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Minha cabeça está pesada e eu mal consigo abrir meus olhos. O único som que eu consigo escutar é de pedras e de vozes baixas. 

Com muito esforço, consegui abrir os meus olhos e olhei em volta, vendo que eu estou deitada no banco de trás de um carro. Levantei minha cabeça, mas senti uma pontada lateral, me fazendo gemer de dor e encostar minha cabeça novamente.

— Filha? Está tudo bem? — minha mãe perguntou, colocando as mãos sobre minha barriga — Desculpa, mas a academia exige que os alunos são saibam o caminho, por isso tive que fazer isso.

— Não era mais fácil me contar e eu ir dormindo? — perguntei com as mãos sobre a testa.

— Eu também queria que fosse desse jeito. — ela respondeu com um sorriso lateral e logo voltou sua atenção para frente. 

O dia estava lindo, um azul no céu e as nuvens formavam alguns desenhos. Os pássaros voavam por ele e o sol brilhava, trazendo uma sensação boa. 

Em poucos minutos, escutei um portão se abrindo, o que me fez levantar rapidamente e olhar para frente, encontrando um lugar misterioso, onde o vento uivava entre as torres de pedra. Ultrapassamos o portão de ferro forjado e consegui ver uma mulher nos esperando. 

Ela está usando uma saia longa preta e uma blusa cinza com o símbolo da academia. Seus cabelos são em um tom de preto forte e estão presos em um elegante coque.

Suas mão estão entrelaçadas, embaixo de sua barriga. Ao seu lado há um cachorro de porte grande com uma coleira preta em volta do pescoço. 

Estacionamos o carro e eu desci, ainda meio bamba. Minha mãe me deu a mão e juntos caminhamos em direção à mulher que nos aguardava com um sorriso estonteante. 

— Fizeram uma boa viagem? — a mulher disse enquanto aproximamos. 

— Fizemos sim. — mamãe respondeu entre um sorriso — Que bom te rever, Grayce.

— Digo o mesmo, Odessa. — a mulher respondeu — Seja bem-vinda, Bexley. Eu sou a Grayce e sou a responsável dessa academia que está muito feliz em te acolher. 

Grayce me envolveu em um abraço formidável e passou as mãos pelos meus braços, logo colocando uma pulseira de cor preta em volta do meu pulso. Por conta do ato inesperado, puxei meu braço para mim e ela deu uma risadinha baixa. 

— Essa pulseira controla sua circulação sanguínea, seus batimentos cardíacos e ela possuí uma agulha dentro, acho que você reparou. Nessa agulha é liberado um líquido que vai te deixar mais tranquila e vai te impedir de usar seus poderes. — ela deu um sorriso ladino e voltou em direção de minha mãe.

A agulha incomoda bastante, me fazendo sentir uma dificuldade imensa de mexer o braço. Eu consigo sentir o líquido entrando no meu corpo, o que me dá uma sensação estranha. 

— Até quando eu vou ter que usar essa pulseira? — perguntei, chamando a atenção de Grayce. 

— Você só irá tirar quando estiver em aula, fora isso, ela vai ser parte do seu corpo, vai ter que acostumar. — respondeu e eu assenti, mordendo o meu lábio inferior. 

Grayce conversou um pouco com meus pais e nos chamou para entrar. Adentramos o local e as paredes possuem alguns quadros e nos chãos contém vasos de flores coloridas. 

Enquanto entravamos, alguns alunos nos encaravam, me fazendo sentir um certo tipo de vergonha. Já faz tempos que não piso em um lugar com muita gente, então a sensação é meio estranha. 

Alguns corredores não possuem janelas, muito menos parede, eles nos dão completa visão do campo de grama verde onde alguns alunos estão treinando arco e flecha e lutas com espadas, o que achei bem diferente, pois não é comum andarmos com espadas para defesa.

A Academia Eldritch: A Busca pela Verdade Onde histórias criam vida. Descubra agora