Capítulo 4

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Finalmente a semana tinha acabado e eu poderia ver minha menina daqui a alguns horas. Era meia noite eu já estava me preparando para o quê íamos fazer o dia todo.

Neste meio tempo, não pensei muito no pai dela, o que é uma coisa muito boa, porque ninguém merece ficar igual um adolescente apaixonado, isso é o cúmulo da vergonha.

Me joguei no chão, enquanto olhava para o teto, meu celular tocava uma música relaxante e eu estava quase pegando no sono quando ele vibrou, era uma ligação de Potter.

- Está acordado? - Meu corpo reagiu com um arrepio assim que ouvi a voz rouca do homem. Aquele idiota tinha uma maldita voz.

- Pra você, não. - Respondi, olhando para o teto com um sorrisinho no rosto. Não era meu horário de trabalho, então eu podia sim falar daquele jeito com ele, euein.

- Não é pra mim. Ginna teve que ir embora antes do previsto e Lily está se sentindo muito mal. Vi no seu currículo que tinha feito cursos na área da saúde, então queria sua ajuda. - Eu sentei, olhando para a parede em preocupação. Já tinha percebido que Lily era um tanto doentinha, mas quando perguntei a Minerva, ela disse que não tinha nada de errado, era só uma criança sendo criança.

- O melhor para a menina seria levá-la ao hospital, Potter. - Falei, não entendendo porque ele iria recorrer a mim, quando podia muito bem pagar o melhor médico para sua filha.

- A minha menina não gosta de hospitais e nem eu. Liguei pra você porque sei que tem habilidade o suficiente para cuidar disto para mim, ela parece estar com febre, mas não sei como agir e não quis atrapalhar Minerva, já que ela passou o dia todo cuidando da Lily. - O tom dele parecia estranho, mas acabei confirmando que ia, não podia deixar minha salsicha sozinha com aquele péssimo pai que ela tinha.

Depois de quase brigar com o uber que acabou demorando demais, eu finalmente estava na frente da mansão Potter e não esperei nada antes de correr para o quarto de Lily.

- Titio Draco. - A menina sorriu quando me viu, parecendo abatida e com seu pai acariciando sua testa delicadamente. Potter mirou seus olhos em mim e eu não sabia o quê dizer ao olhar aquele verde pelo qual estou apaixonado desde o ensino médio. Desviei meus olhos dos dele e foquei em Lily, me aproximando da menina, trazendo comigo minha mochila cheia de remédios que guardo em casa e um termômetro.

- Minha salsicha ficou com tanta saudades que resolveu adoecer, é? - Perguntei e ela soltou uma risadinha, enquanto seu pai franzia a testa por conta do apelido.

- Eu trouxe um remedinho que vai passar rapidinho isso aí, só que ele não tem um gostinho muito bom, entãooo eu te trouxe um pirulito e olhe, esse era o último dos meus favoritos, quero muitos beijos para esquecer do meu docinho. - Disse de forma dramática, dando o remédio para a menina, acompanhado de água. Enfio minha mão na mochila, retirando de lá um pirulito e dou para a pequena.

- Você é o melhor, tio Draco! - Ela disse e eu me aguentei pra não chorar alí na frente dela. Lily já tinha um lugar muito especial no meu coração e era a garotinha mais doce que já tinha conhecido. Deixei um beijo em sua testa e fiquei a observando devorar o pirulito que lhe dei.

Potter não falou nada e apenas observou minha interação com Lily. Depois da garota falar sobre como foi a semana longe de mim, ela finalmente se rendeu ao sono. Chequei a sua temperatura mais uma vez e ela não estava mais com a febre, o que gerou uma onde de alívio em mim e no seu pai.

Nós saímos do quarto e fomos para a sala em silêncio.

- Você aceita whisky? - Ele perguntou, depois de chegarmos ao local espaçoso.

- Não, mas obrigado. - Potter apenas assentiu e foi para uma mesa repleta de bebidas, demorou um tempinho e por fim, pegou uma garrafa do que me parecia um whisky muito caro e se sentou de frente para mim.

- Obrigado mesmo, Malfoy. Eu não sou um pai tão presente e não sei como agir quando ela se encontra assim. - Suspirou, parecendo cansado.

- Lily precisa de você, Potter. Mesmo que você seja ocupado, tente dedicar um tempo a sua filha. - Disse, observando ele abrir a garrafa e beber um gole do conteúdo, olhando para o chão em seguida.

- Eu vou fazer isso. Trabalharei aqui em casa, por menos tempo, é claro. Quero ver minha menina crescer de perto. - Ele me olhou, e eu me perdi de novo naqueles olhos.

- Isso significa que estarei sendo demitido? - Perguntei, assim que voltei a realidade. Porra, precisava parar de me derreter com aquele homem.

- Na verdade, eu quero fazer uma proposta. Lily me parecia muito com você na adolescência quando exigiu que eu mudasse a forma que você trabalha. - O homem na minha frente falou.

- Como assim a forma como eu trabalho? - Perguntei, me sentido um inútil.

- Malfoy, você quer trabalhar aqui de forma integral e morar em nossa casa? Seu salário vai ser aumentado, obviamente, e você terá um quarto só para si, além de estar liberado no final de semana. - Potter falou de forma apressada e foi fofo até, parecia o menino atrapalhado que conheci no passado.

- Foi Lily que quis isso? Nossa, isso é realmente uma coisa grande. - Eu adorava Lily, mas morar nesta mansão significa ter que conviver diariamente com o pai dela, já que agora ele trabalharia em casa.

- Sim, foi ela. Entendo se não quiser, você concordou com outra coisa quando aceitou vim trabalhar aqui e -

- Eu aceito, Potter. - O interrompi e ele me olhou, não acreditando que eu de fato concordaria.

E pra falar a verdade, nem eu sei porque aceitei.

Droga, Draco. Você não vai conseguir conviver com Potter por tanto tempo sem acabar surtando. Uma voz na minha cabeça diz e ela está super certa.

Eu não iria conseguir conviver com Potter por tanto tempo. Mas pelo menos iria tentar.

Ops, estou trabalhando para Harry Potter ! (Drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora