6 | Aonde só se via amizade, claro

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Nota da autora

Voltei meu amor, fora da data, mas estamos aí.

Você joga? Ou gosta de design de jogos? Eu gosto bastante até, mas depois de ler e estudar muito sobre, não afirmo isso com mais tanta convicção na voz. E ainda mais depois de inventar de misturar com UX/UI Design em um projeto e outras fanfics que só um universitário entenderia.

Você escreve artigos? Eu particularmente odeio as restrições da escrita acadêmica, então aqui estou derramando tudo o que queria escrever sobre em um espaço mais livre.

Por isso, aproveite e boa leitura!

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AMAURY


Não tenho jeito mesmo, estou morrendo de saudade de tudo isso aqui. Em um nível tão desconcertante que sinto falta até daquelas longas caminhadas que eu dava para ir de um estúdio ao outro, quando não podia usar o carrinho elétrico para me locomover por algum motivo, debaixo do sol quente desse Rio de Janeiro, que ensopava minhas camisas de suor.

Sou um homem apegado mesmo, admito. Demoro horrores para superar um ciclo e para me habituar a outro, devido a ausência das coisas que eu experienciei quase todos os dias e agora não mais. Por isso estar ali outra vez foi como mais um dia comum, como se nada tivesse acabado.

Depois de andar um pouco, fui chegando em uma área comum e muito frequentada por mim, passando pelos mesmos estabelecimentos de sempre e naturalmente algumas pessoas iam me reconhecendo e eu ia acenando pra elas.

"Olha lá, dona Maria com sua toquinha, seu Pedro varrendo ..." os funcionários que já eram a cara do lugar, gentis e sorridentes, trabalhavam ali acho que muito antes de mim sequer pensar em entrar para a Globo.

Eu sempre fazia questão de ir cumprimentar um por um, mesmo quando o tempo era apertado. Pode parecer bobagem, mas uma lição que aprendi é que basta um sorriso para mudar o dia de alguém para melhor. Então, sejam gentis e atenciosos quando puderem e verão que uma flor surgirá no seu ou no coração de alguém.

Quando cheguei na sala indicada para aguardar a gravação do quadro, fiquei meio surpreso por ter sido o primeiro. Será que foi pela ansiedade de vir trabalhar aqui de novo?

Olhei ao redor, com aquela típica sensação de nostalgia e caminhei até um assento. Como o tempo passava e ninguém aparecia, não me restou nada para fazer além do que ficar xeretando no celular sentado no sofá.

Vinte minutos depois, ouvi a porta ser aberta e fechada. Passos se aproximavam e então uma criaturinha ruiva se revelou, andando sem tirar os olhos do smartphone, trajando uma singular camisa laranja e com a mochila nas costas.

No ambiente fechado, seu perfume pareceu por um momento tomar de conta do ar. Foi quase instintivo fechar os olhos e inalar profundamente o seu cheiro tão familiar, que eu não tinha me dado conta do quão agradável era até voltar a senti-lo depois de um tempo.

Ele continuou distraído por alguns instantes, mas assim que percebeu que não estava sozinho, rapidamente ergueu a cabeça e olhou para mim. Sua reação imediata foi arregalar os olhos, depois fez uma expressão apática e se voltou ao aparelho novamente, como se tivesse visto algo pouco interessante.

Olha esse pinscher?! Tá se achando demais, vejam só como a fama sobe à cabeça, não é?

Quando ele passou perto de mim, direcionando-se a um outro assento próximo, me levantei e segurei no seu braço, puxando-o para um abraço.

- Que que foi isso? Não ia falar comigo não? – falei apertando-o com um pouco de força intencionalmente, seus braços presos juntos ao corpo. A aproximação me fez sentir seu cheiro mais de perto e mais uma vez em poucos minutos me vi como uma criatura guiada pelo instinto, quando levei o nariz até seus cabelos claros, procurando e cheirando mais da fonte daquele aroma doce.

feelings: Enquanto Me Apaixonava Por Você - DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora