Capítulo 2: Ele perde a cabeça.

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Eu estava numa floresta, correndo de alguma coisa que me perseguia. A floresta ao redor era cheia de vida. Flores coloridas, as árvores grandes, o céu azul com nuvens grandes e fofas. Mas aquela bela vista não mudava o fato deu estar correndo de uma coisa grande e asquerosa, que corria atrás de mim como se me matar fosse seu objetivo de vida.

— Alita Crosswell, sua beleza é digna de contos de fadas. Nascida de uma caída e possuidora de uma das magias mais puras. A salvação ou a destruição.- uma voz grossa e rouca ecoa pelas copas das árvores.— A morte aos poucos de consumindo. Cercada por sangue, medo, dor, morte e destruição. Aqueles que você ama queimaram diante de ti, no fogo sagrado.

Em um piscar de olhos a paisagem muda. As árvores antes cheias de vida estavam mortas. O céu antes azul, agora não passava de escuridão. Mas o que me assusta não é a escuridão, não. São os corpos. Corpos da minha família, dos empregados e guardas do castelo, mortos no chão. Sangue para todos os lados.

— Tome cuidado princesa, até a morte te seguirá. E com um só arranham daquilo que todos temem, de humanidade, nada te restará.- encolhi os ombros com o vento frio que bateu contra o meu corpo.— As respostas estão mais perto do que você imagina. Você tem uma aventura e tanto pela frente, Alita Crosswell.

A imagem da floresta começa a desaparecer lentamente. Abri meus olhos tendo visão do teto do meu quarto. Eu estava fria e com a respiração irregular. Me viro rapidamente para o chão quando a vontade de vomitar vem. E o que eu vejo faz meu coração errar algumas batidas. Eu tinha vomitado uma gosma preta e asquerosa.

Isso com certeza não é nada bom.

[...]

— Tome isso antes de dormir.- Magnus me estende um vidro com um líquido marrom dentro.— Tem um gosto horrível, mais vai bloquear os pesadelos.

Depois que eu acordei e vomitei aquela coisa preta. Meu irmão me trouxe para Magnus, o mago do castelo.

— Obrigada Magnus.- murmuro o dando um meio sorriso.

— Quando eu descobrir mais sobre aquela coisa preta, mandarei chamarem vocês.- fala mostrando preocupação em sua voz.— E Icarus, é melhor prepara-la. Está quase na hora.

Olho para o meu irmão sem entender nada, mas sua face era fria e sem reação. Icarus segura minha mão me puxando para começarmos a andar.

— Do que ele estava falando?- pergunto encolhendo os ombros por causa do vento frio que bateu contra o meu corpo.

— Nada que vocês tenha que se preocupar agora.- sua voz era rouca e sua expressão era fechada.

— Quer me contar o que aconteceu?

Ele para de andar assim que chegamos na porta do meu quarto. Icarus solta um suspiro e me olha.

— A minha coroação está chegando.- sua expressão era de cansaço. Meu irmão nunca quis ser rei, ele sempre deixou isso claro.- Não sei se estou pronto para isso.

Quando meu irmão pegou a idade certa para sair do castelo sem os meus pais, ele se aventurou pelo reino. Depois de explorar toda Lunar ele começou a ir para os outros reinos. Ele passava meses fora de casa e depois voltava. Meus pais nunca gostaram disso. Sempre quando ele voltava eles começavam a discutir, e semanas depois Icarus ia embora.

Nossos pais sempre foram rígidos com a nossa educação, e o nosso futuro como rei e rainha. Mamãe me preparou dês de nova a ser uma dama, uma rainha e esposa perfeita. Quando eu falei que queria aprender a lutar com espadas ela quase teve um infarto. Mas por sorte papai achou que seria uma boa ideia eu aprender a me defender. Aprendi a lutar com espadas, luta corpo a corpo, e arco e flecha com o capitão da guarda real.

Nascida do Caos - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora