3 | Aonde todo mundo seguia em frente

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Nota da autora

Quando alguém que quase nunca sai de casa resolve do nada e sem motivação alguma, fazer uma caminhada de quatro quilômetros por dois dias seguidos em dois blocos e passar três noites de carnaval até às cinco da manhã em pé numa praça sem uma gota de álcool e pegando chuva, seria estranho que no mínimo ela viesse a óbito? Felizmente, esse não foi o meu caso, mas não impediu que eu pegasse um bom resfriado e muitas dores musculares. Para concluir, veio a menstruação. Essa história é muito mais longa e engraçada, mas essa autora aqui veio lhes dizer que o capítulo de hoje é o mais próximo que se pode ter do resultado de uma "ressaca" de carnaval, por isso ele é curtinho.

E vocês, curtiram o carnaval? Pelo menos, à sua maneira, mas curtiram?

Ah! E eu vou estar ignorando ou mudando o curso de alguns acontecimentos para encaixar melhor a narrativa que eu quero passar, então segura o rojão aí.

Boa leitura!

❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥


DIEGO

Não era nada de "sentimentos envolvidos". Se foi uma coisa de corpo em corpo, então a colocação mais cabível seria "sensações envolvidas". Por mais habituado que você esteja com uma coisa - e neste caso seria o contato físico, o toque sexual, a boca, a troca de alguns fluidos, a latência do estímulo e de sua constância no intervalo até o orgasmo – você não está livre de ser surpreendido.

E agora eu estava diante de uma virada de chaves na minha vida sexual, isso sim. Lidando com a dura verdade de que foi uma experiência muito boa, difícil de esquecer e de ser superada.

E só Deus sabe como tá a cabeça do palhaço. E o cu também.

Enquanto passeava os olhos através do espelho pelas marcas em meu pescoço, eu descobria uma nova perspectiva sobre o que tinha acontecido, uma mais carnal do que poderia indiciar, para meu alívio e confirmação.

Me virei e dei uma boa olhada na minha bunda de tom levemente mais claro que o resto do corpo pelos dias de praia, que agora estava marcada em faixas vermelhas que variavam em tons mais escuros e mais claros. Marcas de sexo por todo o meu corpo, que por hora também marcavam minha mente.

Eu ainda podia senti-lo pela minha pele, a pegada de suas mãos firmes em cada membro meu, o seu volume excepcional marcado no meu interior, quase como tê-lo novamente dentro. Uma ardência acompanhada de uma leve pulsação me lembrava daquele pau rígido, insaciável, me invadindo. Os vestígios da paixão avassaladora que nos acometeu naquela madrugada.

Não tinha como ser diferente, eu e ele éramos intensos. Gostávamos de foder, sem receio ou vergonha, sem nojinho, fazíamos o que tínhamos vontade. Isso tínhamos em comum. Queríamos agradar um ao outro, sem medida e sem competição. Simplesmente aproveitando o momento. E talvez por isso éramos tão amigos, pois um não julgaria o outro diante das ações movidas por pura vitalidade.

E que vitalidade. Devo as honras ao meu não superestimado amigo Amaury. A essa altura da vida você deve concordar comigo que existe uma grande distância entre ser comido por alguém que quer gozar e alguém que quer gozar fazendo gozar. E era esse segundo tipo de parceiro na cama que se tratava o barbudinho, gozava enquanto me fazia gozar. Coisa de profissional.

Em suposições empíricas, eu não sei quantas vezes ele teve que fazer até acertar, mas que bom que o acerto foi comigo. E posso dizer que não me arrependo, não do ato em si, mas talvez, talvez...das circunstâncias.

Eu conheço o Amaury o bastante para saber que ele vai pensar muito e muito e muito e muito e muito sobre o que aconteceu. Concordam?

É a forma como ele lida com as coisas. Quase tudo fica marcado na memória dele. Coisas boas e ruins. E ele é um cara ansioso, como muita gente, como eu, como todos nós . Então é por isso que não posso tratá-lo como uma ficada qualquer. Porque não foi, era muito complicado para ser.

feelings: Enquanto Me Apaixonava Por Você - DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora