Piratas são todos iguais!

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O estrondo ecoou por todo o bar, Ruby demonstrou sua frustração, quando revirou os olhos pela terceira vez naquele dia, outro bêbado tinha derrubado uma garrafa de vidro por todo o chão, dessa vez era nas mesas mais afastadas. Ruby olhou para Katherine que conversava com um cliente, despreocupada.

Vai você, por favor? – Ruby pediu.

– Nem vem, é aquele velho corno, Jack, e ele só gosta de falar sobre a ex esposa vagabunda com você. – Kat falou brincando, com um sorrisinho nos lábios rosados, voltando a atenção para o homem que a olhava encantado.

– Eu te odeio tanto. – Ruby rebateu, e Kat apenas riu de sua resposta.

Pegando a vassoura e a pá que estavam encostadas na parede, Ruby atravessou o balcão com passos determinados até chegar onde o bêbado estava, deparando-se com uma enorme poça de bebida no chão. Naquele instante, quis tanto esfregar a cara dele nos cacos.

– Já chega, é melhor ir pra casa, antes que o John apareça aqui. – Disse Ruby.

John era o dono do Restaurante & bar, onde Ruby trabalhava todo santo dia, lidar com bêbados era horrível, mas precisava trabalhar para ganhar dinheiro e não morrer de fome. Ela o olhou com certa preguiça, iria ter que ouvir a mesma história sobre a esposa que lhe deu pares de chifres. A ruiva coçou a cabeça com a ponta dos dedos, fechando os olhos devagar, desejando sumir do local.

– Minha esposa me deixou, senhorita.  – Ele dizia choroso, completamente chapado.

– Sim, nós sabemos, o senhor sempre repete isso – Ruby resmungou com raiva –, e agora está sujando o chão! – continua limpando os pedaços com a vassoura.

– A Judite me trocou por um maldito pirata! – o bêbado por nome Jack, esbravejou chorando e virando na boca, o copo cheio de cerveja – E-ela me deixou!

– Nossa, não consigo entender o motivo dela ter feito isso. – Ruby diz com ironia, mas ele não percebeu

Ruby odiava trabalhar ali, tinha que aguentar essa rotina todo dia. Ela começou a varrer os cacos de vidro, o senhor bêbado tentava falar com ela ao mesmo tempo que chorava, era torturante de se ver. Em seguida, Kat se aproximou da mesa.

– Ei cabelo de fogo, tem um cara mó gato querendo falar contigo, ele está esperando no balcão. – Kat chama a amiga, enquanto morde a ponta da caneta – Me apresenta depois.

Ruby suspirou pesadamente, quase lhe esganando com apenas um olhar, enquanto o Jack, a chamava pra falar da maldita Judite, que o deixou.

Esse velho chifrudo e essa puta desgranhenta, por mim, queimem os dois no inferno, desgraça. – Ruby pensou trincando os dentes.

– Acredita, senhorit– Ele olhou bem a jovem ruiva, tentando lembrar quem era ela – qual o seu nome mesmo, moça? – o senhor a pergunta – eu nunca te vi por aqui antes.

– É Ruby, e a gente se vê todo dia, lembra? Eu sou a moça que sempre limpa sua bagunça. – Ela força mansidão, tentando segurar a grosseria

– Ah você, a senhorita, só você pra me ouvir – ele diz em prantos – Ela vai se casar com o pirata que ela fugiu!

Eu vou ficar louca! – Ela sussurra para Kat, que dá risada.

– Aí velhote, se ela está para se casar, não deveria seguir em frente? – Kat se mete, enquanto desenhava corações no bloquinho de anotar os pedidos, e ganha um olhar furioso do corno manso

–  Não seja intrometida, garçonete! – Ele diz bravo e Ruby para de varrer na hora – Não tô desabafando com você. E eu nunca vou esquecer a Judite, nunca.

𝐎 𝐋𝐄𝐆𝐀𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂̧𝐎𝐀𝐃𝐎, 𝑂𝑛𝑒 𝑃𝑖𝑒𝑐𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora