Luna Martínez POV
Estava lendo um texto para um trabalho enquanto ouvia meu pai compartilhar as táticas que seguiríamos nos treinos. Ele citou os times que iríamos enfrentar na fase de grupos e senti um arrepio pelo meu corpo quando ele falou sobre a Seleção Alemã. Ainda guardo o trauma da Copa de 2014.
Senti que estava sendo observada e assim que olhei para o lado, peguei o Pedri olhando para mim. Achei que ele fosse desviar o olhar, mas apenas deu um sorriso de lado pra mim.
— Alguma dúvida ou sugestão? — O técnico perguntou.
Sem pensar muito, ergui minha mão. Apesar de não ir muito com a cara do pai, sou capaz de reconhecer que ele é um ótimo técnico. Mas faltou algo a mais nas estratégias que ele apresentou.
— Pode falar, Luna.
— Acho que devíamos treinar o time jogando com um jogador a menos — de repente todos naquela sala me encararam como se um terceiro olho tivesse surgido na minha testa.
— Não acho interessante escutar sugestão de alguém que passou a reunião prestando atenção no tablet, em vez de prestar atenção no que estava sendo dito — Ferran falou e eu revirei os olhos.
— Diferente de você, sou muito capaz de prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo.
— Sem discussões, por favor — meu pai pediu chamando nossa atenção. — Por que acha que devemos treinar jogando com um a menos, Luna?
— Porque futebol é um jogo vivo, totalmente imprevisível. Às vezes parece que o jogo está ganho, mas tudo pode mudar de repente — falei dando de ombros. — Jogar com um a menos acaba desestabilizando, é difícil e por isso tem que ser treinado essa possibilidade. Para que caso ocorra uma expulsão, o time saiba se posicionar e se remanejar em campo.
Meu pai deu um sorriso para mim, como se estivesse orgulhoso do que eu havia falado. Ele pegou a caneta piloto e escreveu a minha sugestão no quadro branco que ele usou quando apresentou as táticas.
— Como foi você sugeriu, o seu time vai ser com um jogador a menos.
— Vou poder escolher o meu time? — Perguntei cruzando os braços.
— Já tá escolhido, você vai ficar com o time dois — falou apontando para um lado do quadro onde havia duas listas com os nomes dos jogadores.
Passei o olho rapidamente e vi que a lista do time dois continha os nomes do quarteto de ouro. Vi a cara de insatisfação do meu suposto cunhadinho e dei um sorriso sarcástico pra ele.
— Como o Carvajal tá no seu time — falou riscando o nome do jogador da lista, — é ele que vai ficar de fora. Agora, vamos treinar!
Esperei todos saírem, para só então eu ir. Só não contava que o meu pai estaria me esperando mais a frente.
— Tô curioso pra saber como o seu time vai se sair — ele falou me entregando um pequeno quadro que parecia com um campo de futebol e uma caneta de quadro branco vermelha.
— Aposto que vão ganhar do seu time — cruzei os braços.
— Ah, o espírito competitivo — ele falou dando dois tapinhas no meu ombro. — É o que dizem por aí: filho de peixe, peixinho é.
— Eu estou falando sério. Quero apostar.
Meu pai me encarou com um sorriso presunçoso e eu revirei os olhos.
— Ok, já que você insiste. Quem ganhar escolhe algo que o outro não vai poder recusar.
— Feito.
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National Anthem | PEDRI GONZÁLEZ
FanfictionLuna Martínez, uma garota de 21 anos e estudante de jornalismo, se vê completamente sem saída quando recebe um convite para ser assistente de seu pai, que é simplesmente o técnico da seleção espanhola. Desde o divorcio dos pais, Luna se mudou com s...