𝟬𝟲

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CLARISSE SALLES

O LOCAL TRANSMITIA PAZ.
Wagner e eu estávamos de mãos dadas enquanto seguíamos Beto até a cachoeira. Uma coisa chamava minha atenção, aquela mulher não parava de olhar para o meu marido e isso está começando a ficar sério.

Eu encarava ela as vezes e ela parava de olhar. Não faço ideia qual talento ele viu nela, acho que o único que ela tem é ser uma cobra. O que me fazia sentir mais raiva ainda, era ele não percebendo ou talvez, se fazendo de cego.

— Chegamos! — Escuto o grito do Humberto. Pego Wagner pela mão, e arrasto ele comigo. Para irmos mais rápido.

— Caralho, bem "good vibes" — Fala Bella, um sorriso surge dos seus lábios quando ela olha para Wagner. Esperando uma resposta.

— É bem bonita mesmo. — Concordo, ela concorda e logo em seguida revira os olhos.

A cachoeira era maravilhosa. Ao escutar o som da água descendo eu vou para outro mundo, no final das contas eu só queria estar ali com ele, apenas nós dois.

— Tem certeza que é segura? — Selton pergunta. O moreno responde que sim e que deu uma boa pesquisada antes de vir para cá.

Alguns minutos depois estávamos todos na água. Humberto estava trocando um bom papo com Bella, que literalmente ignorava ele. Eu tinha dó as vezes, eu sabia que ele gostava dela. Mais ela não estava nem aí.

Selton estava no celular com a caixa de som do lado. Pelo jeito estava difícil de configurar o eletrônico, dou risada dele coçando a cabeça e reclamando.

Meu marido e eu estávamos vendo novamente os vídeos das crianças de hoje. No vídeo Rita e Arthur brigavam por conta de um chocolate, que provavelmente minha mãe deixou eles comerem.

— Ela ama ser a irmã mais velha né? — Pergunto, ele ri e concorda.

— Por dois minutos, mais sim, ela ama.

— Gente, posso fazer uma pergunta muito íntima para vocês?Tipo na boa. — Beto questiona, eu e meu marido nos entreolharmos e concordamos.

— Tipo, quando as crianças são pequenas elas costumam ir para o quarto dos pais, por conta de pesadelos algo do tipo. Com os gêmeos, vocês costumam ter um bom momento de relação sexual? — Começo a dar risada, só não sabia se era de nervoso ou por que era uma pergunta engraçada.

Na verdade, nossa relação é baseada em sexo. Isso me incomoda as vezes, toda briga termina com os dois na cama. Falta afeto ali, mas era óbvio que somos muito ativados nesse ponto.

— Que tipo de pergunta é essa? — Melo pergunta, fazendo uma careta.

— O papo não chegou em você. Nem vem me julgar.

— Não está mais aqui quem falou.

— Na maioria das vezes sim. Até porque, eles dormem igual pedras. E quando estamos juntos, passamos muito tempo com elas. É de boa. — Respondo dando de ombros.

— E é por isso que eu não quero ter filhos. Só se fosse com um cara que sempre estivesse junto comigo. Acho que teria que ter uma relação boa com as crianças e boa comigo. Até porque, sexo não é tudo.

Cutuco Wagner, ele não demonstra reação nenhuma. Olho sério para Isabella, até ela desviar o olhar. Aquela menina sabia tirar minha paciência, eu sabia esconder bem, mais as palavras dela me faziam me moer de raiva e de insegurança.

O resto da manhã foi muito boa, tirando esse ocorrido. Bela fez de tudo para tentar chamar a atenção do Wagner, mas depois do que eu contei para ele, o mesmo passou a ignorar ela. Ficamos o dia juntos, trocando carícias, cantando as músicas doídas que os meninos colocavam, dando selinhos e outras coisas bestas e simples de casal.

Mais no fundo, eu queria uma atitude sobre a maldita menina que estava dando encima dele e ainda por cima, na cara dele.

. • . 💛

Chegamos no hotel às 14h. Eu tinha simplesmente torrado no sol, então estava mais morena do que eu já sou. Acabamos aproveitando bastante, tirando alguns momentos desconfortáveis, a minha manhã foi ótima.

— Você vai tomar banho? — Wagner passa por mim e pergunta. Arqueio as sobrancelhas, e vou atrás dele.

— Não, porque?

— Ótimo! Você vai ficar na jacuzzi comigo, vou ligar ela. — Sorriu, volto para o quarto, tirando as coisas da bolsa que levamos.

— Toma. — Ele me dá duas taças, enquanto o champanhe estava em sua mão.

— Meu bem, se a gente beber isso. Você sabe no que dá né?!

E em um piscar de olhos nós estávamos dentro da Jacuzzi. Ela dava a visão para a varanda dos outros apartamentos, e um pouco do praia. Beberico um pouco da bebida alcoólica, o gosto amargo atinge minha língua e eu faço uma careta.

— Eu acho que odeio isso. — Reclamei, colocando a taça no chão.

— Você se divertiu hoje?

— Sim! Adorei cantar Rita Lee com os meninos. — Wagner concorda, nós damos risada juntos.

Nos olhamos por um momento. Ainda eram um pouco estranho ter esses momentos com ele, estamos tão acostumados com a vida de casal, que sempre briga, tem filhos e seus trabalhos. As vezes esqueço o quão iguais somos, e como pensamos iguais.

— O Umberto morrendo de vergonha de perguntar sobre relação sexual. — Lembro, saindo da jacuzzi e logo voltando com duas latinhas de cerveja.

— É verdade, mal sabe ele das coisas que a gente faz.. — O moreno morde o lábio inferior, maldito homem.

— Em falar disso..

— Se for falar da Isabella. Ignora ela, meu bem. Ela não sabe o que está falando da nossa vida.

No fundo ela sabia muito bem. Eu estava tentando esquecer tudo isso, faltava quatro dias para ir embora. Eu conseguia ignorar e aguentar essa menina até o dia de ir embora. Mesmo ela jogando todos os meus problemas na minha cara.

— Aham! — Murmuro. Wagner beija meu pescoço.

— Acho que agora vou tomar banho, estava começando a ficar frio. Hoje eu não quero fazer nada. — Me levanto da Jacuzzi, me enrolo na toalha e ele me encara.

— Está chateada? — Perguntava.

— Não.

Sim, eu estava. E sabia também, que meu limite estava quase sendo ultrapassado, não só com ela, mas com ele também.

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NOTAS DA AUTORA

00: ESPERAVAM HOT, TEVE CLIMA TENSO! Quem vocês acham que está certo? reviravoltas estão por vir aí.
01: OBRIGADA POR LEREM ATÉ AQUI! Não esqueçam de votar e comentar, isso me motiva a continuar a história, e trazer mais capítulos para vocês.

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𝐁𝐄𝐌 - 𝐌𝐄 - 𝐐𝐔𝐄𝐑, wagner moura. ( ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora