National Anthem | PEDRI GONZÁLEZ

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Luna Martínez POV

Já estávamos no ônibus a caminho do hotel. Diferente da ida era que a minha irmã estava ao meu lado, agora eu estava sozinha. Sira havia ido embora com a minha mãe e meus irmãos.

Um sentimento saudosista tomou conta de mim ao pensar nos meus irmãos. Era para estarmos turistando pelo Qatar juntos, passando um tempo de qualidade com a nossa família. Em vez disso, estou finalizando mais um trabalho para ser entregue ainda hoje.

Terminei a última linha e bloqueei meu iPad, o deixando de lado e pegando meu celular. Respondi algumas mensagens pendentes e então lembrei que ainda não tinha marcado quando iria entrevistar o Pedri.

Procurei seu contato e mandei uma mensagem para ele.

Eu: E aí, mi jugador favorito?!

Pedri, que estava no lado esquerdo do ônibus e a uma fileira de distância de mim, conversava com seus amigos enquanto pegava o celular que estava em seu bolso. Ele olhou pra mim assim que viu a minha mensagem e logo os três pontinhos no celular se moveram para frente e para trás.

Mi Jugador Favorito: Oi gatinha

Precisei pôr a minha mão sobre a boca para reprimir uma risada.

Eu: Vai estar ocupado mais tarde?

Mi Jugador Favorito: Não. Pq?

Eu: Queria saber se topa fazer a entrevista ainda hj. Mas se for te atrapalhar, podemos marcar outro dia e hora melhor.

Mi Jugador Favorito: Hj tá perfeito.

Eu: Ótimo! Dps do jantar passo no seu quarto.

Mi Jugador Favorito: Vou estar te esperando.

Mordi meu lábio inferior na tentativa de disfarçar o sorriso que tentava se apoderar do meu rosto. Mas assim que olhei para Pedri, vi que ele sorria abertamente para mim, como se estivesse gostando de me observar.

Balancei a cabeça e peguei um bloquinho que carrego em minha bolsa para começar a elaborar as perguntas que iria fazer a ele mais tarde.

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Parecia que havia passado um furacão no meu quarto, mas foi apenas eu tentando escolher alguma roupa!

Assim que chegamos no hotel, jantei o mais rápido o possível e subi para o meu quarto. Estava ansiosa para entrevistar o Pedri. E nervosa também. Aquela seria a primeira vez que faria uma entrevista com alguém importante.

Precisei tomar um banho gelado para me acalmar e agora eu encarava as minhas roupas que estavam espalhadas por cima da cama, na mala e algumas no chão.

Em um ato de desespero, peguei meu celular e liguei para a primeira pessoa que pensei.

— Oi, gatinha! Como tá aí? — Sabrina, minha melhor amiga, falou assim que atendeu a vídeo chamada.

— Estou prestes a surtar, Saby! — Respondi em pânico.

— O que foi amiga?

— Vou entrevistar o Pedri para um trabalho da faculdade e eu não faço ideia do que vestir! Não quero ir muito arrumada, mas também não quero ir tão básica. E parece que nenhuma das minhas roupas são boas o suficiente para usar!

— Pedri é aquele que fica o tempo perto de você nos treinos? — Saby perguntou e eu a encarei sem entender.

— Como você sabe?

— O Gutinho tá postando várias coisas no instagram dele — ela falou como se fosse óbvio. — Todo dia ele posta story, tô acompanhando a viagem toda por lá.

— Eu esqueci que o pestinha tem instagram — falei enquanto entrava rapidamente no aplicativo e busquei pelo perfil do meu irmãozinho.

Vi que Guto postou algumas fotos da viagem e abri os stories dele. E justamente um dos stories que ele postou foi quando eu e Pedri estávamos conversando.

O pestinha ainda tinha criado destaques de cada dia da viagem até aquele momento e ele conseguiu flagrar vários momentos em que Pedri e eu estávamos relativamente próximos, como se fôssemos amigos de longa data.

— Parece que vou ter que ter uma conversinha com o Augusto.

— Ah, não! Nada de gongar o meu entretenimento, Luna Beatriz! — Minha amiga me advertiu e eu revirei os olhos. — Agora, me mostra as suas opções de roupa para eu te ajudar a escolher.

Virei a câmera e mostrei as roupas que estavam na cama. Havia calças e shorts jeans, leggings, bermudas de alfaiataria, blusas, regatas, baby tee e um suéter de tricô em um tom de azul clarinho.

— Usa essa sua calça wide leg da Levi's e esse suéter. Você levou aquele seu All Star off white?

— Ta aqui — falei tirando ele da mala e erguendo ele na minha frente para Saby ver.

— Perfeito! Agora se veste e coloca uns acessórios.

Deixei o celular em cima da cama e me vesti. Troquei o par de brinco pequeno que usava no primeiro furo por um par de argolas, coloquei uma chocker e um colar com um pingente de coração dourado. Nos dedos coloquei alguns anéis e por fim, prendi no pulso o relógio da Casio.

— Tô pronta — falei apoiando o celular na mesinha e mostrando o meu look. — Quer dizer, quase. Ainda tenho que dar um jeito no meu cabelo e passar uma make.

— Tá linda, amiga! — Saby falou empolgada. — Quando terminar de se ajeitar manda uma foto e quero um áudio com todos os detalhes de como foi a entrevista com o jogador gatão!

— Sabrina! Você tem namorado, esqueceu?!

— Claro que não, mas não sou cega!

— Tchau — falei e ela deu um tchauzinho antes de desligar.

Fui até o banheiro e fiz a mesma maquiagem que usei de dia, dessa vez passei um lip balm para deixar meus lábios hidratados. Resolvi prender meu cabelo em um rabo de cavalo meio baixo, deixando pequenas mechas do meu franjão solto para emoldurar meu rosto.

Olhei no espelho e gostei do resultado. Tirei uma foto sorrindo e depois uma selfie fazendo careta e mandei para Saby.

Sai do quarto apenas com o celular, meu bloquinho com caneta e a chave do quarto no bolso. Estava tranquila até as portas do elevador se fecharem quando apertei o botão do quarto andar.

Caminhei até ficar de frente ao quarto 405 e respirei fundo, hesitando em bater na porta. Recuei, considerando em desmarcar, mas logo me repreendi.

É apenas uma entrevista para um trabalho da faculdade. Uma entrevista com um cara que trabalho todos os dias. E que quase me beijou na noite passada. Ah, cara! Já tô suando frio com isso!

— Ok, Luna. É só uma entrevista com o Pedri, não tem nada demais — falei comigo mesma e bati na porta.

A porta foi aberta no mesmo instante, como se ele estivesse atrás dela esperando. Perdi o fôlego quando nossos olhares se encontraram.

— Oi, Luna — ele falou sorrindo e abriu espaço. — Entra aí. 

Incapaz de falar, apenas assenti e entrei no quarto. Ai, Deus, me ajuda nessa!

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