Eu quis tanto te ver. Quis tanto te encontrar de novo nem que fosse por uns instantes, para que eu pudesse olhar em seus olhos.
E eu te vi hoje. Acho que foi uma das piores sensações da minha vida. Ver a pessoa que eu amo tanto, passar na minha frente e sequer me olhar. Aquilo doeu de uma forma que você nunca vai entender. Independente de como estamos, eu teria cumprimentado você, te dando um sorriso. Porque o meu amor por você não mudou.
Sabe aquele brinco que você me deu no dia do esquina da cultura? Pela primeira vez usei ele hoje. Ele é um pouco desconfortável, mas eu estava me sentindo bem, porque me senti perto de você. Prendi meu cabelo de uma forma que ficasse visível, e eu me senti linda. O que quero dizer é que eu não consigo te deixar ir completamente.
Você tem seus motivos. Seus sentimentos. Não vou te culpar por nada. Mas eu também tenho os meus. Eles ficaram muito feridos.
Não queria que fôssemos estranhos. Não queria te ver na rua e te ignorar. Eu não faria isso, por mais estranho e angustiante que fosse te ver.
Desculpe se me ver te causou isso. Espero que não precise mais me encontrar, e eu espero não precisar te ver me ignorando novamente. Eu ainda te amo muito, e eu espero de verdade que fique bem. Mesmo que eu esteja com o coração na mão e chorando tanto agora, a ponto de perder a noção do que eu estou fazendo ou do que vou fazer, você é ainda é tudo para mim.
Essa é a minha última carta. Acho que não tenho mais razões suficientes para continuar com isso. Vou encontrar uma outra forma de lidar comigo. Eu vou ficar bem. Vou fazer como você quer, se isso irá te ferir menos, é o que eu vou fazer.
Eu sinto muito por tudo. Obrigada por tanto.
Eu te amo, embora isso talvez não tenha mais importância para nós.
Eu te peço mil desculpas. Eu vou te deixar ir de verdade.
Eu te amo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Todas as cartas que não lhe enviei
Literatura FemininaUm amor impossível. Ou talvez uma releitura de A dama e o Vagabundo na vida real. Talvez tenhamos combinado demais a ponto de sermos tipo o Clyde e a Bonnie. No fim, essas são cartas escritas em prantos. E que talvez, um dia, você as leia. Se estiv...