4 ♰ Me perdoe

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EU OUVI AS PALAVRAS SAÍREM. EU SENTIA QUE IRIA MORRER [...] E ENTÃO VOCÊ OLHA PRA MIM. VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS GRITANDO. VOCÊ ESTÁ SILENCIOSAMENTE QUEBRADO — AMY LEE, FORGIVE ME.

Jungkook Matthews

Eu ultrapasso todos os limites com ela. Julie sai segurando a bolsa com raiva, de cabeça baixa, enquanto toda a sujeira que fazemos — a sujeira que participo — de cabeça baixa com os cabelos cacheados agora imundos. Ela passa pelo portão e não dá satisfação ao guarda, apenas um aceno e algo falado que não consigo ouvir.

Ela chora, ultrapassa o que imagino. Por minha culpa.

Ver ela chorando não é exatamente bom como imagino. Sinceramente, quero apagar Ashley da face da terra por tudo aquilo. Quero bater em Taehyung  e Jimin por segurarem ela; Taehyung  abre a boca dela de maneira tão violenta que sei que foi dolorido. Aquilo é doloroso e humilhante. Não pelas palavras, não exatamente.

— Eu ainda tiro fotos disso aqui — Ashley tem um sorriso no rosto quando a olho, com uma cara de poucos amigos. Meus dois amigos me encaram, sei que logo apareceriam perguntas, mas os ignoro.

Ashley acha prazeroso aquilo. Não acho graça nenhuma.

Não mais.

— Mande todas as fotos e vídeos pra mim e apague do seu celular — Ordeno. A loira me encara e faz uma careta, procurando por mais explicações. Olho para os outros e para Kathy — Isso serve pra vocês também.

Espero todos pegarem seus celulares, mas obviamente Taehyung  e Jimin ficam me encarando e procurando respostas enquanto encolho os ombros numa pergunta silenciosa: qual é, Jungkook?

— Por que entregar a você? — Kathy pergunta, parecendo encolhida na roupa curta logo pela manhã, mas sinceramente, o rosto daquelas duas tinham me cansado ao longo desses dias.

— Não pergunte, só faça ou eu acabo com vocês também — Aqueles vídeos e aquelas fotos não caem na mão de ninguém além de mim. Ashley tapeia meu ombro quando solta um riso baixo.

— Ih, o que houve, Jungkook? Você não concorda com isso? — Seguro seu pulso com força, força o bastante para marcar. Ashley tira o sorrisinho do rosto e me olha, os olhos azuis que não me fazem sentir nada além de repulsa. Foda-se.

— Concordei e fiz. Não era isso que tinha de acontecer? Agora mandem os vídeos pra mim ou eu quebro vocês na porrada. E não estou brincando — Encaro os olhos claros de Jimin e em seguida Taehyung , os cabelos voando com o vento e seus olhos cerrados na minha direção — Vocês também.

Felizmente, nenhum dos dois faz pergunta alguma na frente delas e me obedecem. Cada um pega seu celular, e faço questão de ver cada um apagando a merda que fizeram depois de me enviar por e-mail. Eu não quero que ninguém tenha acesso a isso, não quero dar chance a outra pessoa para fazer a mesma coisa com ela.

Saio daquela rodinha indo em direção à quadra, passando por fora das salas, a arquibancada aberta, já apagando o pensamento de como serão os primeiros jogos. Escuto passos atrás de mim a todo momento e sei que aquelas duas também nos seguiram, por isso, em vez de subir, eu me viro em direção a elas e aponto.

— Fora daqui.

As duas se olham, eu subo até o último assento da arquibancada, me sento e apoio os cotovelos sobre os joelhos enquanto encaro meus próprios sapatos. Uma bufada de indignação corta a brisa fria da manhã. Elas ainda estão ali.

DOCE TORMENTO • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora