eroda 1.6

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Louis'POV

Fui correndo para o meu quarto e me tranquei. Eu e Harry batemos a porta na mesma hora. O que tinha acontecido?

Foi isso mesmo? Eu beijei Harry? Harry me beijou? Nós nos beijamos?

Eu não consigo lembrar de nada. Eu tento, mas de verdade, as memórias não vem na minha cabeça. Mas tem algo que eu lembro. Harry permitiu que eu fizesse isso. Ele me deixou beijar sua boca, tal boca que disferiu palavras na minha cara e que fizeram de mim um poço de lixo. Como isso? Eu estava tão convicto que nada disso iria acontecer.

Só consigo lembrar dos olhos cheios de lágrimas de Harry, dizendo que eu estava o assustando, os seus dedos em volta do pescoço vendo que ali estava dolorido, pois o apertei forte demais. Em frações de segundos, eu o odiei. Eu fui de uma vontade de entender até uma uma vontade de espancar aquele rosto. Eu nunca, na minha vida inteira, machuquei alguém. Por que machuquei ele? E outra, por que ele deixou?

Harry devia ter me batido.

Harry devia ter me batido.

Harry devia ter me batido.

Eu preciso ir atrás dele.

Saio do meu quarto e atravesso o corredor até o seu. Diferente da outra vez, eu não hesitei em dar três batidas. Minha mão está pesada e suada, as batidas foram altas e a porta fora aberta de imediato. Harry ainda está com sua roupa, a jaqueta e as calças surradas. Meus olhos entristecem vendo minhas digitais em seu pescoço.

Ele me dá um sorriso fraco, e mesmo assim, não consigo retribuir.

— Podemos conversar? — pergunto, desesperado pela que sua resposta seja um sim. Minhas mãos entram numa briga incessante. — Você está machucado, Harry. Por favor, vamos conversar.

— Vai dormir — ele diz, calmo, sem ser rude, ainda sendo compreensivo com os olhos. — Estou cansado, aposto que também está.

— Não estou — me atrevo em pegar uma mão de Harry, e ela está quente, aquecendo a minha num suor frio. Eu busco nos olhos de Harry alguma abertura, e não vejo. — Você se lembrar do que fizemos?

— Sim — voz calma e firme, carregada de certezas. — Lembro de tudo.

— O seu pescoço — eu sei que aquelas marcas amanhã vão estar roxas, e aí verdes ao decorrer dos dias. — Eu não queria que fosse assim.

— Tudo bem. Já estou acostumado.

— Como assim?

Harry solta minha mão.

— Ser tratado com força e nunca com gentileza — Harry maneia sua cabeça para o lado, um sorriso fino nos lábios carnudos. — Você não foi diferente de nenhum dos caras que passaram pela minha vida. Então, não se preocupe.

Caras que passaram pela sua vida.

— Eu não sou assim, Harry, eu não sou esse tipo de pessoa.

— Pareceu — Harry diz, parecendo realmente acostumado com aquilo, tanto que nem está disposto a discutir sobre, só aceitar.

— Me deixe te mostrar que sou o contrário disso.

— Meio que... Você só confirma que é assim vindo aqui na minha porta para dizer que é diferente. É típico.

De verdade, eu desisto.

— Está bem.

Deixo Harry ali com seus pensamentos errados sobre mim. Ele nunca iria entender meu lado, que quem é atacado, uma hora também ataca.

That Summer In Eroda | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora