PROSA POÉTICA

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Eu te observo pela casa com um olhar meio perdido, como quem tenta decifrar enigmas que existem pelas sombras. Seu andar sempre apressado deixa marcas sutis pelo caminho, como pegadas de alguém procurando algo perdido. Pouco ouço sua voz, como se as palavras que poderiam nos unir se perdessem no eco do silêncio que preenche os espaços vazios entre nós.
Descobri ontem que você pensa em partir. Como eu vou viver sem você? A ideia é avassaladora, como se o ar que respiro perdesse sua essência na ausência da sua presença. Lembro-me dos dias em que éramos cúmplices de risos e confidências, agora no entanto, sinto que o tempo escorrega entre os dedos como grãos de areia, e eu mal consigo segurar as horas que passam tão rápido.
Talvez eu tenha me acostumado demais à sua presença, à sua sombra que sempre se projeta ao meu lado e eu me pego imaginando como será a casa sem o som dos seus passos e sem a melodia da sua risada. Nesse devaneio compreendo o quão dependente me tornei de você. Partir não é apenas deixar um espaço físico vazio, mas arrancar de mim um pedaço daquilo que me faz inteira. Então, por favor, antes de seguir adiante nesse caminho que nos separa, olhe nos meus olhos e veja a súplica silenciosa que tenta escapar do meu peito.

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⏰ Última atualização: Feb 08 ⏰

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