2 | Aonde tudo ficava meio confuso

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Nota da autora

Oi gente, voltei. Acho que consegui organizar minha agenda e acho que vai dar pra fechar com atualizações todas as quartas. Beijos, fiquem com o capítulo de hoje. Boa leitura!

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AMAURY

- Puta merda Amaury, minha bunda! – ele reclamou pela milésima vez, se contorcendo no banco do passageiro.

Desviei brevemente minha atenção da estrada para olhar para ele. Diego fazia um bico com os lábios e por mais que eu não pudesse ver parte do seu rosto que estava tapado pelos óculos escuros, sabia que ele estava totalmente enfezado.

- Você tá de mal humor – constatei – deve ser fome.

- Xiu – falou – Calado você é um poeta, sabia? E não se faz de desentendido. Eu não sabia que você era um ninfomaníaco, se soubesse não tinha tido essa ideia infeliz. Eu ein, onde já se viu, arrombar o filho dos outros – continuou com a sua inquietação no banco, então passou xeretar o porta-objetos do carro, achou algo que eu não pude identificar e jogou em mim, mas eu prontamente desviei - Se eu precisar ir para o hospital, eu não vou passar essa vergonha sozinho, vou logo avisando.

- Até parece pequetito, que você é o inocente da história. Poderia muito bem ter dito que não, ao invés disso só me deixou fazer o que eu queria com você enquanto me abraçava e ficava gemendo pro prédio inteiro escutar "Ahn! AMAURYYYY! Isso, assim! Me fode vai! Mais, AHN, MAIS! Ain Amaury, como você é gostoso! Meu cuzinho é todo seu".

- AHAHAHAHAHAHA – ele soltou uma risada alta e com um tom de deboche – Como você inventa. Se acha demais e eu que tenho que ficar aguentando, era só o que me faltava.

Já tinha se passado algumas horas da madrugada mais inusitada que eu tive na minha vida. Ao contrário do que eu esperava, nenhum dos dois encarou com desconforto a situação de termos tido mais intimidade do que era esperado que tivéssemos.

"Por que inesperado?" eu te digo: porque eu e Diego não tínhamos nada que nos levasse a tal ponto.

A nossa relação, posso dizer, era até um pouco distante disso, mais como uma amizade que surgiu por força circunstâncias. De início eu achei que nem seríamos próximos, ele parecia me ignorar quando não estávamos de frente para as câmeras, como se eu fosse uma mosca. Mas apesar de que entre uma conversa ou outra acabamos nos tornando mais íntimos, eu já havia me convencido a muito tempo que os nossos mundos não se misturariam tanto, assim que chegasse o fim da novela.

Sempre me considerei um cara simples, muito na minha. Tenho poucos amigos, valiosos, mas poucos. E apesar de não ser tímido, sou reservado. Já ele era mais expansivo, inteligente e era um monte de outras coisas ao mesmo tempo.

Diego tinha uma energia tão diferente da que eu estava acostumado que me senti como se um tornado tivesse passado pela minha vida e tinha desordenado tudo e cabia a mim arrumar. Era difícil acompanhá-lo. E sim, dizer isso me faz soar como um velho – palavras dele mesmo – mas sou o que sou.

Só que neste processo de me reconhecer dentro de uma nova dinâmica como ator, eu aprendi muito com ele tendo-o como parceiro, com um novo mundo que se consolidava na minha vida. Ele me ajudou a entender que eu jamais voltaria a ser o mesmo, aquele que vivia na sua zona de conforto que era restrita ao teatro, mesmo que essa nova experiência fosse assustadora para mim. Agora tinha tudo ao mesmo tempo, incluindo a televisão, a mídia, a internet... E ele estava lá, segurando a minha mão enquanto nos entregamos a um mergulho sem volta.

E é aí que mora o "x" da questão: como é que eu fui acabar fodendo meu próprio amigo e colega de trabalho?

Tudo bem que ele era bonito, tinha uma aura que, eu não sei explicar muito bem, mas é como se ele nos atraísse para ficar observando cada detalhe: aqueles olhinhos que desmontam qualquer um quando ele queria alguma coisa, aquela boca inchadinha que parecia apetitosa e descobri que realmente era quando no beijamos para a cena, tão macia e cheinha, e tinha aquele corpo bem trabalhado que cada parte parece que foi feita para as minhas mãos tocarem...

feelings: Enquanto Me Apaixonava Por Você - DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora