DOCE TORMENTO • JJK

37 ♰ Quem você é

NÃO PERCA QUEM VOCÊ É NO BORRÃO DAS ESTRELAS. VER É ENGANAR, SONHAR É ACREDITAR. TUDO BEM NÃO ESTAR BEM. ÀS VEZES, É DIFÍCIL SEGUIR SEU CORAÇÃO. LÁGRIMAS NÃO SIGNIFICAM QUE VOCÊ ESTÁ PERDENDO. TODO MUNDO SE MACHUCA — JESSIE J, WHO YOU ARE.

♰ Jungkook Matthews ♰

Estressante. Os últimos dias têm sido estressantes pra mim a ponto de me causar dor de cabeça por conta de toda essa preocupação.

Nunca tinha me dado conta do que era gostar verdadeiramente de uma pessoa, no dia que Julie descobriu o que eu tinha feito, as fotos que tinha tirado e brigado comigo. Tão brava que eu poderia ter focado no quão tinha achado ela atraente por isso, no entanto também entendia o lado dela.

E se por um descuido essas fotos tivessem sido vistas por outras pessoas, uma só delas. Eu poderia ter acabado com a vida dela antes mesmo de conhecê-la.

Também não posso esquecer da dor de cabeça que fiquei depois que Julie me falou que Hans descobriu, definitivamente uma das pessoas que não devia ter descoberto. Não consegui dormir bem por uma noite pensando nas consequências se Thomas descobrir isso.

Se descobrir que há um policial morando do lado da minha casa, do FBI.

E que está investigando ele.

— Sua mãe disse que você precisa de antigas entrevistas para um trabalho de geografia — meu pai abre a porta do quarto sem bater, respiro fundo virando a cadeira da tela do computador.

— Pode deixar em cima da cama — aponto.

Encarando o rosto rude de meu pai, as palavras de Julie ainda no hospital ecoaram e a raiva subiu até meu coração de novo. Sempre que olho pra ele nunca me vem um sentimento bom, por toda culpa que carrego.

Mas aquilo, não fiquei surpreso ao descobrir isso. Mas…

— Sei que você pagou o policial para me deixar mais tempo na prisão — deixo meus ombros se encolherem, notando os olhos dele se abrirem mais em sua boca se abrir. — Não quero que diga nada, vai arranjar um jeito de brigar comigo. Só quero que saiba que isso é a coisa mais covarde que um pai pode fazer com um filho.

Pela primeira vez. Pela primeira vez vi meu pai sem palavras, no seu rosto não havia nada de arrependimento ou angústia.

A raiva ainda estava pela superfície, os punhos cerrados e prefiro achar que seja com vontade genuína de me bater do que arrependimento por ter descoberto isso.

— Como descobriu? — murmura, baixo e rude. Dou os ombros e pisco devagar não demonstrando nada do que estou sentindo verdadeiramente no coração.

Continuarei sendo o filho estúpido dele. Queira ele ou não.

— Essa é sua pergunta? Se quiser que eu morra de vez é só dizer, já carrego culpa o bastante e de acha que gosto disso e de ter feito isso deveria me observar um pouco mais — Derek não se mexe, mas sua mão abre do lado do corpo. — Sei que sou inútil pra você, pai.

Minha voz falha sem que eu tome controle dela, respiro fundo só pra tentar engolir aquele efeito tão forte que há sobre mim. Mais doloroso do que falar isso em voz alta é assistir meu pai com a mesma cara, nenhum pingo de compaixão para que eu pudesse voltar atrás e dizer que no fundo não sou tão inútil.

— Sua mãe... — a voz dele fica baixa num tom impressionante.

Perdido nos pensamentos?

— Não pretendo contar a ela — me viro de volta para o computador. — Não se preocupe com isso. E amanhã estou indo com Julie para o Angel Rock Waterfront, a mãe alugou um chalé pra nós. Antes que diga que não tenho onde cair morto, reclame com ela.