salas de jogos, tentei abrir as portas de laço vermelho e não consegui. Procurei Harry em todo canto, perguntei dele para Venetia da forma mais desesperadora possível, eu estava bêbado, quase caindo. Perguntei para Ewan e ele riu da minha cara, enquanto flertava com aquela mesma garota quando interrompeu nosso momento. Nosso momento. Vai se foder. Já estou pensando em Harry como "nós".

Eu perdi Harry. Eu perdi algo que nunca tive e nem vou ter. Isso faz sentido?

•

Harry me ignorou o dia inteiro. Não, reforçando mais uma vez. O dia inteiro. In-tei-ro. As vinte e quatro horas que temos, ele as usou para me ignorar. Ficou claro que ele me ignorou?

Fiz o meu trabalho tentando caçar resquícios seus pela casa. Eu tive tanta vontade de pegar aquele carro e ir atrás dele, e pasmem, eu não saberia onde encontrá-lo por que não sei nada sobre ele.