That Summer In Eroda | l.s

eroda 0.4

Louis'POV

- Oi, meninas. Vocês estão bem? Como foi a escola hoje?

- Foi legal - Daisy quem sempre me atende, eu consigo saber quem é quem só pela voz. - Mas, Louis... Por que você não buscou a gente?

- Por que estou trabalhando... - eu fico sentido pela inocência delas. Estão acostumadas sempre eu buscar elas, e não voltar para casa de ônibus escolar. - Daqui a pouco o mano chega em casa, tá?

- Tá bom. A Phoebe quer falar com você.

- Pode passar para ela...

- Oi, Louis! - a pequena me interrompeu antes de saber que já estava na linha. - A mãe disse que você só volta de noite. É verdade?

- Talvez, princesa. E independente da hora que eu chegar, quero vocês duas na cama dormindo. Entenderam?

Eu sei que as duas reviraram os olhos e bufaram.

- Tá, né... Chato.

- Hum. E vocês já comeram? Eu deixei comida pra vocês na geladeira.

- Aham. Ficou muito boa a sua gororoba.

- Como é que é, Phoebe? - eu tento não rir, só para parecer um irmão que não ri das piadas da irmã.

- Nada não. Mamãe também comeu e gostou.

- Ela está bem? Já deram o remédio dela?

- Sim, sim. Ele está assistindo TV no quarto. Podemos dormir com ela até você chegar?

Fico muito sentido com minhas irmãs. Elas são muito apegadas à mim e pela minha mãe. Muito apegadas.

- Podem sim - espero ter passado o conforto necessário para elas. - Agora tenho que ir, tá? Daqui a pouco chego aí. Amo todas vocês.

As duas entraram na linha e ficam numa competição de quem fala mais em alto "eu te amo". A ligação se encerra e eu dou risada dessas bobices.

São quase oito horas da noite e eu não terminei de limpar esse mundo aqui. Olha, nem uma musiquinha para me motivar... Foi difícil.

Anne esteve mais cedo aqui. Quando cheguei era uma hora da tarde. Ela me disse que por hoje eu precisava só limpar os quartos e as salas. George ficou me perseguindo o dia inteiro. Para cada canto que eu ia, ele estava atrás. Teve uma hora que eu estava tão focado no que eu estava fazendo, que quando me viro levo um susto do caralho. George parece uma múmia viva.

Não sei se foi Anne que mandou ele ficar me vigiando, ou se ele é assim estranho mesmo. É como se eu fosse descobrir um segredo da família a qualquer momento. Meio que fodase? Não ligo para qualquer segredo que essa família tenha - com todo respeito a queridíssima Anne.

Trago tudo o que preciso para o andar de cima. Tem duas portas com a faixa vermelha. A do fundo e do lado direito. Simplesmente ignoro e vou para o primeiro quarto que dou de cara.

Eu tento não analisar muito o quarto para não tomar o meu tempo, mas, não tem como. Com certeza entrou no meu Top Esquisitices Anos 2000.

Parece que uma parte da sala de jantar foi deslocada pra cá. As cortinas também são vermelhas, porém com o tecido fino, e as paredes são marrom escuro. É uma poluição visual imensa, tudo desarrumado, mas de alguma forma parece carregar a identidade de alguém aqui. E o que achei mais estranho foi, com certeza, que o quarto é acoplado com o banheiro. Tipo, assim que você abre a porta tem um "corredor", que do lado direito são os cômodos.

Se eu passar reto nessa espécie de corredor, eu vejo o quarto e o banheiro ao mesmo tempo. E como se não bastasse, é: um quarto, um banheiro e aí outro cômodo. A pessoa que dorme aqui, provavelmente não deve ligar para a privacidade.

Decidi começar pelo banheiro, que é o que divide o quarto 1 do quarto 2. Tem uma banheira bem no meio, branca e com as bordas douradas. A cada minuto dentro dessa casa, eu tenho mais certeza que eles fazem parte de alguma seita. Tudo tem que ter muita informação. Tudo tem que ter uma história por trás. Caramba, que peso na mente.

A casa inteira é branca por fora.
E o interior dos cômodos, são todos escuros - parece uma máscara.

Passei o pano no chão desse humilde banheiro maior que minha casa. E os móveis são bem antigos, porém, bem preservados. Aqui se divide entre o moderno e o antigo. Achei interessante quando fui limpar o espelho do banheiro e ele se mexeu. Na hora eu pensei que tinha quebrado, mas quando impulsionei para trás, ele abriu a vista para o outro quarto. Tipo uma janelinha.

Quando me dei conta, eu já estava passando os dedos nos desenhos das paredes. Fiquei fascinado. Parece mesmo uma residência de época. É extremamente lindo. Por mais que eu tenha julgado isso aqui o tempo todo, não posso negar que é um gosto muito de se admirar.

E finalmente, o último quarto - que está numa bagunça horrível. Tem roupas pelo chão, meia, calças das cores mais variadas, regatas e camisas de abotoar. A cama king size não tem um espaço arrumado. A janela é bem de frente para a cama, pelo menos isso. Quando bate o sol é para tirar os cupins que aqui dominam...

Certo. Melhor começar a tirar as roupas do chão e ignorar as peças - com certeza peças da Gucci 2000 - e só colocar no cesto para lavar. Depois disso, gosto de ir para as cômodas. Tem duas um de cada lado da cama, com abajur de luz amarela.

Okay.

Eu... Hum. Okay?

Vamos ignorar o fato de que assim que abri a gaveta da cômoda, vi um monte de brinquedos sexuais. Não só um vibrador ou coisas assim. Tipo, plugs, pílulas sexuais, muitos lubrificantes de muitos sabores e sensações, chicote, algemas com ou sem pelinhos... Meu Deus, parece um mini bordel essa gaveta.

Estou rindo sozinho. De verdade, essas pessoas tem a vida sexual tão ativa e divertida assim? Isso é tão irreal. O que caralhos você quer com pílulas do tesão? Não, mas, o que você quer com algemas com e sem pelinhos? Vai depender do seu humor se você quer com amor ou ódio? Me poupe.

O pior são os plugs com pluma. Não basta ser ninfomaníaco, agora quer fingir ser o que não é. Um animal.

O que custa só transar como uma pessoa normal...

- Quem é você?

Puta. Que. Pariu.

- Você estava mexendo nas minhas coisas? - como posso explicar que estou travado e não consigo dizer uma palavra se quer. - Você é mudo ou o quê?

- Me desculpe, eu sou o Louis. Meu nome é Louis. Sou o novo empre...

- Tá, tanto faz. Pode sair do meu quarto já.

- Me desculpe, eu só estava limpando... - paro de falar assim que esse brutamonte abre a porta e sinaliza com os olhos para que eu pudesse sair. - Okay.

E ele ainda bate a porta na minha cara? Sinceramente, espero que ele se acabe naqueles brinquedos e desconte o mau humor neles. Alguém aparentemente não transa a muito tempo pra estar assim. Cada coisa.

Ai, que vergonha. Puta que pariu. E provavelmente esse aí que me pegou no pulo, é o filho da Anne. Nem sei o nome dele, e não quero ter o desprazer de saber. Não tenho paciência com pessoa arrogante.

Bom, já que o brutamonte me poupou mais meia hora de limpeza, vou para a casa. Amanhã tem mais e eu preciso estar virado num Buda para lidar com esse cara se ele estiver aqui durante o verão.

Boa sorte para mim.