se eu implorasse e chorasse, isso mudaria o céu está noite?

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CAPÍTULO 15 – SE EU IMPLORASSE E CHORASSE, ISSO MUDARIA O CÉU ESTÁ NOITE?

Styles remoeu o alerta de Eleanor pelo resto da tarde, a angústia em seus ossos foi pessoalmente classificada como potencialmente letal e o convenceu de que poderia ficar na cama por, pelo menos, uma semana. Se recusou a explicar adequadamente para Niall a essência de seu comportamento retraído, justificando que tudo se tratava da simples chateação por passar o aniversário encarcerado. Não era uma completa mentira, afinal.

Ganhou alguns olhares comovidos dos aliados, mas nenhum insistiu por mais do que alguns míseros segundos. Estavam atarefados, as mentes cheias com seus projetos e a satisfação particular pela normalização do ambiente prisional. Oh, o equilíbrio. Harry coçou o nariz severamente, movendo a cartilagem e percebendo uma das narinas entupidas. Teve a atenção atraída por uma silhueta capturada com sua visão periférica, o corpo magro e desnudo do torso para cima se movendo cautelosamente entre os detentos correndo aqui e ali, se aproximando devagar.

Zayn observou Harry por tempo o suficiente para conhecê-lo, no mínimo, superficialmente. Manias, hábitos, tiques, vícios. Aquele comportamento era novo. O cacheado agia como se estivesse em pânico, os olhos verdes correndo freneticamente pelo chão, como se buscasse algum sinal secreto ali, a respiração numa frequência anormalmente lenta e profunda. Foi perceptível quando Styles lançou um olhar suplicante para Horan, ignorado de forma desintencional pelo loiro, que mantinha a atenção na lâmina rente aos pelos do rosto.

— Hazz, — Malik chamou quase timidamente, tocando o ombro dele e sentindo-o tremer levemente — alguém mexeu com você?

— Ahn?

— O que tá pegando? Alguém fez alguma gracinha?

— Não — Styles respondeu, caçando uma desculpa para a própria inquietação nos cantos do vestiário. — Sam estava me encarando. Não sei o que Lou disse pra ele, mas ele nunca veio atrás de mim depois que saiu do isolamento. Mas ele sempre me encara, mais ainda depois que ele te encontrou na lavanderia.

Zayn virou a cabeça na direção que Harry olhava, encontrando Fender sentado, os lábios roxos e os olhos inquietos. Os movimentos espasmódicos denunciavam o uso recente de metanfetamina. Ele está sempre drogado?, se questionou. Voltou a olhar para o cacheado, parecendo estar tomando algum tipo de decisão.

— Sam nunca te ameaçou, Hazz — contou. — Fui eu.

— Você?

— Eu precisava que você ficasse quieto sobre a nossa conversa na enfermaria, o que obviamente não aconteceu. Acho justo que você saiba disso agora que você é um dos meus.

Harry absorveu a confissão por uns segundos, concordando com a cabeça. Não adiantaria iniciar uma cena, eram águas passadas.

— Louis sabia? — Indagou. As desconfianças de Niall ecoando em sua cabeça de forma incessante, criando um dueto de realidade embaralhado com as palavras que ouviu de Calder.

— Ele soube quando veio me pedir pra não te matar — Malik riu. — Me ajuda aqui?

Styles assentiu, passando a faixa da tipoia por cima da cabeça do castanho.

— Tá demorando pro Liam te liberar do gesso, né?

As mãos do cacheado continuaram trabalhando, enrolando o plástico ao redor do gesso no braço de Zayn, como fazia quase todos os dias desde que se conheceram. Malik ansiava desesperadamente pela remoção da imobilização, retardada pelo espancamento recebido recentemente.

— Culpa da surra que eu levei. Não quebrou nem nada, mas resolveram manter o gesso por mais uns dias, por segurança. 

— Deve ser uma merda.

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