10 | Aonde só se tratava de nós dois

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🌚 Eu não vou avisar nada, mas estejam avisadas. 🌝

Nota da autora

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada. O capítulo de hoje é grande, grande demais. Espero que vocês gostem mesmo assim, pois tinha muita coisa para acontecer antes de encerrar essa primeira parte. Mas aproveitem cada coisinha, são de absoluta importância para a jornada que se seguirá na segunda parte desta estória.

Boa leitura, chuchu 😚

❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥

DIEGO


"Que decadência, que coisa horrível. Tem certeza que isso aí já foi um ser humano?" é exatamente o que se passaria na cabeça de qualquer um que me visse agora.

Sentado meio deitado no sofá, colocando minha coluna em sério risco de sofrer danos irreversíveis, eu estava todo enrolado num edredom, enquanto o ar condicionado estava ligado no mínimo - ou seja, gelado como a morte - numa combinação perfeita com a minha nova skin: a de um vampiro de filme clássico.

Meu apartamento se transformou em um mausoléu nos últimos dias, tanto pela poeira que se acumulou após um tempo que eu não aspirava, quanto pelas cortinas totalmente fechadas, que deixavam a sala numa penumbra danada, lá pelas duas horas da tarde, mas eu achava melhor assim.

Cocei minha barba, que estava enorme em uma pele que a muito tempo não conhecia o que era um skincare decente além de água e sabonete quando necessário. Olhei entediado para a caixa de bombons de chocolate no meu colo, peguei mais uma daquelas delicinhas e a enfiei de uma vez na boca.

Agora é oficial: todos conhecerão a minha face mais vergonhosa, onde o meu senso de realidade vai dar uma voltinha e eu me transformo em outra pessoa, uma versão antissocial, viciada em chocolate e afogada em autopiedade.

Por isso, a preciosa folga que eu havia tirado foi transformada em um retiro espiritual profundo, onde me abstive de qualquer contato com o mundo exterior, colocando meu celular lá na puta que pariu e com o "Não Perturbe" ativado.

Se caso o mundo sucumbisse lá fora, eu não saberia, não que me importasse muito.

Antes de qualquer julgamento, é importante lembrar que cada um tem o direito de encarar a perda da forma que achar melhor e eu escolhi lidar assim, após dar adeus à minha existência poligâmica.

"Ah Diego, mas você nunca foi poli-" Xiu!

Fora as idas ao banheiro ou quando eu precisava atender às reclamações do meu estômago, entrei em um estado de inércia sem perspectiva de quando iria sair dele. Na TV, passava mais um capítulo de "Terra e Paixão" da maratona que eu iniciei desde sei lá quando, mais precisamente quando botei a bunda nesse sofá, que não lembro se foi hoje, ontem ou anteontem. Tanto faz.

A cena era uma das trocentas que tinha Ramiro segurando Kelvin nos braços e lhe dando um apertão, palavra forçadamente adotada para nomear o que todos nós pessoas normais chamamos de agarração.

- Ah lá, os paus duros se roçando – ri, enquanto abria boca e mordia o chocolate ao assistir Amaury me apertando quase fundindo nossos corpos. Nossas respirações descontroladas se misturavam em meio a toda aquela aproximação. Enquanto ele me agarrava, eu tentava não perder a linha durante a atuação, contendo as reações e obedecendo ao script quando precisei afastá-lo. Juro, se eu não fosse tão profissional...

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⏰ Última atualização: Mar 28 ⏰

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feelings: Enquanto Me Apaixonava Por Você - DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora