Já passava das seis horas quando sai apressada da empresa. Meu telefone tocava escandalosamente em minha bolsa e eu tentava a todo custo pega-lo enquanto seguia a passos firmes para fora do elevador. Na tela o nome " Mãe " estava estampado.- Mama por favor, diga-me que é algo realmente importante, pois você está me ligando a exatos trinta minutos sem parar ! - Exclamo ao atender.
- Modos menina ! Te liguei pois voltei de viajem e seu pai deseja sair com seus filhos hoje a noite.
- Sério Mama ? Estou cansada de mais para ter que aturar um jantar em família !
- Sabe como seu pai é, ele quer muito se reunir com vocês, bom já está avisada Dulce, te vejo às oito no restaura preferido de seu pai !
- Tudo bem, até mama !
Desligo e entro em meu carro, dando partida acelerada para casa. Após um belo banho e me vestir da maneira mais apresentável para o local, parti para o restaurante. Ao chegar sou recebida pelo garçom.
- Senhora Savinon. Boa noite, te aguardam na mesa. Por favor me siga - segui o mesmo e logo estou de frente para minha família.
Meus pais, Maite e sua filha lupita e por incrível que pareça meu irmão.
- Alfonso ? - digo surpresa, fazia anos que não o via. O mesmo se levanta e me abraça empolgado.
- Estou feliz em te ver também maninha.
- Porque demorou tanto para voltar ?
- O Brasil é um país encantador de mais irmã, simplesmente não podia vir embora sem apreciar cada canto - Seus olhos transmitiam o seu afeto.
- Bem, estou feliz por saber disso, e mais ainda de saber que voltou, que surpresa maravilhosa.
- Feliz estou eu, por ter vocês todos aqui comigo - Papai diz levantando uma taça em mãos.
- Eu também estou feliz , eu também! - Lupita diz batendo palmas.
- Que bom que gostaram da surpresa meninas, mas agora vamos comer, estou faminto - meu irmão diz e todos concordamos.
Após jantarmos em uma conversa agradável, percebo o quanto meus pais sorriam com a nossa presença. Eu conversava com Alfonso quando escuto Lupita me chamar, finjo não ouvir pois sabia que ela me pediria algo. A mesma continuou insistindo e começou a me cutucar.
- Titia Dul!
- O que foi Lupita? - pergunto me virando rapidamente.
- Me leva no banheiro? - Só podia sed sacanagem.
- Lupita, sua mãe tá do seu lado sem fazer nada, pede pra ela, eu to conversando agora - digo e voltou a me virar.
- Mas eu quero que você me leve ao banheiro, por favor titia Dul! - ela volta a me cutucar.
- Dulce leva ela no banheiro - meu irmão manda.
- O que a Lupita tem? - Mamãe pergunta, e agora todos tinham a atenção no assunto.
- Ela quer ir ao banheiro - digo ríspida.
- Quero que você me leve - fala me olhando fixamente com seus olhinhos pidonhos.
- Que fofa, ela gosta de você meu amor, leve sua sobrinha ao banheiro, vamos! - mamãe manda.
- Mas porque a mãe dela não leva- digo retrucando.
- Eu te levo Lupi, vamos- Maitê diz pegando na mão da filha que puxa rapidamente.
- Não! Eu quero ir com a tia Dul! Por favor mamãe - sua voz já embargada pelo choro. Só podia ser piada.
- Dulce Maria, trate já de levar sua sobrinha ao banheiro, mas que falta de senso menina - Papai fala com seu tom autoritário.
Olho para Lupita que seca as lágrimas que nem caíram e ela sorri, seu sorriso banguela em minha direção. Me levanto e pego em sua mão, sem dizer nada caminho com ela para onde ficava o toalete.
Após alguns minutos ela sai para lavar as mãos.- Então, já terminou, podemos ir?
- Sim tia.
Ela sai na frente, e quando já estávamos do lado de fora Lupita parece se distrair com alguma coisa, pois a mesma sai correndo para o lado oposto de onde devíamos ir. Ela sai para fora do restaurante, onde havia muitas mesas, porém poucas ocupadas.
- Lupita volta aqui já! - Chamo seu nome em vão.
Lupita corria por entre a mesas, e só então percebi que havia um filhote de gato pequeno fugindo dela. Quando eu estava prestes a alcançá-la, Lupita esbarra em uma mesa, caindo para trás e me fazendo quase ter um infarto. A puxo pelos braços para cima.
- Ta tudo bem? Se machucou? - Analiso cada centímetro de seu corpo - Já te disse para parar de aprontar, nunca mais te levo ao banheiro por conta de sua desobediência.
- Não acredito! Vocês de novo - a voz desagradável e com tom de desdém denunciava uma coisa.
Olho para cima e me levanto, ficando de frente para a loira de dias atrás.
- Que mundo infeliz de pequeno - falo com a mesma intensidade de desdém.