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CLARISSE SALLES

A MINHA SALA ESTAVA UMA BAGUNÇA.

Quando se tem duas pestinhas de quatro anos e meio. Eu estava distraída brincando com as crianças. Rita fazia um diálogo imaginário com seus bichinhos de pelúcia, enquanto Arthur tomava seu leite, em um copinho personalizado do homem - aranha.

Encarava meu celular algumas vezes. Wagner havia me prometido que chegaria às 16h, para que passássemos uns momentos com as crianças. Não é porque nosso relacionamento não está estável, que temos que deixar as crianças perceberem isso.

Tudo começou a desandar depois que os gêmeos completaram três anos, desde então tudo ficou mais "frio". Eu e ele somos iguais, em questão de quase tudo. Temos o mesmo gosto artístico, trabalhamos no mesmo ramo e temos as mesmas ideias.

Mais, aparentemente, ser igual ao meu parceiro não é nada. Agora, qualquer discussão que temos termina em sexo. Não que eu não goste de sexo, mais as vezes um bom diálogo e um pouco de amor é bom.

Suspiro cansada, voltando a minha realidade. Rita vem até meu colo e me encara, sorriu para a menininha e começo a fazer cócegas na mesma, que solta belas risadas.

— Ai mamãe! — Diz com dificuldade com a falta de ar, deixo ela respeitar um pouco e ela levando as mãozinhas.

— Você se rende? — Pergunto, arqueando as sobrancelhas. Ela faz que sim, e eu sorriu beijando sua bochecha.

— Pelo jeito cheguei na hora boa.

Escuto a voz do meu marido, me viro para vê-lo. O mais velho se encontrava na batente da porta, as crianças se levantavam com tudo e corre para abraçar ele. Ele sorri, pegando cada um em um braço e beijando a testa de cada um.

Sorriu para o mesmo, eu sabia disfarçar muito bem que estava triste, e ele sabia disso. Volto minha atenção para a forma de como ele estava vestido. Uma bermuda social, camiseta branca e um tênis. Esse homem era irresistível.

Ele vem até mim e beija minha testa.

— Deixem o pai de vocês respirarem! — Pego Arthur, ele resmunga e logo desce do meu colo.

— Eu vou tomar uma água. Esperem o papai na sala, eu estou doido para assistir um filme com vocês. — As crianças fica mm mais animadas ainda, voltam para a sala enquanto vamos para a cozinha.

Caminho atrás dele até a cozinha. Quando chegamos, ele me encara por uns minutos sem dizer nada. Apenas me apóio na grande bancada da cozinha, ainda olhando para o mesmo.

Ele termina de beber água e vai até mim. Sinto suas mãos invadirem minha cintura, desvio meu olhar. Ele junta nossas testa e me dá um selinho longo.

— Eu tenho uma explicação para a minha demora, eu juro! — Me afasto dele, cruzo meus braços.

— Espero que seja algo convincente. O que aconteceu?

— Sabe, eu estava pensando em como é mês de feriado e carnaval lá no Brasil. Porque não passamos um tempo lá? — Dou risada, ele estava ficando doido?

— Wagner, como assim? As crianças vão começar a escola semana que vem.

— Amor, eu falei com a tua mãe. Ela adoraria ficar com a Rita e o Arthur. Eu quero te levar em um lugar especial. — Ele junta nossas mãos, suspiro fundo. A ideia era boa.

— Para onde você quer ir?

— Salvador, Bahia.

Wagner tira do bolso duas passagens. O encaro por dois minutos, pego as passagens na mão. Abro um sorriso ainda chocada, ele sabia que eu sempre quis passar o Carnaval lá.

— E eu pensei, como não tivemos uma lua de mel de verdade. Porque não?! — Balanço a cabeça negativamente.

— Só você para fazer isso. O que vamos falar para as crianças? — Questiono, deixando as coisas na mesa.

— A gente fala alguma coisa na hora. Eu quero realmente um tempo para nós, precisamos de um lugar para tirarmos um momento.

No final, Wagner estava certo. Após tantas idas e vindas do nosso casamento é bom ter um momentinho sozinho. É claro, eu sou bem mais nova que ele. Temos vinte e um anos de diferença. Mais sempre temos as mesmas ideias e os mesmos ânimos.

— PAPAI! — escutamos o grito em coro das crianças, eu sorriu.

— Comece a arrumar suas malas e as das crianças eu ajudo depois. Vamos amanhã pela manhã. — Concordo, ele sela nossos lábios e vai até a sala.

No final, acho que uma boa viagem a dois será importante. Tínhamos coisas de casal a resolver e obviamente iríamos aproveitar muito.

Quer dizer, era o que eu pensava.

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NOTAS DA AUTORA

00: TEMOS UMA VIAGEM E UM SOMHO! mal sabe a nossa querida Clarisse, que essa viagem vai ser uma aventura cheia de surpresas.

01: OBRIGADA POR LEREM ATÉ AQUI! Não deixem de comentar e votar, isso me ajuda bastante e me motiva a trazer mais capítulos.

💛

𝐁𝐄𝐌 - 𝐌𝐄 - 𝐐𝐔𝐄𝐑, wagner moura. ( ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora