Capítulo 6

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-Enid p.o.v-

-FLASHBACK ON-

-Fica quieta! você só trás desgosto pra essa família!-Minha mãe grita enquanto bate na mesa da cozinha, eu acabei de contar á ela que fiquei na detenção.

Não é como se suas humilhações diárias tivessem algum embasamento, em sua primeira oportunidade de me xingar ela o faz, não é uma novidade, mas nem por isso deixa de doer.

As vezes eu sinto vontade de ter uma figura materna amorosa e não traumática, talvez ligar para Wednesday depois ajudaria a me dopar um pouco da dor latente em meu peito.

-Sua pequena vadia, está me ouvindo?-Ouvi minha genitora gritar e logo após um tapa estalado, infelizmente este não foi na mesa.

Senti minha pele arder, adrenalina se infiltrando em minhas veias se preparando para enfrentar qualquer tipo de ameaça presente.

-Essa vai ser a última vez que você encosta em mim," Mamãe"-Disse fazendo aspas com os dedos e me levantando da cadeira indo para fora da casa que estava sempre cheia de gente, mas vazia de sentimentos.

-FLASHBACK OFF-

-Voltou para se desculpar e dizer que vai se separar desta aberração?-Ouvi minha genitora dizer.

-Nunca faria isso com meu marido, sonhar é um direito seu.-Disse reunindo a paciência que restava em meu ser.

-Vocês se merecem, duas monstrengas, não sei como meu marido ainda aceita vocês aqui.-Ela diz soltando veneno pela boca, querendo atingir todos meus pontos fracos de uma vez.

-Você diz coisas cruéis que costumavam machucar meu coração, porque eu sempre estive aqui me esforçando pra caralho tirando sempre as melhores notas, e nunca me enfiando em confusão!-Alterei o tom de voz afim de faze-la se arrepender de tudo que me fez e faz passar.

-Ah, por favor! você é a maior decepção dessa família, uma doença ambulante!-Ela rebate com deboche em suas palavras.

-Por que é tão difícil de perceber? se eu me cortasse sangraria assim como você! você é como eu, e eu sou como você, imperfeitas e humanas, não?

-Nunca seria como uma aberração igual a você! nunca mais faça essa comparação.-Ela disse elevando seu tom de voz.

-Por que você não pode me escutar pelo menos uma vez?-Gritei sentindo minhas lágrimas querendo descer, nunca choraria na frente dela, não a daria este luxo.

-Se as paredes falassem, elas saberiam o quanto você é ingrata!-Ela chegou mais perto de mim e cuspiu palavras duras em minha direção.

-Se as paredes falassem, elas veriam o que você fez por todos esses 23 anos, "Mamãe", e a senhora tem que admitir que não era nada bonito de se ver, eu vivi coisas que ninguém merece.-Gritei enquanto tentava ao máximo guardar minhas lágrimas, minha garganta dói.

-Sua bebe chorona, você substitui seu cérebro pelo coração, guarda muita coisa e depois desmorona.-Ela diz e eu gargalho através das lágrimas que insistiam em sair.

-E de quem é a culpa?-Digo debochando de sua fala.

-Ei! voltamos!-Ouvi meu pai gritar junto a Wednesday na sala.

-Diga tudo que disse pra mim na cara do meu pai, duvido que conseguiria-Disse enquanto minhas lágrimas desciam para o chão amadeirado.

-O que aconteceu?-Wednesday solta o rifle que vai em direção ao chão após ver minhas lágrimas escorrendo como uma torneira aberta.-Vem, respire, tudo bem?-Wednesday disse enquanto me levava para fora da casa.

-Sabe, eu olho pra você e me vejo.-Wednesday disse enquanto me abraça e via que estava voltando a calmaria.-Eu olho para você e me vejo, te entendo melhor que qualquer um, tenho o mesmo problema com lágrimas.

-Lembra de quando eu liguei pra você tarde da noite no dia da detenção?-Questionei o garoto que parecia nostálgico a ouvir a pergunta.

-Como poderia esquecer?

-FLASHBACK ON-

-Por favor, eu só preciso conversar, Wed.-Eu sussurrei para o telefone sentindo-me apreensiva.

-Tudo bem, mas eu juro que se aquela velha disse alguma coisa má pra você eu mato ela, não me importo se ela te geriu.-Wednesday dizia e no fundo ouvia um barulho desconhecido.

-Que barulho é esse na sua casa?-Perguntei por pura curiosidade.

-Estou fazendo uma surpresa pra você, acho que vai gostar.-Ele disse e os barulhos se intensificaram.

-Me manda uma foto sua? estou com saudade.-Admiti e ele deu uma risada nasal como reposta, logo depois uma notificação apareceu em meu celular.

Era uma foto dele sentado ao ado de um carro, tanto o carro quanto ele estavam sujos de resquícios de óleo do motor.

-Como você consegue ser gostoso até todo sujo no meio da madrugada? me passe seus segredos.-Brinquei, mas não obtive resposta, Wednesday havia desligado.

Ouvi passos na escadaria e logo escondi meu celular, os passos foram chegando perto, e a porta se abriu lentamente revelando quem eu menos esperava ver.

Wednesday.

-Graças a Cornífero este é seu quarto! achei que havia errado.-Ele diz calmamente se encostando na batente da porta.

-Por que você está aqui?-Questionei o puxando para dentro do quarto e com calma fechei a porta.-Eu tenho tantas perguntas...

-Espera...Cornífero não é um Deus tipo da bruxaria?-Questionei confusa.

-Eu sou bruxo, Enid, mas não significa que eu entrei assim na sua casa, sua porta tem a fechadura bem fraca.-Ele diz se sentando em minha cama sujando meus lençois com óleo.

-Você vai sujar tudo e vão perceber que alguém além de mim esteve aqui, Wed.

-Está me expulsando?-Ele disse fingindo tristeza.

-Deveria, mas eu gosto de você o suficiente para sugerir que saia da minha cama e vá embora, são meia noite o que você está fazendo aqui?-Sussurrei para o garoto enquanto andava de um lado pro outro.

-Você estava mal, então eu pensei em ajudar vindo até aqui.-Ele disse se levantando e vindo até mim, se aproximando cada vez mais, captando cada uma das minhas reações corporais.

-Tudo bem, vamos só ficar deitado, por favor?-Perguntei abraçando seus ombros enquanto seus braços se enrolavam em minha cintura possessivamente.

-Claro! o que você quiser, mas preciso de um banho antes.-Ele diz e foi em direçaõ ao banheiro com minha permissão, o esperei pacientemente deitada na cama.

-Voltei!-Ele sussurrou e se deitou junto a mim, me abraçando por trás possessivamente.

Senti o sono se apossar, ouvi passos pesados na escada mas decidi ignorar, péssima idéia...

Aporta se abriu lentamente revelando meu pai parado de forma estática.

Talvez eu tenha feito merda...

-Pai?


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⏰ Última atualização: Feb 21 ⏰

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