CAPÍTULO 10: CAPÍTULO ME VEJA QUEIMAR
Styles piscou lentamente algumas vezes, seu ouvido zunindo como se pudesse ouvir tudo e nada ao mesmo tempo. Alternou o olhar entre os olhos intensos e os lábios de Louis, tentando decifrar se aquelas palavras realmente significavam o que havia entendido. Um estúpido sorriso presunçoso adornava o rosto do mais velho, como se achasse cômica a forma como o desestabilizava.
Sentia seu corpo levemente trêmulo, como se suas pernas não fossem mais capazes de mantê-lo em pé. O tremor não era causado por medo, mas pela lascívia que envolvia sua pele num calor sufocante toda vez que tinha Tomlinson tão próximo. A incerteza se movia por sua cabeça como uma névoa, serpenteando pelos cantos escondidos.
Cedendo ao próprio arroubo, deslizou os dedos finos da mão direita até a nuca de Louis, tocando os cabelos castanhos com cautela e assistindo ao que a feição surpresa dele revelou uma imagem bastante atraente. O outro mordeu o próprio lábio inferior, inclinando-se na direção de Harry com um sorriso devasso e enlaçando sua cintura, tocando-a por debaixo do moletom. Styles o puxou pelo queixo com a esquerda, pressionando avidamente seus lábios nos dele. As línguas se entrelaçaram numa dança frenética, os corpos se esbarrando em busca de atrito enquanto as costas do cacheado eram golpeadas contra a parede.
Os toques eram tão ardentes quanto proibidos. Louis espalmava uma das mãos pelo torso de Harry, sentindo os músculos tensionarem sob seus dedos, a pele completamente arrepiada. A outra permanecia fixa ao redor de sua cintura, garantindo que permanecessem colados. Suas bocas se encostavam de forma fervente, ambos se rendendo ao momento numa entrega igualmente voraz. Tomlinson capturou o lábio inferior de Styles em uma mordida impiedosa, arrancando um gemido surpreso dele.
— Caralho, Styles — suspirou, encaixando o rosto na clavícula de Harry e aspirando, quase maravilhado com o cheiro exalado.
Louis se inclinou, subindo os beijos em direção ao pescoço com um ar malicioso e, em seguida, deixando alguns chupões vermelhos. Dedicou um tempo ali, as mãos de Styles ainda acariciando seus cabelos e arranhando sua nuca. Passou a ponta da língua sobre o pomo de Adão e Harry se arqueou em direção a ele, tremendo de prazer. Lambeu o pescoço, traçando uma rota para o lóbulo, mordendo a ponta da orelha e suspirando no ouvido do parceiro.
Perdendo o controle de si mesmo, o mais novo gemeu ainda mais, seus quadris se forçando para frente e praticamente se esfregando. Naquele ponto, não se importava nem um pouco com o que alguém poderia escutar. Os calafrios se espalharam rapidamente por todo o corpo, não dando nem chance de pensar em nada.
Empurrou o torso de Louis com cuidado e gentileza, a respiração completamente ofegante pelo calor que ardia entre eles. Alcançou a barra do próprio moletom e tirou a peça, lançando-a no chão da cela. A partir daquele instante não existia penitenciária. O mundo exterior não existia. Nada era real além do desejo marcado nos olhos escurecidos de Tomlinson, que o observava a se exibir à sua frente.
A luz da lua espreitava pela pequena janela, iluminando apenas o suficiente para que pudessem se locomover. Louis recuou os passos, caminhando de costas até a própria cama e se sentou na beira, estendendo a mão em direção a Harry, num convite silencioso. A oferta foi imediatamente aceita. Styles ergueu a palma, entrelaçando as mãos rapidamente ao que se aproximava novamente.
Não houve tempo de ação, Tomlinson o puxou para perto e, num tranco, seus joelhos já estavam sobre o colchão. Posicionou as pernas nas laterais do corpo do mais velho, uma de cada lado, apoiando as coxas nas dele e permitindo que seus membros se esbarrassem. Louis parecia fascinado em estudar a pele exposta, grato pelos reflexos luminosos que permitiam avaliar o contorno das várias tatuagens espalhadas.
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desperado • l.s.
Hayran KurguNo cárcere, privados de sua própria existência e das interações humanas convencionais, os prisioneiros cumprem suas penas contando os dias para desfrutar novamente da liberdade. Entre as rebeliões, brigas por território e frustrados planos de fuga...