Fill The Void | Yasmin Brunet

# . PRÓLOGO !

# . PRÓLOGO — Convite.

A ÁGUA FRIA CAIA DE FORMA RÁPIDA PELO CORPO NU DA ESGRIMISTA, levando qualquer tipo de tensão muscular que o dia estressante havia deixado em si, relaxando seu corpo quase que de forma imediata.

Os treinos para o campeonato de esgrima haviam chegado ao fim, e junto a ele, o campeonato também havia acabado, deixando como resultado, já esperado pela maioria das pessoas que haviam assistido e conheciam a esgrimista russa, Maeve Baldwin-Baird como campeã pela quinta vez seguida.

Hoje o dia havia sido extremamente estressante para a morena de olhos bicolores, havia sido entrevistada tantas vezes naquele dia, que ela nem mesmo conseguia se lembrar quais eram os nomes das revistas e canais de TV que a entrevistara.

A tensão em seus músculos durante a semana já tinha uma proporção grande, mas, parece que justamente naquela sexta-feira, seus músculos se revoltaram contra si e seu corpo implorava por um descanso imediatamente, a situação estava tão crítica, que durante a penúltima entrevista, Maeve sentiu sua visão escurecer por um longo período de tempo, junto com a sensação de que iria desmaiar bem ali, com câmeras apontadas para o seu rosto.

E isso a irritou de uma forma inexplicável, ela estava passando mal 'pra caralho e eles nem sequer perceberam só porque estavam focados demais em conseguir uma entrevista com a mais nova sensação do momento? Sendo que, bastava apenas uma fala sua ser tirada de contexto para que eles comecem a espalhar as piores mentiras que um ser humano racional poderia criar.

Foi exatamente por essa situação que Maeve percebeu que se ela continuasse nesse ritmo extremamente esgotante, tanto para sua saúde mental quanto para sua saúde física, ela apenas pioraria a maldita Síndrome de Burnout que ela se recusava a acreditar que tinha, e que com os treinos, entrevistas, campeonatos, cobranças de todas as partes, principalmente vindo de seu pai e treinadores, só iria alavancar seu Burnout, podendo logo ir direto para uma crise fudida da Síndrome.

Você precisa diminuir um pouco esse ritmo exagerado que impuseram em seus trabalhos. Tem que ser você em primeiro lugar sempre, Mae.

Foi o que sua psicóloga disse para ela quando o início da Síndrome foi diagnosticado.

Como assim você quer parar os treinos agora? Sabe quantos campeonatos a gente tem que ganhar? Pode descartar essa ideia absurda da sua cabeça.

Em contrapartida, essas foram as palavras de seu pai em resposta ao seu pedido quase que implorando por descanso naquele mesmo dia.

Eu sou um ser humano ou uma máquina fabricada apenas com a intenção de sempre estar no topo?

Ainda com essa pergunta martelando em sua cabeça, a esgrimista finaliza seu banho, logo vestindo um roupão branco enquanto fecha o box, caminhando até a pia branca de mármore e pegando seus produtos de skin care, começando a passa-los.

Após isso, a russa deixa o banheiro, caminhando em passos calmos até seu closet, onde não demora muito para escolher o que usaria, já que ela já estava indo dormir, pega uma camisa social branca, um pouco maior do que Eve usava, e suas peças íntimas, as vestindo em seguida.

Enquanto termina de abotoar a camisa deixando apenas dois botões abertos, Baldwin escuta o toque baixo de seu celular, a fazendo suspirar forte.

Não é possível que nem na hora de dormir eu tenho folga.

Demorando propositalmente na hora de pentear seus cabelos, seu celular para de tocar, a deixando aliviada em saber que não teria que atender, seja lá quem estivesse ligando.

Porém, sua felicidade não dura muito, já que assim que a garota põe os pés para fora do closet, o toque insistente volta a ressoar do aparelho, causando um revirar de olhos na esgrimista.

Sem escolha a não ser atender a ligação, Mae caminha preguiçosamente até a cama, pegando seu celular e checando quem era o ser de luz que a incomodava em plenas 23:45 da noite.

Isso a faz franzir o cenho ao olhar para a tela do aparelho, vendo que era um número desconhecido ou apenas não salvo em seu celular, e por um momento, Maeve tinha certeza que se tratava da segunda opção, já que ela quase nunca salvava o número de alguém, por puro esquecimento mesmo.

Uma mensagem desce em sua barra de notificação, sendo dessa vez de um número salvo, o número de Lizzie, sua assessora.

Minha babá 🫡: Está dormindo?

Minha babá 🫡: Se não estiver, por favor, atenda a ligação!

Minha babá 🫡: É o Boninho!

Pera aí... Por que mil caralhos o Boninho estava ligando para ela? 23:45 DA NOITE?

Minha babá 🫡: Escute o que ele tem a falar.

No último toque da ligação, Maeve leva seu dedão até o barrinha branca, arrastando para o lado, aceitando a ligação.

- Alô? - Maeve é quem fala primeiro, saindo de seu quarto e logo descendo as escadas.

- Boa noite, Senhorita Windsor. - Eve ouve a voz do homem, logo arqueando uma sobrancelha, achando uma voz bastante jovial para um velho... Ou talvez fosse só o cansaço a deixando piluteteia.

Com certeza era o cansaço.

- Me desculpe incomoda-la a essa hora, eu peço desculpas de coração, eu sou o Boninho, da rede Globo.

- Boninho? - Uma falsa voz de surpresa sai da garota, que ao mesmo tempo pegava uma garrafinha de água de sua geladeira. - Não se preocupe, não incomodou de forma alguma!

Sim, incomodou sim.

- Eu fico aliviado então! - Solta uma risada baixa. - Eu queria te fazer um convite.

E não poderia esperar e ligar amanhã?

- Um convite?

Vai me convidar para um jantar secreto onde eu vou ter que ir vendada o caminho inteiro, você vai me servir um banquete delicioso e no final eu vou acabar descobrindo da pior maneira que eu comi carne humana apelidada carinhosamente de carne de gaivota? Eu dobro e passo para a próxima pessoa, Boninho.

- Eu quero te convidar para participar do Big Brother Brasil 2024.

Ufa, menos mal... Calma, o quê?

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- One . ! Prólogo pequeno, eu sei, me desculpem! Tentarei fazer capítulos maiores daqui para frente.

- Two . ! Espero muito que vocês tenham gostado, se tiver algum erro, por favor, me falem!

- Three . ! Até o próximo capítulo!