CAPÍTULO 07: GUARDAREI UMA PARTE DE VOCÊ COMIGO
Sentado na desconfortável cadeira de metal, Louis apertava as mãos com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. O suor frio pingava de sua testa, a sensação nauseante de nervosismo persistindo em seu âmago. Um arrepio lhe percorreu na espinha, seguido por outra onda de calor que o obrigou a se curvar para frente.
O primeiro espasmo veio como um soco e Louis vomitou, violentamente, todo o conteúdo amargo de seu estômago. As lágrimas misturaram-se ao líquido viscoso, pingando de seus lábios abertos, e ele tossiu, forçando sua garganta a expelir os resquícios nela agarrados.
Soluçou novamente, seu corpo dolorido com a intensidade de suas reações viscerais. Quando não havia mais nada para expulsar, Tomlinson levantou a cabeça, ainda ofegante e frágil, alcançando o olhar preocupado do diretor. Nenhum dos dois disse uma palavra, embora fosse nítido o quanto o detento precisava de conforto. Sikes acionou a equipe de limpeza e Louis, finalmente, marchou de volta para o MS1 com a ciência de que estava à beira de um colapso.
Mesmo determinado a parecer inabalado, a expressão de derrota estampada no rosto de Louis não passou despercebida diante dos olhos de Zayn.
— Que diabos aconteceu? Parece que um caminhão te atropelou — exclamou Malik quando o outro adentrou a cela. Levantou da cama e se aproximou com uma expressão de choque.
— Valeu, Z. Que gentil.
— É sério, irmão. Você tá horrível. Com todo o respeito.
Louis revirou os olhos, forçando um sorriso cansado. Alinhou a coluna e puxou uma cadeira, apontando a outra com a cabeça esperando que Zayn repetisse o gesto.
— Senta ai, vou te contar — pediu. Engoliu o muco persistente em sua goela e fez uma careta de asco ao sentir o sabor ácido. — Primeiro, recebi notícias da minha mãe. Ela tá morrendo — os olhos de Malik arregalaram. — Pois é. Aparentemente eu preciso da autorização do juiz pra ir visitar ela.
— Caralho, que merda — o outro balançou a cabeça, incapaz de esconder sua surpresa. — Sinto muito pela sua mãe.
Louis concordou, grato por finalmente dividir o enorme peso de suas frustrações. A mão livre de Zayn correu até sua perna direita, apertando-lhe o joelho.
— Tudo tá indo pro buraco, mano.
— Sobre a autorização, vou falar com a Waliyha e acionar a minha advogada. Os seus caras são bons, mas a Eve conseguiu me livrar do 41-bis. Acho que ela desenrola essa autorização pra você rapidinho.
— É, podemos tentar sim. Na real, eu queria ver uma outra coisa contigo — arfou. — Styles fez cagada, pra variar. Mas antes de te contar você vai ter que me prometer que não vai matar ele. Descobri que ele pode ser útil.
Zayn riu.
— Eu já to sabendo. Desde quando são amiguinhos? Pulando na bala por ele.
— Que eu me lembre, você me pediu pra ser legal com ele — enfatizou erguendo uma sobrancelha. — E eu que deveria estar surpreso, achei que ia ter que fazer mais esforço pra te impedir de assassinar o Bambi.
— Que tipo de pessoa você pensa que eu sou, mano? E, também, não é como se fosse culpa dele, né?
— Ele fala mais do que a boca e não é culpa dele? — Louis questionou subindo o tom de voz.
— Mas ele ia fazer o que? Relaxa, Lou. A letra é do Paolo, rolou aquele estresse com o Sam. Não vai dar em nada.
Tomlinson encarou Zayn, expressamente confuso. Percebeu que, aparentemente, não estavam se referindo a mesma coisa.
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desperado • l.s.
FanfictionNo cárcere, privados de sua própria existência e das interações humanas convencionais, os prisioneiros cumprem suas penas contando os dias para desfrutar novamente da liberdade. Entre as rebeliões, brigas por território e frustrados planos de fuga...