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⁰¹ ¹² ¹⁹⁸⁴
A cada segundo que passava no ponteiro do relógio, Hoseok se via mais agoniado. Apertava o bolo de dinheiro escondido no fundo do bolso do casaco que usava. O triplo do valor, como seu amigo havia exigido, quatro notas velhas de vinte e uma solitária de dez para completar o valor.
O beco que dividia a parte comercial da parte residencial da rua estava deserto, sem nenhuma alma perdida, apenas Hoseok, escorado na parede de tijolos próximo a uma caçamba de lixo vazia. Era humilhante e agredia sua própria dignidade, porém, era necessário. Todo o esforço de levantar da cama antes do sol nascer, descer para o centro da cidade a pé até chegar no ponto de encontro, esperar ao lado de uma caçamba de lixo e correr o inevitável risco de ser assaltado. Tudo, tudo isso era necessário.
Precisava tirar a prova de que nada que as câmeras gravaram naquela noite não é comprometedor para si. Uma parte racional de sua consciência concordava que achar-se culpado era tolice, porém, a parte precavida e desconfiada não o deixaria em paz até que as imagens fossem entregues em suas mãos.
Ele ficou aliviado quando viu os familiares trages do colega. Ele caminhava devagar, olhando para os lados, para ter a certeza de que não estava sendo observado até chegar próximo a caçamba.
— Por que demorou tanto? — Hoseok questionou, mesmo que estivesse aliviado.
— Foi mal mano, tive que resolver umas paradas aí... — cumprimentou o outro com um toque de mão — E aí, trouxe a grana? — Hoseok assentiu.
— Trouxe a gravação?
Sem responder o outro enfiou a mão no fundo do casaco, pegando a VHS que continha as imagens da câmera de segurança copiadas e entregou para Hoseok.
— Eu analisei cada segundo dessas imagens Hok, e não tem nada de suspeito.
— Você não pode achar, mas os investigadores sim — respondeu observando cada detalhe do objeto.
— Não entendo esse teu desespero. Tu fez alguma coisa de errado?
Hoseok negou lentamente antes de guardar o VHS no bolso, pegar o dinheiro e entregar para o amigo.
— Não... — reafirmou — Mas só pelo fato de estar discutindo com ele nessas imagens já é motivo pra desconfiança, e eu não quero arriscar ser um suposto suspeito.
— Sendo assim, porque não pediu pra eu pegar a gravação original?
— Seria mais suspeito ainda — afirmou simplista.
O outro suspirou pesadamente. Jung o confundia muito as vezes, nunca tinha certeza de nada e isso o tirava do sério. Ele massageou a testa antes de passar a mão pelo rosto.
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CREEP
Mistero / ThrillerForasteiros na cidade grande são os únicos dispostos a revelar os segredos enterrados por aqueles em quem não se pode confiar. Taehyung era o forasteiro, empurrado para o emaranhado de fios contendo segredos daquela maldita noite de dezembro de 1984...