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LYSIS

Noite do karaokê, eles disseram.

Como é que você canta karaokê com sete cantores profissionais? Foi esse o questionamento que fiz a Jimin quando ele me deu a notícia do convite. Sim, a notícia do convite, porque eu certamente não teria a oportunidade de recusar.

— Vai ter dança também, para sermos justos. — disse ele, só com uma toalha enrolada na cintura, já após o banho.

— Vocês continuam sendo sete dançarinos profissionais — resmunguei.

— Para de graça, você é melhor que nós. Se vista bem lindamente, vamos beber e nos divertir — Jimin vestiu um par de calças por baixo da toalha.

— Eu não quero sair — reclamei de novo, como qualquer assalariado no fim de semana, me enrolando nas cobertas. — Vamos ficar em casa assistindo Pousando no Amor, por favorzinho, nunca te pedi nada!

Um momento de silêncio me fez pensar que ele estivesse considerando a ideia. Até que ele se jogou em cima de mim, me fazendo gritar.

— Nada disso, hoje é sábado, dia de se divertir com os amiguinhos — ele procurou meu rosto no meio do edredom, achando em alguns segundos, e então sustentou o peso de seu próprio corpo com os cotovelos, aos lados da minha cabeça. — Qual é, passamos seis meses trabalhando, gatinha. Nós merecemos algumas horas de descontração.

Observei seus olhos astutos, que perscrutavam todo o meu rosto em busca de cada detalhe. Meu coração bateu um pouquinho mais forte pela intensidade de seu olhar. Passei o dedo por uma gotícula de água sobre seu nariz, depois por sua sobrancelha, e Jimin me observava. Fiz bico, sem argumentos para rebater sua fala, e sem coragem de contrariar aqueles olhos.

— Sai de cima, antes que essa toalha caia e eu veja coisas inadequadas para menores de dezoito anos.

— Você adoraria — ele sorriu, cheio de malícia.

Revirei os olhos, sorrindo.

— Vou me arrumar.

Jimin comemorou, deu um beijão estalado no meu pescoço — que me deixou toda arrepiada — e voltou a se vestir, enquanto eu fui tomar banho. Meu cabelo já estava limpo, então prendi ele para cima e lavei todo o resto, com meu gel de banho e óleo corporal, ambos de açucena. Depois de banhada, passei o hidratante corporal da mesma fragrância e me enrolei na toalha.

Jimin já não estava no quarto quando entrei, então vesti minhas roupas íntimas rapidamente e procurei por um vestido que fosse lindo, mas também confortável. Acabei achando um vestido branco e justo, tomara-que-caia, que ia até o meio das coxas, e optei por colocar uma jaqueta jeans por cima e meia-calça cor da pele para me proteger do frio. Depois de vestida, fiz uma maquiagem rápida e soltei meu cabelo, passando um pouco de perfume depois de pronta. Calcei um par de tênis de sola alta e saí do quarto. Jimin estava na sala, já de cabelo seco e vestido com uma jaqueta de couro vermelha por cima de uma camisa branca e calça jeans. Básico e lindo.

— Vamos — anunciei que estava pronta, pegando minhas chaves e minha bolsa. — Vamos de Uber? Ou você dirige hoje?

— Uber. Se você vai beber, então eu também vou — ele respondeu enquanto digitava algo no celular. — A que horas você quer voltar?

Peguei meu celular, verificando as horas.

— Agora ainda é cedo, oito da noite. Acho que vai depender do andamento da coisa, mas não quero passar das duas da manhã. Sei que amanhã é domingo, mas segunda-feira eu ainda trabalho. Não quero passar o domingo de ressaca e ir toda largada na segunda — falei, enquanto checava se minha carteira estava na bolsa, bem como lenços umedecidos, uma presilha de cabelo e um carregador portátil. Só por precaução.

Serendipity || Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora