Luna Martínez POV
Eu estava totalmente furiosa! Não basta eu ter viajado durante doze horas até a Espanha, ainda me restava mais seis horas até o meu destino final. E o pior de tudo é que eu vou passar seis horas em um avião com o meu pai — o cara que eu evito ao máximo ficar próximo desde quando a minha mãe se divorciou dele — e os jogadores da Seleção da Espanha, do qual o meu pai é o técnico.
Dos quatro filhos, eu fui a escolhida para ser a "assistente" do técnico durante a Copa do Mundo. Meu pai achou que passar esse tempo iria nos aproximar, já que desde o divorcio eu evito ao máximo passar qualquer tempo com ele. Mal ele sabe que é perda de tempo, já que se passaram sete anos e eu ainda não consigo perdoar o que ele fez, e talvez nunca o perdoe.
Obviamente eu recusei na hora o convite que o meu pai fez de viajar com ele. Adotei cem por cento o meu lado brasileira desde quando vim morar no Rio de Janeiro com a minha mãe e os meus dois irmãos mais novos, apenas a minha irmã mais velha que ficou em Barcelona com o meu pai.
E como eu iria torcer pela seleção brasileira, não via sentido em ser "assistente" do técnico da seleção espanhola. Mas aí a minha mãe falou que se eu não fosse com o meu pai, iria ficar de castigo no hotel enquanto ela e os meus irmãos iriam assistir a todos os jogos do Brasil.
Então fui obrigada a voltar atrás e aceitar o convite do meu pai. Em um ato de rebeldia, decidi pintar meu cabelo de azul na véspera da viagem. Minha mãe surtou quando viu e depois de ter falado horrores no meu ouvido, ela decidiu como punição que em vez de eu ir com ela e meus irmãos até o Qatar, iríamos fazer uma escala na Espanha para que eu fosse no avião da Seleção com o meu pai.
Agora, cá estou eu sozinha na área vip destinada a comissão técnica e a seleção espanhola. O som do meu headfone estava no talo, a fim de abafar qualquer som ou interação com qualquer pessoa e foi por isso que demorei para perceber que o garoto que sentou-se ao meu lado estava falando comigo.
— Desculpa — falei em espanhol, dando pause na música e tirando o meu headfone. — Não ouvi o que você disse.
— Deu pra perceber — ele falou rindo. — Eu disse que gostei do seu cabelo.
Minhas mãos foram instintivamente até o meu cabelo. Pude sentir minhas bochechas corarem pelo seu comentário.
— Obrigada — falei sorrindo. — É bom saber que mais alguém além de mim gostou.
— Eu sou o Pedri — ele falou estendendo a mão na minha direção.
— Luna — respondi apertando gentilmente sua mão e a soltando em seguida.
— Posso fazer uma pergunta, Luna?
— Acabou de fazer uma — falei e ele riu.— Pode falar.
— Você faz parte da comissão técnica? Nunca tinha te visto antes.
— É que me chamaram especialmente para a Copa do Mundo.
Antes que Pedri pudesse falar de novo, ouvi uma voz conhecida me chamar. Nem precisava olhar para saber que era o meu genitor. Fiquei de pé assim que ele se aproximou, assim como Pedri, que diferente de mim, cumprimentou meu pai com empolgação e depois pediu licença antes de ir encontrar seus colegas do time.
— Luna! Estava com saudades de você, filha — falou ao me puxar para um abraço.
Como de costume, permaneci estática. Totalmente incapaz de retribuir o abraço ou esboçar qualquer tipo de emoção.
— E o seu cabelo... Ficou ainda mais lindo de azul.
Sabia que ele estava apenas tentando me agradar fazendo um comentário gentil, só que mais uma vez não consegui retribuir da mesma maneira.
— Bem que podia falar isso com a mamãe da próxima vez — falei cruzando os braços.
Era nítido o clima desconfortável que se formava. Meu pai estava sem jeito comigo e eu sem a mínima vontade de estar ali.
— Então, animada para a Copa? Tenho certeza de que vai gostar de ser minha assistente e ainda vai gostar de torcer pela seleção espanhola.
— Olha, pai, tem certeza de que é uma boa ideia? Tenho certeza que seria melhor que a Sira fosse no meu lugar ou o Juan, até mesmo o Guto é uma escolha melhor.
— Não, filha. É claro que é uma ótima ideia, quase não passamos tempo juntos. E dessa vez vamos ter bastante tempo para aproveitar, vai ser bom para nos aproximarmos e criar laços fortes de pai e filha.
— Se você diz — falei dando de ombros.
— Só se permita viver esse momento, ok?
Quis responder que não, mas sabia que seria cruel demais com ele. Só que se eu respondesse que sim, estaria mentindo. Soltando um suspiro, respondi:
— Vou tentar.
Parece que ele se contentou com a minha resposta, já que me deu mais um abraço.
— Você não sabe o quão feliz eu fico de ouvir isso — falou sorrindo.
— Ahm, que horas vamos embarcar?
— Já podemos entrar.
Apenas assenti e peguei a minha mala. Meu pai perguntou se eu iria querer participar da reunião que iria ter com a comissão técnica durante o voo e eu neguei, falando que estava exausta das doze horas de voo até ali. O que não era mentira, eu realmente estava cansada e queria pelo menos dormir durante o tempo de voo até chegar ao Qatar.
Acabei ficando em um assento no fundo da aeronave, era próxima do banheiro e bem distante do meu pai. Coloquei meu headfone e dei play na música que estava tocando anteriormente. Fechei meus olhos enquanto a melodia de Satellite soava em meus ouvidos, torcendo para dormir durante essas seis horas.
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A ideia era eu postar essa fic só quando terminasse de escrever, mas n consegui aguentar a emoção kkkkkkkkkkkk
Espero que tenham gostado, vejo vcs no próximo capítulo 😘
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National Anthem | PEDRI GONZÁLEZ
FanfictionLuna Martínez, uma garota de 21 anos e estudante de jornalismo, se vê completamente sem saída quando recebe um convite para ser assistente de seu pai, que é simplesmente o técnico da seleção espanhola. Desde o divorcio dos pais, Luna se mudou com s...