O dia tinha sido cansativo. Mesmo que já tivesse se passado um dia do aniversário de Lily, ela ainda queria ser mimada como se fosse seu dia e obviamente que eu não conseguia negar nada para aquela garotinha linda, o que acabou resultando em nós num parque de diversões durante a tarde toda.
Se alguém me dissesse que eu iria por conta própria ao parque com a filha de Potter a alguns anos, eu teria rido e chamado a pessoa de louca. Mas agora a situação era diferente, totalmente diferente.
- Durma bem, cabelo de salsicha. - Sussurro, deixando um beijo na bochecha de Lily, que dormia no centro de sua cama cheia de ursinhos. Desligo a luz do quarto e então saio do local, sorrindo contente por mais um dia de trabalho finalizado com sucesso.
Estava indo para meu quarto quando acabo ouvindo um barulho soando do escritório de Potter. Movido a curiosidade, mudo meu percurso e vou até aquela área onde não costumava ir, o barulho aumentando conforme eu chegava no local.
A porta estava aberta, mas não tive coragem de entrar, então, em uma decisão muito madura, decidi ouvir por detrás da porta.
Houve algo sendo derrubado no chão e o que parecia soluços vindo daquela sala, eu estava tentando me segurar alí, mas era muito difícil saber que ele estava no que parecia um surto.
- Você pode sair daí, Malfoy. - A linda voz veio de dentro, ela parecia cansada, como na maioria das vezes que ele falava.
Me daria um tapa bem forte por tá bisbilhotando, mas tudo o que fiz foi entrar no escritório, totalmente constrangido.
- Eu...sinto muito, Potter. - Realmente sentia, não tinha intenção de presenciar aquilo, só foi a curiosidade que falou alto.
- É bom de se olhar? - O homem perguntou, seu tom saindo seco e então o olhei, vendo seu rosto numa confusão de lágrimas e de olhos vermelhos.
- Eu não entendi sua pergunta. -
- É bom de se olhar o sofrimento de uma pessoa que você sempre odiou? - Reformulou sua pergunta, pegando uma garrafa de whisky que estava em cima de sua mesa, a levando para os lábios, bebendo com seus olhos fixos em mim, enquanto esperava por uma resposta.
- Eu não odeio você, Potter. - Fui sincero, ouvindo uma risada áspera vinda dele, o que realmente me afetou. - E mesmo se odiasse, eu nunca ficaria feliz de vê-lo sofrer, isso é coisa de pessoa doente.
- Você tem certeza no que diz, uh? Porque isso não era que eu ouvia no ensino médio. -
- Já disse que não te odeio. Eu era uma criança horrível e finalmente cresci, aprendi que ser daquele jeito machucava outras pessoas e eu até pensei em falar com você, pedir desculpas... Mas no final não consegui, tive medo de você reagir mal. - O verdadeiro motivo é que quando fui contar para ele sobre meus sentimentos e pedir desculpas pelas minhas atitudes o encontrei aos amassos com Ginna.
- Sabe, Malfoy. Eu agradeço por você não se desculpar, você ter me tratado como a escória foi um dos motivos pelo qual eu me empenhei em ser o melhor e bom, eu finalmente consegui, não é? Veja, sou até seu patrão. - Ele riu, a risada saindo sem humor nenhum.
- Eu sinto muito por tudo, Potter. Eu era imaturo, patético, um mimado que queria a atenção - Principalmente a dele - para mim. - Me aproximei, desesperado demais para fingir indiferença enquanto o via tão abalado.
- Tudo bem, Malfoy. Eu já te perdoei a muito tempo, eu não estou assim por você. - Ele passou a mão no rosto, limpando com força as lágrimas. - Estou assim por algo totalmente diferente do que nossas desavenças no passado. - Confessou, o que era pra me deixar aliviado, mas infelizmente só me deixou pior, com uma dor no peito.
- É sobre o quê? Algo em relação a Lily? -
- Não... não se preocupe com isso, esse problema vai ser resolvido. Lily só me parece doente de novo e fiquei com medo, sabe? - Ele forçou um sorriso, tentando em tranquilizar.
- Você tem certeza? -
- Absoluta, eu só fiquei sensível demais porque acabei bebendo acima da conta. -
- Você é um idiota por beber assim. Sabia que tá ficando velho, né? Daqui a pouco não vai conseguir se aguentar mais. - Digo, puxando a bebida de suas mãos, que resultou em um beicinho do outro, o que me fez sorrir.
- Eu estou bem, Malfoy. Ainda posso suportar uma pinga boa. - Ele tentou ir até onde deixei a bebida, mas acabou caindo no processo, me fazendo soltar uma risada alta. - Não ria, Malfoy. Foi o tapete que me jogou. - E eu ri mais, o ajudando a levantar.
- Você não consegue nem andar. Que humilhação, vou contar sobre isso para Minerva. - Disse, o que fez o homem de 32 anos me olhar com horror, como se eu tivesse mencionado seu pior pesadelo.
- A Minerva não! Ela se torna um cão quando eu bebo demais. - Choramingou, enquanto andávamos para fora do escritório.
- Ok, mas me prometa que não vai mais beber assim, tá bom? -
- Eu prometo, Malfoyzinho. Não faço mais isso. -
Eu sorri com sua fala e não disse mais nada, me dedicando a não joga-lo no meio do caminho até seu quarto.
Quando estávamos lá, o coloquei na cama, o vendo falar algo em sua língua de bêbado, fechando os olhos em seguida.
- Boa noite, Potter. - Disse prestes a sair do quarto, mas sua voz me parou.
- Durma aqui, Draco. Não me deixe sozinho. - Ele falou com os olhos fechados, e eu paralizei.
Draco Draco Draco Draco Draco.
Ele me chamou pelo meu primeiro nome. De novo.
- Eu...eu vou ficar aqui, Harry. Não vou te deixar sozinho. - Falei baixo e tudo o que recebi em resposta foi um pequeno sorriso, antes de ele acabar adormecendo.
Suspirei pesado, me sentando numa poltrona que tinha no quarto e depois de alguns minutos olhando para Potter, eu finalmente adormeci também.
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Ops, estou trabalhando para Harry Potter ! (Drarry)
HumorDraco enfrenta dificuldades financeiras, e o emprego de babá vem como a solução de todos os seus problemas. O problema é que ele acaba reencontrando seu antigo inimigo de escola, e o pior: esse inimigo é o seu novo chefe. --- Capa e personagens não...