National Anthem | PEDRI GONZÁLEZ

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Luna Martínez POV

Já faz umas duas horas que estávamos no shopping, mas até agora não escolhi nada. Meu plano era criticar todos os vestidos possíveis e ir embora sem comprar nada. Decidi isso quando entrei no provador da primeira loja e liguei para o banco pra confirmar se o cartão foi realmente "dado" pela Federação. Adivinha? O cartão é do meu papai querido que claramente acha que eu sou uma idiota que acredita no que ele fala.

Entramos em mais uma loja e Sira junto com a vendedora me deram uns cinco vestidos para experimentar. Confesso que dessa vez foi difícil arranjar algum defeito, mas me esforcei para criticar cada um. Era o décimo vestido que eu experimentava, quando saí do provador para Sira dar uma olhada.

— É esse! Tá lindo — Sira falou assim que me viu.

— Não sei não — falei passando a mão pelo vestido vermelho.

Ele era de um ombro só, justo nos lugares certos, valorizando cada curva do meu corpo. É lindo, mas...

— Ah, não! Qual é o problema dele, Luna?

— É vermelho. Não gosto de vestido vermelho. — Mentira. Eu amo vestido vermelho.

Sira passou as mãos pelos cabelos e bufou forte.

— Cacete, Luna! Você só pode tá de brincadeira com a minha cara!

— Que foi? Eu só não gostei dele.

— Não é possível que nenhum vestido tenha te agradado!

— Ué, Sira! Não posso fazer nada se não gostei de nenhum.

— Claro que pode! Você nem tá se esforçando nisso. É só escolher a droga de um vestido pra gente ir embora!

— Então é melhor a gente deixar essa história de vestido pra lá e irmos logo embora. Eu não vou mesmo nesse jantar.

O olhar da Sira foi quase tão mortal quanto o da mamãe, que me fez engolir em seco.

— Não mesmo! Eu não passei essa tarde toda no shopping com você pra no final a gente ir embora de mãos abanando!

— Olha, eu não pedi pra você vim comigo. Só veio porque os nossos pais pediram.

— Claro que não, sua idiota! Eu vim porque queria passar um tempo com você. Pensei que seria uma ótima ideia passar uma tarde com você, conversar sobre garotos, mas pelo jeito nada saiu como o esperado — falou tentando controlar seu tom de voz.

Uau, por essa eu esperava. Quer dizer, eu amo a minha irmã, mas tem anos que a gente tá nessa de cão e gato. Não imaginava que ela realmente quisesse passar um tempo comigo. Me senti um pouco culpada pela forma como estava agindo até agora.

— Você poderia ver com a vendedora se tem algum vestido azul — falei cruzando os braços e Sira me encarou surpresa.

— Eu ouvi certo ou alguém tacou uma pedra na minha cabeça e eu estou delirando?

Revirei os olhos com o comentário dela.

— Só me arranja um vestido azul.

— Algum motivo especial por essa cor em específico? — Perguntou curiosa.

— Eu fico bem de azul — falei dando de ombros.

— Aposto que é a cor favorita dele.

— Eu não sei do que você está falando. E é melhor você falar com a vendedora logo, se não eu desisto de procurar um vestido e a gente vai embora.