Não terá meta de comentários, mas espero que comentem se gostarem :)
📌 Rio de Janeiro. Na manhã seguinte.
C A M I L L A
Os toques na minha porta me acordam. Tive um pesadelo horrível e acordar no susto não melhora em nada a situação. Meu corpo está suado, meus cabelos grudados no meu rosto. No pesadelo eu corria por um corredor infinito gritando e chorando o nome dele. Isso mesmo. Dele. E lá no fundo eu sinto aquela dor. A dor de (talvez) ser amada, mas não a escolhida. É estranho sentir isso tantos anos depois, talvez esse sentimento sempre esteve presente mas nunca submergiu como agora.
Levanto devagar e abro apenas um pedacinho da porta. É uma das camareiras carregando um grande buquê. A olho sem entender.
— Entrega para a senhora Camilla Moraes. — ela sorri gentil. — Bom dia.
Respiro fundo e passo as mãos pelo cabelo.
— Obrigada. Tenha um bom dia. — pego as flores e adentro o quarto novamente ainda sem entender direito o que está acontecendo.
Sento na cama junto das flores. Impossível ser o que eu tô pensando. Eu não fui mais que um caso de fim de noite só pra suprir a carência do lateral. Por duas vezes eu me deixei ser isso. E talvez, seja o que eu realmente mereça. Por que logo agora, depois de tudo isso, Matías quer me provar algo?
Abro a carta que veio junto as rosas e leio com atenção.
Para alegrar seu dia. Não entendo o que está acontecendo, mas sei que lá no fundo, talvez não me odeie tanto assim. Eu espero mesmo que não. Você é uma mulher incrível, Cami. Te quero bem.
Mati Viña.
A mensagem me pegou despreparada. Meu coração dói. Nesses anos, ouvir o nome dele fazia meu coração acelerar. E eu não entendia direito o motivo. Foi só uma noite. Eu nunca fui de me apegar. Mas de alguma forma, Matías me fez sentir que não era digna de ser amada por mais que uma noite.
E o que eu faço agora? Olho incansavelmente para as flores. Se eu sou tão incrível assim, por que você nunca fez questão de mim?
Tatiana me disse ontem que o melhor a se fazer era conversar. Dizer o que sinto. O que realmente tem me deixado mal. E eu preciso seguir isso. Preciso fazer isso do jeito certo. Eu preciso ir lá e dizer o que eu sinto, o que eu quero, o que realmente se passa na minha cabeça.
Tomo um banho rápido enquanto tento formular o que vou dizer para Matías assim que chegar lá. A Camilla de 2 anos atrás não ligava para ser só um caso, a Camilla de 2 anos atrás era desapegada. Isso era o que eu repetia para mim. Mas, agora, nesse exato momento, eu consigo entender que na verdade, me doeu muito ele ter voltado com a Florencia, me doeu muito não ser a escolhida.
E hoje eu sei que sou digna de ser amada. De ser escolhida. De não ser apenas alguém de passagem. Eu nunca fui alguém de passagem. Eu sempre marquei — positiva ou negativamente — a vida de todos que de alguma forma se relacionaram comigo.
Mas a dele parecia que não. Parecia que ele nunca sequer tinha tido qualquer relação comigo. E isso me doía. Eu só sabia fingir muito bem que não. Agora, a bomba explodiu. Tatiana tem razão, guardar o que sente é a pior decisão.
Visto uma roupa confortável e não penso duas vezes antes de bater na porta do quarto do jogador.
— C-cami. Oi. — ele me olha assustado.
Passo os olhos rapidamente pelo jogador. Sem camisa, cabelos molhados, uma calça moletom. A aparência e cheiro de quem tomou banho recentemente.
— Oi, é... eu... possoentrar? — me embolo um tanto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Miénteme • Matías Viña
FanfictionCamilla Moraes, jornalista palmeirense renomada - e polêmica - da impresa paulista, decide que é hora de respirar novos ares e aceita um novo emprego no Rio de Janeiro, trabalhando agora para o rival rubro-negro, Flamengo. Matías Viña, ex-jogador d...