Ops, estou trabalhando para Harry Potter ! (Drarry)

Capítulo 6

Já tinha se passado dois meses que eu estava morando na mansão. Dois meses que eu passei a ignorar um idiota chamado Harry Potter. O motivo? Bom, sabe quando ele disse que iria conversar comigo a noite, no meu primeiro dia morando aqui? Pois é, ele não apareceu. Me deixou esperando e até agora não recebi nenhuma explicação do por quê, mas obviamente isso não me afetou, uma coisinha como essa não me machucaria.

Desde aquele dia, eu foquei minha atenção em Lily e esqueci totalmente seu pai. Ele não saía muito do escritório, mas uma vez, quando estava colocando Lily pra dormir, ele apareceu.

- Deixa que eu faço isso. Vai dormir, Malfoy. - Essas foram as palavras que ele me disse depois de semanas e eu apenas assenti com a cabeça, indo embora do quarto. Agora era sempre ele que fazia Lily dormir, o que mostrava que pelo menos ele dizia a verdade em relação a tentar aproveitar mais o tempo com a filha.

Suspiro, olhando para meu reflexo no espelho. Hoje era aniversário de Lily e lá fora, os empregados faziam de tudo para deixar o mais impecável possível. Ainda faltava algumas horas para a cerimônia e eu estava entediado. Ginna me dispensou, dizendo que queria arrumar a filha e eu apenas voltei novamente para meu quarto, um tanto...triste.

Ginna não foi rude ao pedir para cuidar de sua filha, mas eu me senti destruído quando tive que voltar para cá. Eu sei que ela é a mãe da garota, mas porra, eu é quem tô cuidando já faz meses dela, sei exatamente qual vestido ela iria querer vestir ou qualquer coisa. Era evidente que Ginna não conhecia sua filha nenhum pouco e ela ter pedido aquela privacidade não fez o menor sentido.

- Acho que você se apegou demais, Draco. - Me repreendi, me jogando em cima da cama, acabando por pegar no sono.

Quando acordei, já era praticamente o horário do aniversário, então me vesti o mais rápido que consegui. Como sabia que mesmo sendo festa de criança, aquilo seria chique, decidi por uma roupa mais formal. Tomei coragem e finalmente saí do quarto, vendo a casa toda ornamentada com as cores lilás e branca. Estava uma graça, a carinha da Lily total.

Andei pela mansão até chegar no salão, onde os convidados estavam, Lily vestia um enorme vestido branco e sorria feliz, tirando fotos com alguns dos seus amigos. Seu pai e mãe estavam lá, conversando com alguns homens que provavelmente eram irmãos de Ginna, já que os dois tinham cabeleiras ruivas.

- Olá, Malfoy. - Assim que ouvi aquela voz, um sorriso apareceu em meus lábios. Me virei para a pessoa atrás de mim, encontrando o ruivo que não vi junto com Ginna, Potter e os outros dois homens desconhecidos.

- Me chame de Draco, "Malfoy" é muito formal. -  Disse, ainda sorrindo quando o homem se aproximou mais, pegando minha mão, beijando-a assim como fez quando nos vimos pela primeira vez.

- É muito bom revê-lo, Draco. - Ele falou e então sorriu gentilmente, como um perfeito cavalheiro.

- Aposto que Draco também acho que é muito vê-lo novamente, Rony. Mas infelizmente tenho que atrapalha-los, preciso que ele me ajude em uma coisa. - Como se tivesse vindo do além, Potter interrompeu aquele clima de flerte e eu o olhei irritado, mas ele não me olhou de volta, seus olhos focavam no ruivo, este que só sorriu e disse um "Certo", antes de sair, nos deixando sozinhos.

- Isso foi mau educado da sua parte, sabia? E desde quando você me chama pelo primeiro nome, ein? - A resposta que ele me deu foi pegar em meu pulso delicadamente e sair do salão, me levando junto. Ele parou de andar quando chegou na cozinha, que estava lotada de comida.

- Eu preciso que você me ajude a levar o bolo, os empregados estão muito ocupados. - O homem em minha frente falou e eu quase dei uma risada alta, se não tivesse puto por conta dele ter atrapalhado meu jogo de sedução.

- Sério isso? Levar um bolo? - Cruzei meus braços, completamente desacreditado naquilo.

- Uh, na verdade queria me desculpar com você. - O olhei sem entender. - Eu deixei você esperando naquele dia, lembra? Acabei dormindo no escritório e fiquei com vergonha de pedir desculpas.

- Pedir desculpas por aquilo? Sério, Potter ? Eu nem esperei, dormir assim que fui para o quarto, estava exausto. - Menti descaradamente.

- Não esperou? Achei que estava me ignorando por conta daquilo. - Potter disse, me olhando um tanto desconfiado.

- Eu não ignorei você, só não tinha nada sobre o quê conversar, entende? - Aquilo não estava totalmente errado. - Enfim, se for só isso, vamos levar o bolo, acho que estão estranhando de estarmos demorando muito aqui.

- Ah, sim, claro, claro. Vamos levar o bolo. - Ele foi até a mesa onde estava o bolo totalmente decorado e eu o ajudei a levá-lo para o salão. Onde todos já estavam reunidos, cantando parabéns para a menininha vestida de branco.

- Pra quem vai a primeira fatia do bolo, Lily? - Potter perguntou, ao cortar a fatia e colocar no prato, dando-o para a ruiva, esta que sorriu, levando seus olhos para mim enquanto caminhava um tanto devagarinho, com medo de derrubar o pratinho que segurava.  - Para o melhor babá que já tive! - Ela me deu o maldito bolo e me abraçou, me deixando completamente bobo.

- Você quem é a melhor garotinha que eu já tive, água de salsicha. - Beijei o topo de sua cabeça, todo comovido. Lily era minha criancinha.

O tempo passou rapidamente após isso e a festa acabou.

- Eu levo ela para o quarto, vá descansar. - Potter falou suavemente, enquanto me olhava com aqueles olhos estupidamente verdes.

- Potter, você sempre coloca ela para dormir. Deixa eu levar ela. - Hoje não tive tanto contato com a garota e eu sentia muita falta de lhe contar histórias.

- Vamos fazer o seguinte, os dois colocam ela na cama, certo? - Eu fiz uma careta, com ciúmes de dividir aquele momento tão bom com Potter.

- Tá, tá. Vamos lá. Ela tá dormindo no sofá. - Disse, enquanto ia até onde Lily estava.

Potter a pegou no colo e fomos para o quarto. Ele a pôs na cama com delicadeza, deixando um beijinho em sua testa.

- Sua filha tá crescendo, Potter. - Deixei um beijo na bochecha dela.

- Eu sei, espero que ela consiga viver bem enquanto pode. - O homem deu um sorriso triste, enquanto acariciava a mãozinha da garota.

- Hm? Como assim? - O olhei, confuso com aquela frase.

- Não é nada. Acho que você já pode ir, vou dormir hoje aqui. - Eu apenas murmurei um boa noite e saí do quarto, deixando o pai e a filha sozinhos.

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